Michael F. Younker, candidato à Ph.D. na Andrews University, é diretor executivo do Journal of Adventist Theological Society e editor sênior para a Compass Magazine, instituições para as quais já escreveu diversos artigos. Younker já trabalhou, também, como Capelão e Professor em Part-time na Middle East University.
Tradução: Hugo Martins
“A Teia de Aranha Sociopolítica e A Ascensão do Cristianismo Global” (Original em Inglês: “The American Socio-Political Spider Web and the Rise of Global Christianity”) foi primeiramente publicado no Journal of the Adventist Theological Society da ATS (Adventist Theological Society [Sociedade Teológica Adventista]), a detentora dos direitos deste artigo que permitiu a tradução e a publicação da tradução para o nosso site.
Mesmo autor de “A Escatologia Adventista em Relação À Esquerda Religiosa e À Direita Religiosa”
Introdução
O propósito deste artigo é articular sobre quatro das características fundamentais da relação entre o cristianismo estadunidense e as principais visões sociopolíticas populares da atualidade no contexto estadunidense. As quatro características são: 1) nossa polarização secular historicamente única nos Estados Unidos; 2) a divisão na religião estadunidense refletindo essa polarização; 3) o lugar do adventismo dentre desta complexa teia de aranha sociopolítica e 4) o papel dos Estados Unidos dentro da importância crescente do cristianismo global, ou um cristianismo que se foca, explicitamente, nas questões globais. Sumarizando brevemente este artigo, estabelecerei que há uma relação singular entre religião e política nos Estados Unidos com implicações filosóficas em potencial significantes para a identidade coletiva do adventismo do sétimo dia que nos põe, continuamente, em risco de ficarmos “presos” dentro da “teia de aranha” das ideologias sociopolíticas. Antes de continuar, umas poucas observações introdutórias apenas podem ser úteis para explicar o porquê evitar a teia de aranha sociopolítica é, às vezes, bastante difícil.
Contexto
Por que um indivíduo se identifica e mantém-se ligado a uma denominação cristã em particular (ou outra)? De fato, por que eu deveria pertencer, em todo caso, a um grupo maior ou a uma denominação eclesiástica em vez de tão somente viver o cristianismo individualmente (eu, minha Bíblia e meu Senhor), ou com alguns poucos amigos locais em um grupo de estudos que se divide toda vez que cresce demais (pequenos grupos)? Certamente seria mais fácil evitar muitas discordâncias desagradáveis desta maneira; quando a convivência fica difícil, cada um parte em seu caminho. Ou, para ser realista, certamente apenas para me adaptar a uma identidade eclesiástica local na comunidade (congressionalismo) seria suficiente, não seria? Em um âmbito local maior ou menor, o indivíduo comum pode, ainda, exercer alguma influência pessoal (expressar sua “individualidade” e ser notado) e ter ao menos uma voz democrática real nas atividades da igreja. Muitos jovens com os quais converso sobre esses dias parecem apenas querer experienciar a religião ou a igreja neste âmbito primariamente porque eles querem sentir que a igreja seja “significativa.” Talvez isto tenha sido sempre verdade por parte da geração mais jovem, embora na sociedade complexa, multicultural e pluralista dos dias de hoje isto se manifeste em novas formas.
Mas após tudo ter sido dito sobre as realidades complexas do mundo hoje, a conclusão lógica inevitável continua a mesma: unidade é poder e influência, e cada vez mais cedo os jovens parecem compreender isso quando amadurecem na universidade e dali por diante. O que a maioria dos indivíduos cristãos têm, então, escolhido fazer, ao longo da história, e continuam a fazer hoje, é juntar-se a comunidades de fé que são maiores do que a sua influência pessoal. Eles se submetem a possibilidade de que a identidade coletiva a qual eles pertencem pode não incluir significância e destaque e refletir sua identidade pessoal ou contribuição ao grupo maior. O adventismo do sétimo dia é um tal “grupo maior.” Ademais, eles, ainda, não obstante, submetem-se à identificação com a identidade coletiva do grupo maior porque eles têm uma cosmovisão bastante compartilhada ou um modo holístico de enxergar o mundo.[1] Uma identidade compartilhada implica, sempre, na existência de cosmovisão coletiva correspondentemente compartilhada. O que significa, realmente, então, uma cosmovisão dentro desse contexto?
Embora seja possível imaginar inúmeras abordagens possíveis para responder a questão acima (nós adventistas temos, tradicionalmente, fundamentado nossa identidade coletiva, e, por conseguinte, nossa cosmovisão, em uma doutrina biblicamente fundamentada[2] e em um estilo de vida diferenciado que se desenvolveu durante uma situação história específica,[3] e antecipa, diretamente, um contexto escatológico[4] que, interessantemente, destaca os Estados Unidos), filosófica e sociologicamente, um dos propósitos primários da maioria dos grupos religiosos, igrejas ou organizações eclesiásticas é promover um testemunho público por meio de sua identidade coletiva que testifica de seus anseios espirituais internos. Como tal, embora a espiritualidade possa ser discutida mais frequentemente como uma questão pessoal ou individual na cultura pós-moderna dos dias de hoje (e salvação é certamente pessoal, não importa que se fale de salvação coletiva), quando pessoas de crenças similares se unem, há a esperança de que, juntos, eles podem testemunhar mais efetivamente com sua compreensão de espiritualidade autêntica pelo individual. O refrão torna-se: “Testemunhemos nosso amor uns pelos outros! Não deseja você crer e agir assim como nós?” Tais pessoas se empenham em um testemunho público específico mediante sua identidade coletiva acreditando que Deus é mais plena e claramente revelado através de um testemunho mais amplo a pessoas de fora do seu grupo. Naturalmente, tal testemunho coletivo dá a possibilidade de articular uma cosmovisão coletiva (a qual assumimos que sucessivamente perpassa as diversas nuances de visões individuais dos membros), significando que as crenças e os comportamentos de um grupo podem ser contrastados com testemunhos coletivos, identidades e visões alternativos para observar o “resultado final” daqueles que têm escolhido viver suas vidas coletivamente de algum modo.
Há uma consequência muito natural da situação acima dentro de uma sociedade democrática pluralista moderna. Certo tempo depois, elementos de visões diferentes, supostamente religiosos ou não, começam a competir uns com os outros em um nível sociopolítico, significando que eles começam a atuar na sociedade de tal modo que todos os principais tópicos sociais, políticos e econômicos são envolvidos e afetados.[5] Essencialmente, cada tópico torna-se, eventualmente, “político.” Não é possível, então, para alguém esquivar-se de vertentes ou preferências sociopolíticas. Um envolvimento com uma cosmovisão, ou a falta de um (intencionalmente ou não), em questões de escravidão, sufrágio das mulheres, proibições, direitos civis, aborto, casamento homossexual, políticas econômicas igualitaristas, vacinação de crianças, ambientalismo, o ensino do criacionismo em escolas públicas, etc., é inevitável e, também, sempre, de um modo ou de outro, político. Em outras palavras, o entrelaçamento das convicções políticas e religiosas é inevitável em um nível básico.
Isto não deveria nos surpreender. Quando grupos religiosos tornam-se muito grandes, a consequência lógica é que as variedades de interpretações religiosas começarão a competir umas com as outras com quaisquer cosmovisões seculares. Para simplificar, e isto continua sendo muito verdade para os cristãos: “a cosmovisão definitivamente determina a ideologia de uma pessoa na política, na religião e na ética,”[6] assim como na economia.[7] Naturalmente, uma preocupação primordial desta concepção abrangente de cosmovisão é que “quando uma filosofia comum de religião e política fundem-se em propósito e função únicos, o caráter do governo pode tornar-se teocrático, isto é, sujeito a uma ideologia teológica tão prejudicial quando um despotismo secular, pois a crença religiosa politizada procura o aparato da autoridade secular”[8] mantendo a importância da liberdade religiosa e individual em destaque. Isso é verdade não apenas global e nacionalmente, mas, também, em contextos mais específicos.
Com tudo isso em mente, acredito ser crucial que os membros de qualquer grupo dinâmico e saudável necessitem saber quem eles são para que a sua própria identidade e cosmovisão desenvolvam-se e persuadam a outros, e isto é especialmente verdade para os adventistas.[9] Como tal, abaixo descreverei, como destacado anteriormente: 1) nossa polarização sociopolítica secular única nos Estados Unidos, 2) a crescente divisão em questões religiosas refletindo tal polarização nos Estados Unidos, 3) o lugar do adventismo dentro desta teia de aranha sociopolítica complexa e 4) o papel dos Estados Unidos na importância crescente do cristianismo global.
1. Os Contornos do Cenário Sociopolítico Estadunidense Contemporâneo
Conforme o passado está esvanecendo muito rápido de nossa geração atual, uma breve revisão da história estadunidense pode ser útil. Acontece, então, que após a 1ª Gerra Mundial, de 1916–1980, a fluidez política reinou nos Estados Unidos, significando que nenhum dos principais partidos políticos consolidou-se dentro de um amplo espectro de posições polarizadas nas principais pautas por um longo período de tempo. Haviam muito poucas “plataformas políticas” claramente estabelecidas que duraram de uma década a outra. As posições de um dado partido, ao menos nas principais pautas, poderiam oscilar conforme os anos se passavam, com uma dada demografia eleitoral (homens, mulheres, idade, etnicidade) favorecendo alternância de partidos e de respectivos candidatos presidenciais conforme as décadas se passavam. Candidatos presidenciais de um partido algum eram capazes de ganhar eleições “de forma arrasadora”, em que o vitorioso vencesse com uma ampla maioria dos eleitores em um número considerável de estados.[10] Isso foi possível porque nenhuma região do pais era majoritariamente coligada a um amplo espectro político com posições claras em uma gama de pautas por um período prolongado de tempo. Todavia, essa fluidez não é mais o caso. Uma crescente e rígida polarização é a tendência atual, algo sem precedentes na história estadunidense por um período tão prolongado de tempo, completando, agora, 35 anos.
Coincidindo com o reconhecimento da ascensão da “guerra cultural” estadunidense, por volta de 1991, com a obra clássica do sociólogo James Davison Hunter: Culture Wars: The Struggle to Define America [Guerras Culturais: A Batalha para Definir A América],[11] e seu uso por Patrick J. Buchanan em um discurso na Convenção Nacional Republicana em 1992, unindo, explicitamente, religião e política,[12] a polarização política na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, no Senado e na Casa Branca cresce, atualmente, no nível mais alto desde pouco tempo depois do fim da Reconstrução do Sul, em 1877, após a Guerra Civil Estadunidense.[13] Vê-se, isso, claramente, com mais votos nos projetos importantes no Congresso que se alinham quase estritamente a uma filiação político-partidária, atualmente republicanos (conservadores de direita) e democratas (esquerda liberal, embora eu prefira o termo esquerda progressista, pois “liberalismo clássico” é similar ao conservadorismo moderado de hoje) do que jamais visto antes na história,[14] tanto em questões domésticas quanto externas.[15] O mais caro e importante projeto doméstico na história estadunidense, o projeto de assistência médica conhecido como o American Affordable Care Act [Lei de Proteção e Cuidado ao Paciente dos Estados Unidos] (conhecido, também, como Obamacare), que foi aprovado em março de 2010,[16] ilustra bem esta divisão. Virtualmente, todos os democratas, em todos os níveis, o apoiaram, enquanto todos os republicanos opuseram-se, virtualmente, a ele, com muitos crendo, até mesmo, ser inconstitucional. Esse tipo de polarização, em muito tipos de projetos e políticas, é sem precedentes por este período tão longo de tempo. Duas diferentes “visões sociopolíticas” têm-se desenvolvido e elas estão competindo uma com a outra. Importantemente, incomum com alguns outros países democráticos ao redor do mundo que podem ter mais do que dois partidos principais, os Estados Unidos têm, essencialmente, apenas dois partidos políticos significantes hoje, o que cria uma bipolarização mais acentuada e única do que encontrada na maioria dos outros países.
Embora alguns “moderados” ou “independentes partidários” genuínos (notavelmente, frustrados com a polarização que tem levado alguns a declarar-se como independentes daqueles são, realmente, representantes das posições mais extremas dos principais partidos) estejam vivos e ganhando fôlego entre a população mais indiferente ou desinformada em geral[17] (todavia, observe que “alguns jovens gostam de pensar de si mesmos como independentes . . ., [mas] quando se trata de política, eles são mais propensos a não alinhar-se à esquerda”);[18] autoidentificados como conservadores e liberais estão em um número maior,[19] e isto reflete-se, claramente, dentro daqueles que se identificam com um dos dois principais partidos: republicanos e democratas. Eles são agora um pouco mais “republicanos liberais” ou “democratas conservadores” do que já foram no passado,[20] mesmo quando o número de “independentes” tem, também, alcançado níveis históricos, 42%, por alguma das razões complexas mencionadas anteriormente promovendo grupos extremos.[21] Isto implica, entretanto, que os outros 58% restantes de algumas pesquisas são, ainda, verdadeiros partidários.
Ademais, se você costuma acompanhar as notícias mundiais e nacionais regularmente (especialmente obsessivamente) através da mídia, são maiores as chances de você ter, também, uma visão mais polarizada do cenário sociopolítico dos Estados Unidos; em outras palavras, quanto mais informado você é por meio das fontes de notícia que você mais confia, mais unilateral e polarizada suas perspectivas sociopolíticas tendem a se tornar.[22] Adicionalmente, a popularidade massiva dos tão falados grupos extremos é vista prontamente com a ascensão de nomes como o do movimento progressista Occupy Wall Street e do conservador Tea Party[23] que têm “secularizado” a ala mais antiga e estritamente “moral religiosa” da guerra cultural com um foco especial na economia. Importantemente, e isto não deve ser esquecido, os fortes traços desta “guerra cultural” não vão desaparecer tão depressa. Isto é porque uma migração histórica em larga escala está a caminho do interior para os centros urbanos e para as novas megacidades[24] significando que a guerra cultural continuará a crescer cada vez mais. Com Laura Meckler e Dante Chini concordando com David Wasserman, “políticos estão mais ligados ao estilo de vida e à cultura do que à política,” e a maioria dos estadunidenses, de diversas gerações, do interior e das regiões rurais votam nos republicanos, enquanto a crescente e forte população imigrante das grandes cidades votam nos democratas.[25] Não obstante, apesar das tendências atuais apoiarem o crescimento do esquerdismo, parece que nosso país está destinado a um equilíbrio no futuro intermediário; eu não tenho razões para predizer qual dos dois lados vencerá.[26]
Há algumas consequências interessantes da situação acima mencionada que se relacionam com a nossa habilidade de promover unidade como estadunidenses que podem ser refletidos em meio religiosos, como será discutido posteriormente. Por exemplo, conforme mapas de votação por condado das recentes eleições presidenciais dos Estados Unidos indicam, especialmente desde 1992, zonas mais populosas menores (costas e cidades “liberais-azul”) estão aumentando a diferença em relação as maiores geograficamente, áreas rurais menos populosas (o coração “conservador-vermelho”). Há, verdadeiramente, uma divisão cultural.
Naturalmente, uma forte polarização política tem emergido dentre essas regiões que é muito real tanto a população em geral quanto aos políticos que, naturalmente, devem satisfazer os constituintes que os elegeram.[27] É, realmente, impressionante ver um mapa político por condado da corrida presidencial estadunidense de 2008 que é geograficamente 80% “vermelho-republicano” e compreende que o lado 20% “azul-democrata” venceu a eleição presidencial facilmente com 67% dos votos dos eleitores, refletindo a densidade populacional de onde a maioria vive, a saber, umas poucas grandes cidades. De fato, em eleições presidenciais recentes, geograficamente, as campanhas políticas têm, frequentemente, sido simplificadas a uns poucos “estados-chave” consistentes, e de forma ainda mais intrigante, a um mero punhado de “condados-chave” para determinar o vencedor da eleição presidencial dos Estados Unidos.[28] Novamente, deve-se destacar que a polarização duradoura, e muito bem definida, descrita anteriormente, nunca ocorrera antes na história do nosso país como nos últimos 35 anos. Especialmente anterior a 1992, não havia “estados-chave” decidindo como os Estados Unidos tem visto desde 1992. Os Estados Unidos tem se tornado mais dividido sociopoliticamente em décadas recentes como jamais antes ocorrera.
2. Religião na Polarização Sociopolítica
Enquanto há, certamente, alguma mobilidade na identidade sociopolítica entre os membros da maior parte dos principais grupos religiosos, a tendência atual de todos os principais grupos e denominações religiosas, incluindo o cristianismo desde 1980, tem sido mesclar suas identidades religiosas com uma única identidade sociopolítica almejando ganhar influência e poder. Este foi um resultado lógico (embora pareça, primeiramente, uma questão óbvia) da maior polarização da realidade do desenvolvimento político dos Estados Unidos, e combinado com várias convicções e ênfases de identidades religiosas em certo número de questões sociais/morais com posições ou ênfases seculares ou majoritárias. Observe que, claramente, muitas igrejas, oficialmente, ainda, declaram neutralidade política; mas, apesar de tal neutralidade professada, um punhado de seus membros que participam na política revela, frequentemente, um viés claro tendendo à direita ou à esquerda. Abaixo, descreverei alguns dos aspectos básicos da “direita religiosa” e da “esquerda religiosa.”
2.1 A Direita Religiosa
A ascensão da tão falada direita religiosa[29] (também rotulada como a Maioria Moral e a Coalizão Cristã) nos anos 1980 e 1990 encaixa-se com o perfil de pessoas religiosas procurando uma identidade sociopolítica para aumentar sua influência junto à sociedade. A direita religiosa tem sido apontada, e fortemente enfatizada, por vários adventistas proeminentes de diferentes linhas teológicas durante os últimos 25 anos, predizendo, quase unanimemente, um papel central da direita religiosa na criação de uma lei dominical que eu já critiquei anteriormente.[30] Em um breve resumo, a direita religiosa representa uma coalizão de vários grupos cristãos e denominações conservadoras e tradicionais (particularmente os tão falados evangélicos tradicionais) que compartilham uma cosmovisão suficiente para combinar em uma única identidade sociopolítica; no caso deles, o Partido Republicano nos Estados Unidos. Essa cosmovisão, em uma linguagem cristianizada, poderia ser, amplamente, descrita como a perspectiva “legal capitalista/evangélica moral. É importante destacar que enquanto alguma parte da direita religiosa defende criar uma união entre igreja e estado, a direita religiosa tem, também, muitos defensores da liberdade religiosa e simpatizantes poderiam ser descritos como tendo uma abordagem mais libertária para com a igreja e o estado no que diz respeito à moralidade.[31]
O que mais importa para a direita religiosa é a moralidade individual, que deve ser “guiada” legislativamente em várias esferas (especialmente em assuntos sobre casamento e aborto), enquanto o indivíduo deve guiar a si mesmo para aumentar sua riqueza e situação socioeconômica, que são certamente santificadas se eles agem com moral e de acordo com as diretrizes. Obediência ao lado moral da lei (os 10 mandamentos, com o domingo substituído pelo sábado), a saber, um casamento bíblico e honestidade nos negócios, etc., é o que se considera como mais importante. Que a riqueza gerada por esta visão alcançará os pobres e os menos afortunados é tida como uma dádiva (e, frequentemente, é verdade, contrariando a percepção popular, pois os conservadores são, de longe, muito mais generosos em doar suas riquezas do que os progressistas/liberais),[32] e sendo feio fora da alçada do governo federal, tão longe quanto possível, por meio de instituições voluntárias privadas como igrejas, caridades locais e ocasionalmente por intermédio de governos locais.
Naturalmente, alguns membros da direita religiosa buscam, também, realizar sua pauta por meio de um “reino terrestre” pós-milenial na ótica escatológica, significando que eles esperam criar um céu na terra antes da segunda vinda de Cristo que ocorrerá após o milênio em Apocalipse 20:1–10. Isto é evidente em boa parte do pensamento por detrás do Reconstrucionismo Cristão.[33] Entretanto, deve-se destacar, nem todos os membros da direita religiosa estão coesos em uma visão única do “milênio”[34] ou dos ideais do reconstrucionismo; tanto católicos quanto protestantes conservadores defendem visões diferentes entre si, com a Igreja Católica favorecendo um amilenianismo agostiniano, “igualando a igreja cristã com o Milênio realizado e postergando a segunda vinda de Cristo em um futuro não iminente.[35]
Historicamente, é um ponto crítico que os cristãos conservadores tinham um lugar respeitável na educação superior até pouco antes da 1ª Gerra Mundial, e, como tal, tinham, também, uma presença sociopolítica correspondente por padrão. O impacto radical que 1ª Gerra Mundial teve na sociedade mudou a opinião pública grandemente no que concerne a Deus e a religião de tal modo que requereu uma reação por parte do cristianismo. O fundamentalismo estadunidense fora, então, uma resposta correlata onde os conservadores se retiraram da esfera pública dos anos 1920 a 1970, especialmente após seguidas derrotas aos olhos do público em disputas sobre a evolução em escolas públicas.[36] A iteração atual do cristianismo conservador por meio da direita religiosa tem sido quase erradicada por completo do ensino superior desde os anos 1920, e é muito pouco provável que el consigam retornar com alguma força no século 21 por diversas razões, deixando a primazia acadêmica primariamente para a esquerda religiosa desde os anos 1930 até 1969, e finalmente, então, para a esquerda secular,[37] situação que continua hoje. A maioria das universidades seculares tendem à esquerda no século 21.
Com as considerações acima em mente, se um ano fosse dado como a data de nascimento oficial para a direita religiosa, seria 1980, quando candidato republicano à presidência Ronald Reagan disputou a presidência e venceu, e o Partido Republicano de Reagan adotou um pouco das questões promovidas pela direita cristã expressadas por indivíduos como o popular evangelista Jerry Falwell que fundou a Maioria Moral.[38] Embora deva ser destacado que os impulsos conservadores da linha mais fundamentalista ou dos cristãos protestantes conservadores têm se inserido na politica antes no século XX, eles nunca se uniram como a Maioria Moral e Coalizão Cristã se uniram com o Partido Republicano após 1980.
Particularmente, até 1980, os católicos eram majoritariamente democratas, conforme ilustrado pelos políticos católicos como esperançoso presidencial Al Smith em 1928 e John F. Kennedy em 1960. Entretanto, após 1980, atravessando a década seguinte, diversos católicos se juntaram aos cristãos republicanos conservadores na direita, uma relação que se tornou atrativa em vista de partilharem posições similares contra o aborto e o casamento gay. Todavia, o cenário moderno da direita religiosa não pode ser descrito, com precisão, até 1980, quando católicos conservadores começaram vagarosamente a se juntar aos protestantes conservadores em torno de uma bandeira mobilizadora sociopolítica, do Partido Republicano e do seu candidato, o não muito querido Ronald Reagan.
Seria negligente, nesta altura, não mencionar um dos motivos primordiais que, realmente, deram impulso à direita religiosa rumo ao primeiro lugar, e que seria o envolvimento do presidente democrata evangélico politicamente liberal Jimmy Carter (embora não fora ele quem começara) em usar o IRS (Internal Revenue Service [Serviço de Arrecadação Interno—a “Receita Federal”]) do governo dos Estados Unidos para desagregar algumas escolas cristãs conservadoras como a Bob Jones University nos anos 1970.[39]
Ademais, apesar desta escolha muito infeliz feita para iniciar o seu ativismo político aos olhos da opinião pública, a direita religiosa enfatizou, também, diversas outras questões delicadas e mais controversas, tais como o envolvimento do governo com o aborto e o casamento gay, junto com oração e o ensino do criacionismo contra o evolucionismo em escolas públicas. Coletivamente, essas últimas questões são a razão real do envolvimento da direita religiosa ter-se tornado politicamente influente, e, de fato, para a maioria dos membros eventuais do movimento, essas últimas questões constituem a razão real da direita religiosa ter crescido entre o cristianismo em geral. Interessantemente, pode-se, com precisão, afirmar que a direita religiosa ganha sua relativa força sociopolítica apenas por sua natureza proativa contra o secularismo e a esquerda religiosa. Quanto a esquerda está inativa, a direita raramente consegue apoio da população em geral.
O futuro da direita religiosa é difícil de predizer. Dado o que será compartilhado abaixo sobre a esquerda religiosa, em conjunto com o que tem sido destacado anteriormente acerca fragmentação geossocial crescente[40] nos Estados Unidos, parece que a direita religiosa continuará, e durará, mas em diálogo e coexistência controversa crescente com a esquerda secular e a esquerda religiosa.[41] Simplificando, a direita religiosa não penetrará de forma semelhante tão profundamente nas cidades populosas onde a esquerda secular e a esquerda religiosa são dominantes no primeiro quarto do século 21.[42]
2.2. A Esquerda Religiosa
No lado oposto da direita religiosa, como indicado anteriormente, existe, agora, ainda, uma crescente esquerda religiosa[43] que se alinha muito proximamente como o Partido Democrata nos Estados Unidos em 2015.[44] Como Steven Shiffrin recentemente destacou: “Embora os meios de comunicação tendam a ignorar, há uma forte esquerda religiosa nos Estados Unidos.”[45] Como tal, embora a esquerda religiosa seja um movimento mais complexo,[46] e tem sido menos organizada em vários pontos do que a direita e, portanto, frequentemente ignorada, eu sugeriria em conjunto com Daniel Flynn que tem, de fato, raízes históricas tão profundas quanto a direita que contribui diretamente para o modelo de polarização política contemporânea nos Estados Unidos.[47] Em contraste com o(a) “evangelho moral/jurisdição capitalista” da direita (livre-iniciativa, oposição jurídica ao casamento gay, antiaborto, apoio ao criacionismo e a oração nas escolas), o evangelho da esquerda pode ser encapsulado na frase: a(o) “prosperidade econômica/evangelho social” que busca pela graça do “bem comum” da sociedade.[48] Está primariamente preocupada com diminuição da pobreza, amenizar as desigualdades sociais de vários tipos e resolver vários outros tipos de problemas sociais,[49] em adição a outras preocupações globalistas contemporâneas como a mudança climática[50] e o amplo ecumenismo (multi-fé).[51] Seu personagens-chave, em anos recentes, têm sido Jim Wallis[52] e Ron Sider. Outros nomes incluiriam Mark Noll,[53] Randall Balmer,[54] Brian McLaren e David Gushee.[55]
Seguindo-se à retirada da direita fundamentalista da esfera pública e a declinante influência dos anos 1920 aos anos 1970, as igrejas protestantes de linha mais liberal durante este período constituíram o que poderia ser chamado de a esquerda religiosa nos Estados Unidos. Eles exerciam uma influência significativa no ensino superior, enquanto fora dos Estados Unidos esquerda religiosa manifestou-se em uma forma ainda mais radical de ativismo social direto por meio da teologia da libertação.[56] Enquanto é frequentemente verdadeiro que a esquerda religiosa é mais teologicamente liberal em tempo presente devido a seu relacionamento com igrejas de linhas liberais no século 20 que abraçaram a evolução teísta, etc., este não é necessariamente o caso historicamente, nem na atualidade. É possível para um adepto da esquerda religiosa ser teologicamente conservador (sustentando que a direita apoia-se em visões sobre questões morais e teológicas), mas a esquerda é muito mais sociopoliticamente interessada em questões econômica, tanto que suas vertentes esquerdistas, em geral, dominam suas afiliações políticas.[57] Deve ser observado, entretanto, que tais perspectivas dipolares dentro da esquerda estão se tornando cada vez mais difíceis de manter quando a esquerda secular posiciona-se mais firmemente em visões mais naturalmente compatíveis com a teologia liberal e com valores morais. Ademais, embora hajam tendências libertárias entre alguns esquerdistas, da mesma forma como a direita, tais libertários aplicam, tipicamente, suas visões exclusivamente à tão falada moralidade pessoal e não a teorias socioeconômicas.
É importante enfatizar que, diversas vezes, a esquerda e a direita religiosa estavam, às vezes, nos mesmos grupos e pessoas até 1980 e o desenvolvimento de nossas identidades sociopolíticas contemporâneas, até mesmo antes das guerras culturais começarem, e ambos os lados têm vozes que encorajam a liberdade religiosa, mesmo diferindo levemente em suas definições.[58] A natureza complexa desta história é parte da razão do porquê muitos hoje continuam confusos, e a geração anterior de enganos de ativistas cristãos (tais como William Jennings Bryan e o presidente dos Estados Unidos Woodrow Wilson) como precursores da direita religiosa,[59] quando eles podem ter sido tão extremos quanto esquerdistas pelo uso atual do termo.[60] Para ajudar a esclarecer este ponto, geralmente, parece verdade que a maioria dos esquerdistas até 1980 identifica-se, prontamente, com o pós-milenialismo, a ideia de que Cristo retornaria após termos aperfeiçoado as coisas por mil anos aqui na terra. Esta ideia permeou as origens do progressivismo político estadunidense[61] que foi, posteriormente, traduzida, facilmente, em uma forma que os liberais compelidos pela ciência secular de hoje podem aderir. Ambas estão empenhadas em aumentar seu foco primário aqui e agora.
Não obstante, a liberdade religiosa é um ideal que moderados tanto da direita quanto da esquerda podem abraçar, é, também, bem verdade, que tendências totalitárias representam os extremos do esteriótipo tanto da direita quanto da esquerda que, de diversas maneiras, pensam, frequentemente, do mesmo modo, eles apenas aplicam seu modo similar de pensar (psicofilosófico) em relação a diferentes finalidade morais, sociais e teológicas em diferentes contextos.[62] Portanto, como Mark Edwards corretamente percebe, mesmo dentro de um alegado evangelicalismo conservador (tendência direitista) em si: “a evidência . . . mostra que a esquerda e a direita religiosa não podem ser segmentadas tão facilmente. Historicamente, ambos os partidos [religiosos] têm procurado salvar suas almas por ganhar o mundo inteiro.”[63] Novamente, desta vez mais do que apenas evangelicalismo, Michael Horton, similarmente, observa: “em muitos modos espelhando a confusão que a direita religiosa faz entre o reino da graça de Cristo com Seu reino vindouro em glória e o último com o triunfo de uma pauta particular já definida por um partido político, a esquerda religiosa emergente parece apenas inclinada a usar Jesus como um mascote para nossos próprios programas de redenção nacional e global.”[64]
Em sua manifestação contemporânea e em seu estágio de desenvolvimento, o sinal identificador da esquerda religiosa (que está intimamente ligado ao fenômeno da igreja emergente, assim como à teologia da libertação)[65] é seu abandono de um foco especial na parte moral da lei, ou os 10 mandamentos que está, agora, frequentemente, literalmente dissolvida na simplificação da lei feita por Jesus, a saber, amar a Deus de todo teu coração e o teu próximo como a ti mesmo. Em vez disso, é exatamente o conselho de Jesus ao jovem governante rico: “vende tudo quanto tens e dá-o aos pobres” (Mc 10:21) que torna-se um imperativo moral, ser imposto coercivamente na sociedade se necessário por vários meios, incluindo cobrança de impostos para implementar uma distribuição de renda igualitária.[66] A atitude espontânea da viúva que deu seu último lepto ao Senhor (Lc 21:1–4) é negligenciada por este novo imperativo visionando a riqueza, não importa como eles tenham adquirido suas riquezas. “Justiça social” é um conceito-chave crucial para a esquerda religiosa, assim como para a esquerda secular.[67]
Em adição, como mencionado anteriormente, junto a um foco maior em questões socioeconômicas em contraste com a parte moral da lei, outras questões que estão ligadas à dimensão moral dos 10 mandamentos são frequentemente, mas não sempre, reinterpretadas com um viés “liberal” pela esquerda religiosa. Por exemplo, não somente é oferecido apoio às uniões civis homossexuais em prol da liberdade religiosa, mas, até mesmo, a insistência no casamento homossexual e o encorajamento de uma cultura pró-escolha concernente ao aborto são algumas vezes encorajadas. Criteriosamente, muitos na esquerda religiosa têm, amplamente, se queixado de que “se não fosse por questões tais como aborto e casamento de mesmo sexo, que tendem a galvanizar cristãos conservadores . . . evangélicos ‘não seriam uma força constituinte do Partido Republicano. Haveriam muito mais democratas entre eles’.”[68]
A importância crescente de questões socioeconômicas no mundo, que tem sido destacada pela grande mídia recentemente, tem revigorado à esquerda religiosa.[69] Entretanto, como também mencionado anteriormente, o cristianismo esquerdista, compreendido, primariamente, como transformação socioeconômica coletiva (socialismo cristianizado) que é vista pelos esquerdistas como uma meta pública mais teoricamente concreta do que a transformação moral individual, tem existido desde o início da colonização europeia nos Estados Unidos com os peregrinos que passaram por uma transição do coletivismo para o individualismo.[70]
Com isso em mente, embora a esquerda secular tenha crescido em proeminência durantes décadas recentes, notavelmente desde os anos 1950, após a Segunda Guerra Mundial, a pauta da esquerda secular, em grande parte política e socioeconômica, é, simplesmente, uma repaginação da pauta original da esquerda religiosa.[71] Isto implica que a esquerda tem, em grande parte, sido tão igualmente influente quanto a direita, se não mais influente, no desenvolvimento da cultura e do cristianismo estadunidense. Conforme Christian Smith afirma: “o declínio organizacional do protestantismo liberal tem sido acompanhado, mais provavelmente, pela consequência do fato de que o protestantismo liberal tem tido uma maior e mais decisiva vitória cultural.”[72] Em outras palavras, “protestantes liberais têm, potencialmente, perdido a batalha por membresia [ao contrário da direita religiosa durante o último quarto do século 20], mas eles ganharam uma ampla influência cultural.”[73] Isto pode parecer paradoxo, mas este é exatamente o ponto, sugere o sociologista da religião N. Jay Demerath. Igrejas liberais foram tão efetivas em promover seus valores liberais e inseri-los na cultura popular que a membresia eclesiástica real declinou, pois a sociedade secular veio a refletir alguns dos valores centrais das igrejas liberais.[74] Smith, concordando com Demerath, destaca: “Os valores centrais do protestantismo liberal—individualismo, pluralismo, emancipação, tolerância, questionamento livre de críticas e a autoridade da experiência humana permearam de forma tão grande na cultura estadunidense que suas próprias igrejas como organizações têm dificuldades de sobreviver. . . . tendo vencido a batalha maior para moldar a cultura popular, torna-se difícil de prover uma razão forte para manter distintivamente organizações eclesiásticas liberais para continuar a promover aqueles valores agora onipresentes.”[75]
Qual Será, Então, O Futuro Próximo da Esquerda Religiosa? Bem, parece, realmente, poder crescer para competir em pé-de-igualdade com a direita religiosa, especialmente se puder aprender a navegar em seu próprio relacionamento complexo com a esquerda secular. Vale a pena destacar que assim como a esquerda secular e a esquerda religiosa primitivas ajudaram a criar a direita interferindo na sociedade em questões tais como aborto, a esquerda religiosa contemporânea organizou mais plenamente suas ideias, se não mesmo sua estrutura (é mais dominante no meio acadêmico, entretanto, herdou, ali, uma estrutura preexistente), durante a presidência de George W. Bush,[76] uma personagem muito malquista pela esquerda por causa da Guerra do Iraque e como representando tudo de ruim dos conservadores e, por implicação, o cristianismo conservador.[77] Em outras palavras, o avanço de posições mais extremas de cada lado servem para, efetivamente, motivar a criação de seu oposto. Para ilustrar o contraste, não é por acaso que após George W. Bush tem, recentemente, sido afirmado, copiosamente, que “a pessoa que simbolizou a esquerda religiosa mais do que qualquer outra foi Barack Obama,”[78] nosso atual presidente do E.U.A em 2015. O zigue-zague da cultura estadunidense parecer estar se configurando a longo prazo.
Resumidamente, parece improvável que a esquerda e a direita, de bom grado como ideologias e filosofias sociopolíticas, encontrarão, prontamente, harmonia no futuro próximo.[79] Algo externo a elas deve impulsionar uma mudança para que a unidade torne-se possível. Este é o caso por diversas razões, mas, primariamente, entre elas, é sua atitude perceptível para com o conceito e a função da ciência, um problema filosoficamente distinto. Embora opiniões possam diferir entre indivíduos, os republicanos como um coletivo são conhecidos como mais questionadores do consenso científico em diversos dos principais tópicos, não menos em filosofia e políticas econômicas, um ponto-chave do conflito entre a esquerda e a direita seculares.[80] De fato, de modo geral, “os eleitores republicanos estão unidos por seu conservadorismo econômico [liberal clássico], mas divididos por seus valores culturais. Assim como os eleitores democratas estão unidos por seu liberalismo econômico [progressista], mas divididos por seus valores culturais.”[81] Mas dentro de um cenário ainda mais amplo, o desdém aparente, ou relativo, pela ciência por parte da direita, considerado ridículo pelos secularistas esquerdistas, não tem passado em branco, e as questões em que a ciência empenha-se em multiplicar, parece que a harmonia pode ser elusiva.[82]
Voltar-me-ei, abaixo, em descrever a importância de identidades sociopolíticas denominacionais mais específicas em seu relacionamento com a direita religiosa e a esquerda religiosa de maior abrangência.
2.3. A Importância da Direita Religiosa e da Esquerda Religiosa Hoje
A importância da direita religiosa e da esquerda religiosa nos Estados Unidos é simples em seu relacionamento com identidades sociopolíticas. Alguns poucos países têm uma redução tão simplista em apenas dois grandes partidos políticos, tornando os Estados Unidos singularmente acessível para analogias e ilustrações filosóficas. Basicamente, como tem sido destacado, a direita e a esquerda vieram a alinhar-se aos partidos Republicano e Democrata, respectivamente, em 2015. Portanto, mais de um século de desenvolvimento na filosofia política religiosa nos Estados Unidos tem “simplificado/reduzido” tudo em dois pontos ou posições principais. Naturalmente, a realidade é sempre muito mais complexa do que tais simplificações, como creio ser claro para todos. Não obstante, simplificações são, também, úteis, mesmo quando a realidade é conhecida por ser mais complexa. Portanto, embora os rótulos de direita religiosa e de esquerda religiosa alinham-se facilmente como suas contrapartes políticas, o que é importante estabelecer nesta altura é que as denominações e os principais movimentos cristãos da atualidade sob os rótulos de direita e esquerda seguem, realmente, em harmonia com a divisão sociopolítica majoritária ou secular da atualidade em porcentagens estatisticamente significativas. Em outras palavras, a maioria dos grupos políticos e denominações principais têm, também, uma identidade sociopolítica singular. Isto é porque foram forçados a escolher entre um ou a perder relevância em meio à confusão aos olhos de seus membros e do público.
Por exemplo, sociologistas da religião estadunidenses sabem que mórmons e evangélicos batistas do sul são majoritariamente republicanos e conservadores em suas inclinações sociopolíticas, assim como muitas outras igrejas “evangélicas” que estão, ao menos, sobrevivendo ao ambiente culturalmente complicado dos dias de hoje. Em contrapartida, as principais igrejas protestantes tendem, fortemente, para o lado dos democratas, especialmente seus líderes, como fazem todas as igrejas carismáticas e pentecostais negras historicamente apesar de serem social e religiosamente conservadoras em algumas questões, e similarmente, diversas outras igrejas que têm se identificado com o movimento emergente inclinam, também, fortemente, à esquerda. A maioria de outros grupos de fé religiosa demograficamente menores nos Estados Unidos, semelhantemente, inclinam-se, fortemente, aos democratas, como muçulmanos, budistas, hindus e judeus que, coletivamente, talvez, tenham uma influência desproporcionalmente [menor] nos interesses especiais da sociedade orientada de hoje.[83] Um desenvolvimento especialmente importante de destacar dos dados acima diz respeito ao fato de que o tão falado movimento evangélico de maior amplitude, associado tão fortemente com a direita religiosa nos anos 1980 e 1990, tem começado a ruir com o novo movimento ecumenicamente orientado Igreja Emergente, sua prole rebelde, que inclui muitas igrejas evangélicas mais novas, tendendo fortemente para os democratas.[84] De fato, eu não estou a par de quaisquer cristãos emergentes que votam em republicanos.
De modo geral, eleitores religiosos nos Estados Unidos estão divididos quase 50/50 entre republicanos e democratas, com cristãos declarados com uma pequena margem de vantagem para a direita. Como algumas pesquisas de opinião recentemente destacaram, os dados mais recentes “colocam uma pá de cal na questão se há um ‘abismo de Deus’”[85] entre republicanos e democratas: ‘Claramente, a partir desta informação, não está apenas se encerrando. Está encerrada.’” Portanto, o abismo de Deus que muitos eruditos destacavam durante o auge da influência da direita religiosa não mais existe de forma forte,[86] e as mudanças demográficas prevalecentes nos Estados Unidos indicam que a influência da direita religiosa tradicional permanece moderada. Mais e mais estadunidenses estão se mudando para as cidades e representam várias minorias culturais/étnicas, mas nenhuma que tenha sido tão forte comparado aos evangélicos ou aos republicanos conservadores tradicionais. À não ser que hajam mudanças demográficas inesperadas nos Estados Unidos,[87] a direita religiosa operará, de fato, em uma coexistência difícil e permanente com a esquerda religiosa durante os próximos 25 anos, e continuará muito mais inclinada a ceder seu domínio inteiramente como a mais influente identidade sociopolítica religiosa, mesmo sem uma organização e uma direção superior.[88] De fato, grupos independentes primordialmente seculares na direita como o Tea Party estão escrevendo seu próprio epíteto com grupos demográficos que eles têm estado negligenciando, tais como imigrantes recentes e várias minorias não-brancas.[89]
O ponto a se destacar da situação acima, entretanto, não é simplesmente que as denominações mais notáveis alinham-se, de modo geral, com uma simples identidade sociopolítica. Eles devem agir para permanecerem relevantes aos olhos do público. Todas as denominações ou igrejas diferentes proximamente afiliadas têm ruído ou estão experienciando fragmentação severa afetando seu alcance missional que não mantêm uma preferência de ampla maioria de seus ministros e membros com uma identidade sociopolítica singular.[90] Aquelas que estão divididas sociopoliticamente estão se fragmentando e declinando mais rapidamente. Por exemplo, em algumas instâncias, como com a proeminente denominação United Church of Christ (UCC), pode-se, facilmente, compreender como eles estão batalhando com sua identidade, crescimento e influência no ambiente estadunidense polarizado de hoje quando 77% de seus ministros identificam-se como democratas, mas apenas 51% dos membros se identificam como democratas.[91] As pessoas não conhecem a “identidade” de tal igreja, fazendo delas mais irrelevantes ao “panorama”. Não é surpresa, então, que os números mostram que desde a década passada sua membresia está despencando.
Em contrapartida, os mórmons, com uma simbiose ideológica muito mais forte entre seus líderes, ministros e membros, em seu caso tendendo ao Partido Republicano, estão mantendo crescimento moderado e de sucesso.[92] Naturalmente, os sucessos demográficos focados um pouco limitada e regionalmente do mormonismo deve ser avaliado como tal, ele alcançam certos grupos efetivamente, e outros muito inefetivamente. Por exemplo, é difícil para eles converter democratas. Similarmente, o movimento Igreja Emergente, embora esteja, agora, compreendendo suas dores do crescimento esperadas, tem, todavia, feito muito sucesso crescente nas últimas duas décadas em parte devido a sua identidade sociopolítica clara, compartilhada e próxima dos democratas.
De modo geral, então, os movimentos eclesiásticos significantes e de crescimento mais rápido nos Estados Unidos têm uma identidade sociopolítica unida. Igrejas que estão divididas sociopoliticamente estão decaindo ou diminuindo. Há, entretanto, um conjunto de exceções notáveis que voltar-me-ei agora.
3. A Teia de Aranha Sociopolítica
Qual é a relevância de tudo isso para os adventistas do sétimo dia? Há vários meios possíveis de responder esta questão. Sobretudo, dentre tais respostas está que adventistas estadunidenses e católicos partilham, muito proximamente, de uma identidade coletiva marcante que é algo pouco comum no mundo religioso para os grandes grupos religiosos eclesiasticamente unidos que estão prosperando de modo geral e que é valoroso destacar como o adventismo emerge como uma identidade religiosa mundial proeminente, tornando-se a oitava maior identidade religiosa internacional. Membros adventistas e católicos estadunidenses estão igualmente divididos em sua identificação ou inclinação de cosmovisão sociopolítica secular (quero aqui enfatizar que a maioria dos adventistas, como a maioria dos cristãos, clamam uma independência do mundo político; não obstante, mesmo em artigos onde tal independência é afirmada, não é difícil identificar as tendências).[93] Membros católicos e adventistas estadunidense estão divididos pela metade (é uma generalização grande, mas precisa o suficiente) entre favorecer e enfatizar políticas democratas ou republicanas nos últimos 10 anos.[94]
De fato, de todas as principais identidades religiosas estadunidenses (denominacionais) que não estão em declínio significativo, apenas o adventismo e o catolicismo têm conseguido amenizar a tempestade enquanto mantendo tal polarização sociopolítica. Apesar dos membros individualmente estarem igualmente divididos em suas inclinações à direita ou à esquerda, o catolicismo e o adventismo têm conseguido manter uma identidade eclesiástica relativamente forte e crescem nos Estados Unidos (mesmo o adventismo estadunidense se desdobrando relativamente como todas as igrejas).[95] As únicas outras identidades religiosas estadunidenses fazendo algo próximo do adventismo e do catolicismo têm sucumbido às pressões para envolverem-se como apenas uma identidade sociopolítica, ou direita ou esquerda. Até mesmo os principais movimentos ecumênicos devem posicionar-se apenas com um ou com outra, com igrejas conservadoras se unindo e as igrejas liberais fazendo o mesmo! Isto significa, naturalmente, que os católicos estão singularmente bem posicionados para adaptar-se ou a inclinação à direita ou à esquerda dos movimentos ecumênicos.[96]
Embora não existam números precisos para católicos ou adventistas estadunidenses e suas inclinações sociopolíticas, como um estudo por amostragem indica (junto a minhas próprias observações durante os últimos 15 anos na muito diversa escola adventista da Andrews University), adventistas votam aproximadamente em harmonia com a população geral,[97] seguindo, inclusive, os estereótipos em larga escala da população (i.e., se você não fosse adventista, como você votaria depende simplesmente de onde vem o seu contexto demográfico. Se você se enquadra no perfil de um republicano ou democrata, as chances são, respectivamente, altas de como votará como um adventista). Sendo claro, ser ou tornar-se um adventista não faz, aparentemente, nenhuma diferença em como você enxerga o mundo sociopolítico. A teologia adventista não cria uma cosmovisão sócio, política, econômica e cultural adventista estadunidense unificada; em vez disso, nossa diversidade crescente tem nos deixado fragmentados em um ambiente político secular cada vez mais polarizado. Um fenômeno muito curioso, e lamentavelmente um que mantém muitos adventistas intelectualmente divididos no âmbito socioeconômico da nossa cosmovisão, se não também em algumas questões teológicas, à medida que, inevitavelmente, eles, eventualmente, estejam inter-relacionados (devo me adiantar em acrescentar que alguns teólogos conservadores são politicamente esquerdistas, embora poucos teólogos liberais inclinam-se politicamente à direita. Com isto em mente, concordo que “não há uma correlação fácil entre teologia e posicionamento político,”[98] mesmo as estatísticas revelando tendências e perfis interessantes).
A situação acima e os “fatos” são, acredito eu, algumas das razões mais complexas para a polarização e a fragmentação atual do adventismo estadunidense teologicamente; não temos desenvolvido nenhum meio sistemático de como nossa teologia influencia nossa cosmovisão de forma geral no âmbito da teoria e da prática socioeconômica. Isto não é necessariamente, em si, uma coisa ruim![99] Ademais, levanta, também, a questão de quão cuidadosamente os adventistas realmente refletem da relação entre teologia, filosofia e sociedade. Somo pensadores, ou meros refletores, das ideias de outros homens?[100] Se não queremos, como adventistas, ter uma cosmovisão socioeconômica, deve, então, haver razões para isto que não temos, ainda, explorado formalmente. Até agora, parece que somos refletores, não pensadores, sucumbindo à influência de quaisquer novas fontes que preferirmos e, portanto, escorregando, ou a passos pequenos, em direção à teia de aranha sociopolítica, tornando-nos presas fáceis para sermos pegos em armadilhas.
Entretanto, como claramente destacado anteriormente, não estamos sozinhos em nossa fragmentação. A divisão anterior assegura-se verdadeira para os autoidentificados como católicos estadunidenses que têm, também, interessantemente, apoiado, sempre, o vencedor das últimas eleições presidenciais estadunidenses, não importa o partido que eles representassem (exceto em 2000, quando católicos apoiaram o vencedor por voto majoritário popular Al Gore, mas George W. Bush venceu no segundo mandato devido ao colégio eleitoral), de Ronald Reagan a George W. Bush (primeiro mandato) a Bill Clinton e Barack Obama.[101] Os católicos conhecem, e fazem, um vencedor. Como George Neumayr destacou: “Barack Obama chegou ao poder não apesar da Igreja Católica, mas, em parte, por causa dela.”[102]
Importantemente, nesta nota, é importante mencionar que embora líderes católicos estadunidenses tenham tido um estereótipo “conservador/republicano” pela maioria dos adventistas estadunidenses nas últimas décadas por causa de duas questões polêmicas de “guerra cultural”, casamento gay e aborto, que alinhavam-se, muito bem, com a pauta do Papa Bento XVI, o atual Papa, Francisco, é muito mais inclinado à esquerda e tem, também, sido saudado como acima de tais guerras culturais, um Papa que pode unir os católicos de vertentes católicas tanto mais à esquerda quanto mais à direita. O Papa Francisco tem seguido adiante em sua aparente iniciativa de unir, tornando-se, interessantemente, o primeiro papa moderno a explicitamente mencionar a importância política de questões de guerra cultural como casamento gay e aborto, enquanto, ainda, mantendo a ortodoxia teológica.[103] Algumas atitudes têm alavancado sua popularidade tremenda após os primeiros dois anos como o Pontífice.[104]
Entretanto, deve-se, também, destacar que, pela primeira vez na história moderna, uma parte da “direita religiosa” afiliada aos católicos conservadores da era de Patrick Buchanan estão descontentes com seu novo Papa, Francisco.[105] Muitos têm, abertamente, expressado seu desapontamento e suas críticas[106] aos sentimentos econômicos “esquerdistas” do Papa, assim como sua inclinação esquerdista aparentemente teológica. Francisco parece ser muito mais “socialista”[107] do que eles estão acostumados, o que tem, também, sido destacado por vários comentaristas midiáticos populares da direita secular como Rush Limbaugh que tem afirmado que “marxismo puro” está “saindo da boca do papa.”[108]
De fato, alguns veem o Papa Francisco como, simplesmente, a maior ameaça emergente que poderia desafiar a existência da direita religiosa tradicional.[109] Quando Francisco afastou um dos mais destacados críticos do aborto e do casamento gay nos Estados Unidos, o conservador Raymond Burke da Congregação dos Bispos, sinalizou uma mudança na abordagem católica para com a situação estadunidense, uma mudança para aqueles que estão menos “excessivamente envolvidos em guerras culturais.”[110] Como tal, parece que apesar de alguma incerteza, os sentimentos mais populares predominantes hoje apontam o Papa Francisco como um grande unificador[111] capaz de ajuntar tanto a esquerda quanto a direita, significando, aqui, republicanos e democratas católicos[112] e não católicos, representando uma maioria esmagadora (92% dos católicos estadunidenses e 69% de não-católicos) da aprovação popular[113] e tornando-se a Pessoa do Ano da Revista Time em 2013. Parece que a imagem pública do catolicismo tem-se recuperado de seus escândalos com seus sacerdotes e o comportamento inapropriado deles.
A popularidade geral acima é ainda mais evidenciada pelo convite recente ao Papa Francisco para falar diante do Congresso dos Estados Unidos em uma sessão conjunta pela primeira vez, um corpo político onde os deputados e senadores católicos estão divididos quase meio a meio entre republicanos e democratas.[114] Naturalmente, o convite veio do atual líder principal da Casa Republicana de Deputados, John Boehner, um católico, e foi apoiado pelo líder minoritário democrata Nancy Polosi, também católico.[115] Em um tempo de polarização política e retórica incríveis em nosso país, esses dois oponentes políticos encontraram um ponto comum em sua aprovação geral do Papa Francisco.
Se há um grupo que é consistentemente cético e crítico à pauta do Papa Francisco é a ala republicana Tea Party, o grupo estadunidense mais conservador/libertário dos ativistas políticos.[116] Sua oposição direta a Francisco, entretanto, está sendo minada pela euforia generalizada de um papa popular capaz de unir pessoas. Embora o futuro continue incerto em seus detalhes precisos, continuo cético que Francisco possa, realmente, unir a direita e a esquerda estadunidense como alguns especulam, mesmo que, ao menos superficialmente, ele demonstre que uma simples personagem pode ser popular com alguns membros de ambos os lados.[117] Mas, no fim, alguma posição deve ser dada entre a esquerda e a direita, e qual poderia ser é a questão.
A razão para um olhar mais acurado sob a unidade superficial de Francisco parece prover que a esquerda e a direita estadunidense se depara com o fato que a divisão esquerda-direita no catolicismo estadunidense em si não é um fenômeno meramente superficial. Atinge muito profundamente sua filosofia, particularmente, no nível socioeconômico.[118] Católicos estadunidenses estão profundamente divididos entre conservadores econômicos e liberais econômicos.[119] Como tal, alguns teólogos católicos sustentam que “a divisão política básica nos Estados Unidos representa, meramente, duas iterações de [falso] liberalismo—a busca da autonomia individual ou na esfera social/pessoal (liberalismo) ou no âmbito econômico (“conservadorismo”—melhor designado como liberalismo de mercado).”[120] Novamente, ambos estão, ultimamente, malquistas na visão de alguns filósofos e teólogos católicos que são teologicamente ortodoxos, mas altamente críticos da direita religiosa.[121] Alguns teólogos católicos, tais como David L. Schindler, afirmam que “um sistema econômico em si já incorpora e, de fato, é, também, uma teologia, uma antropologia e uma cultura.” A compreensão de Schindler do liberalismo estadunidense tradicional, até mesmo de nossos pais, é que se trata de uma falsa teologia que nega a liberdade,[122] baseada na compreensão iluminista falsa da razão autônoma e do despertar da ciência determinista clássica que predomina no mundo moderno.
Se um sumário puder ser feito, sob a luz da direção que o Papa Francisco tem dirigido a Igreja Católica, parece que o apoio dual católico para as políticas e ênfases republicanas e democratas parecem permanentes. Se para algum lado, a Igreja Católica inclina-se à esquerda, não à direita![123] Apenas em questões de aborto, contraceptivos e casamento homossexual a Igreja Católica tem alguma pauta que são consideradas posições tradicionalmente republicanas durante a era da direita religiosa. Em questões de preocupação socioeconômicas, como pobreza e ação governamental na redistribuição de renda,[124] sistema universal de saúde[125] e questões globais como suposta mudança climática antropogênica ou aquecimento global,[126] assim como outras questões como evolução de longa data que a maioria da ala da direita fundamentalista se opõe, a Igreja Católica tem, solidamente, se posicionado como uma bandeira democrata progressista/liberal e duvido muito que ela mudará em qualquer destes aspectos, pois apoiá-los garante ao catolicismo uma maior influência sobre a sociedade. Quando se trata de filosofia econômica, a saber, o melhor modo de realizar as pautas acima, os católicos estadunidenses estão, como destacado anteriormente, profundamente divididos, mas tendem, de todo modo, geralmente, à esquerda, o que é importante porque o esquerdismo socioeconômico é mais conduzível ao controle totalitarista.[127] Tamanha realidade deve moderar a preocupação de alguns, especialmente em círculos adventistas, de que os católicos estão para se unir com a direita religiosa ou, mais particularmente, com os membros religiosos do Tea Party para criar a lei dominical.[128] Simplificando, é muito mais complicado do que parece e compartilhar esta narrativa simplista repetidamente em nossos materiais evangelísticos e de apoio não é útil e nem ajuda, nem entra nas questões culturais e filosóficas mais profundas e importantes em jogo.
É o desejo deste autor que mais adventistas busquem por questões filosóficas relacionadas ao libertarianismo, que é um campo mais complexo e fértil do que muitos entendem[129] e, geralmente, foca-se menos em questões de liberdade religiosa e política quando elas são discutidas dentro da teia de aranha sociopolítica principal. Note que eu não estou endossando o libertarianismo em si, mas sugerindo, em vez disso, que devemos fazer mais esforços para entendê-lo. As questões socioeconômicas de nosso mundo estão cada vez mais complicadas do que a sociedade poderia imaginar.[130] Caminhando em direção à teia de aranha da economia e da sociopolítica, é fácil, também, ficarmos presos e, eventualmente, nos tornar uma presa. Devemos evitar tais situações e dilemas falsos. Em lugar disso, dentro de uma discussão filosófica mais profunda e renovada que esteja mais perto da realidade do que as interpretações simplistas encontradas no que a esquerda e a direita nos permitem, acredito eu, o papel central do evangelho e da espiritualidade pessoal dentro das mensagens dos três anjos de Apocalipse 14 a soar de forma mais clara.
3.1. O Adventismo na Teia de Aranha
No que diz respeito ao adventismo, em particular, há muitas consequências da teia de aranha sociopolítica, nada mais importante, talvez, do que a confusão extrema que nossa geração mais jovem experiencia em compreender o que significa “pensar” e “ver” o mundo e a igreja como um adventista vivendo, particularmente, nos Estados Unidos. Em um sentido holístico, qual é a “cosmovisão adventista”? É um erro assumir que a metanarrativa do Grande Conflito[131] provê uma cosmovisão holística, completa e clara quando pensadores tendem a seguir uma; em outras palavras, isso nos diz como ver questões econômicas dentro e fora da igreja: deveríamos ser austríacos ou kenesianos? Uma cosmovisão contém mais do que uma metanarrativa teológica como o Grande Conflito normalmente costuma ser discutido. Uma cosmovisão remete-se a questão de que as ideologias sociopolíticas remetem-se: questões de economia, justiça social, liberdade religiosa, relações exteriores, a natureza da matemática, etc (números sendo o exemplo ideal de Platão inspirando seu infame “dois mundos”). A questão de como todas essas temáticas e disciplinas devem ser abordadas a partir da narrativa do Grande Conflito ainda não tem sido articulada, encorajando, portanto, nossas divisões presentes nas temáticas “secundárias” acima.
Portanto, um desenvolvimento e um esclarecimento maior da profundidade do Grande Conflito pode provar-se útil. Se o Grande Conflito fosse compreendido como uma cosmovisão holística, deveria prover uma orientação sociopolítica (qualquer forma que essa orientação possa tomar!). Quem sabe. Mas descubro que cada vez mais jovens e adultos adventistas professos não têm nenhuma resposta definida às questões acima, ou suas respostas conflitam diretamente com outras quando nossas simpatias se voltam para as narrativas que nos contam por meio da grande mídia que favorece à esquerda ou à direita. Então, na atual conjectura, posso apenas compartilhar, como de costume, com meus amigos adventistas: seus amigos adventistas que são, respectivamente, antirrepublicanos ou antidemocratas, não vão se afastar de você. Temos que aprender a conviver. Estamos, firmemente, presos na teia de aranha da identidade sociopolítica. Devemos estar conscientes do fato que estamos partilhando nossa mensagem adventista no contexto de duas narrativas sociopolíticas em competição a respeito da condição e da direção dos Estados Unidos. Tome uma questão politicamente polarizada, por exemplo, como o aborto, e você verá adventistas, até mesmo de convicções teológicas variadas (não é simples uma divisão entre teólogos conservadores e liberais), posicionados, firmemente, em ambos os lados da questão, com cada um buscando a relevância da questão dada, incluindo liberdade religiosa, etc., que é por onde políticas seculares entram na briga.[132] Não obstante, apesar dos desafios mencionados e da nossa cosmovisão herdada se simpatizar com o que levamos à igreja, nunca devemos ser conhecidos como a Igreja Adventista Republicana ou Democrata.
Isso me faz concluir esta seção com algumas questões em aberto que espero que os adventistas ponderem: por que os adventistas e católicos são especialmente capazes de continuar vibrantes diante das tensões prevalecentes nas identidades sociopolíticas estadunidenses dominantes? Salvo exceções, isto é interessante precisamente porque não é a tendência que tem recentemente estado ocorrendo em vários outros grupos sócio-religiosos significativos nos Estados Unidos. Este ponto não pode ser enfatizado clara e suficientemente. Eu não consigo, mas é de se maravilhar se isto for porque ambos os lados são necessários para observar o cenário holístico, mesmo se ambos estando incompletos? Porventura adventistas têm um trabalho filosófico ainda remanescente diante deles. Catolicismo, como um sistema filosófico, compreende a natureza holística da realidade muito bem, realidade demonstrada em discussões de alto nível concernentes às suas divisões atuais nos Estados Unidos. Todo o remanescente é o seu processo final de harmonização dentro do contexto estadunidense. Acompanharão os adventistas o ritmo deles e terminarão de desenvolver nossa resposta final?[133]
Se eu puder, também, oferecer uma outra questão provocadora: os católicos têm um papa para assegurar a unidade apesar de sua confusão sociopolítica estadunidense. Não temos um papa. Podemos continuar a lidar com a polarização política que nenhum outro grupo protestante tem conseguido lidar e crescermos enquanto mantendo a simpatias sociopolíticas duais de forma desenfreada com nossos membros? Adventistas frequentemente discutem nossas tensões e diferenças teológicas atualmente existentes. Eu proporia que, no âmbito da nossa cosmovisão sociopolítica, estamos, também, divididos, e isto é, em diversos pontos, mais significante porque interfere em como fazemos teologia, implementamos nossos programas evangelísticos e desenvolvemos os princípios filosóficos fortalecendo nossas estruturas educacionais e organizacionais, em outras palavras, como a igreja trabalha no âmbito humano.
Dado que os Adventistas acreditam que a mensagem dos três anjos de Apocalipse 14:6–12, junto a Apocalipse 12:17, e o seu chamado para todos conhecerem o testemunho de Jesus e guardar os mandamentos, são de natureza global, é, provavelmente, uma coisa boa que os Adventistas estejam um pouco divididos no que diz respeito às inclinações sociopolíticas, o que ajuda-nos na evangelização de um mundo e de um país, os Estados Unidos, que é muito polarizado. Os adventistas podem expressar inclinações honestas com aspectos da direita e da esquerda, enquanto esperançosamente não adotando suas filosofias na íntegra.[134] Mas podemos dizer “eu compreendo” a sua forma de pensar para alguém. Nem todas as denominações podem fazer isso. O catolicismo, naturalmente, é a outra exceção notável. O fato das duas poderem fazer isto, é claro, levanta algumas questões interessantes sobre a natureza das duas igrejas que oferecem as cosmovisões alternativas mais filosóficas e teológicas holísticas para o mundo no fim do tempo.
4. O Futuro da Sociopolítica Cristã e A Ascensão do Cristianismo Global
Após a leitura acima, pode-se maravilhar o que o futuro reserva para o cristianismo estadunidense, enquanto continuamos a contender em nosso ambiente sociopolítico polarizado. Eu não acredito que, em si, haja qualquer reconciliação possível por meio de um diálogo contínuo. Permanecessem a direita e a esquerda fiéis aos seus propósitos, seriam incompatíveis, filosoficamente, pelo menos, certamente, no mundo secular. Nem acredito eu que haja evidência sólida de que uma facilmente ofuscaria a outra em qualquer momento em breve. Nem a direita religiosa, nem e esquerda emergente, clamarão vitória sobre a outra. Embora elementos de cada uma delas partilhem de uma base filosófica comum com o platonismo grego, elas são, também, antitéticas uma a outra nos meios críticos em como são aplicados; a direita, além disso, têm elementos não-platônicos e a natureza da história no mundo acadêmico e intelectual parece ressuscitar esses diferentes pontos em uma base contínua. Apesar dos esforços que os líderes da direita religiosa e da esquerda religiosa podem empregar para unir-se, a direita secular e a esquerda secular continuarão a promover e inspirar divisões entre a sociedade. Anti-cientificismo libertário e o cientificismo totalitário são incompatíveis. Então, com isso em mente, nesta seção, eu gostaria de oferecer algumas sugestões sobre como eu vejo o andar da carruagem. Agora é a hora de explorar, brevemente, as consequências filosóficas da nossa situação com um quadro global mais amplo em mente.
Não obstante, o carisma unificador do Papa Francisco e o status quo nos Estados Unidos apontam para a continuação da divisão e da polarização, mesmo entre os católicos. Portanto, se a direita e a esquerda não podem se unir como cristãos nesta era moderna na cristandade (nações forte e culturalmente influenciadas pelo cristianismo), então, algo ou alguém podem uni-las externamente, de forma agradável ou não. Eu acredito que qualquer união entre os dois lados só é realmente possível pela iniciativa de ideologias e eventos externos que conflitam com o cristianismo de forma geral. Precisamos olhar para além dos Estados Unidos para ver o que está indo de encontro ao cristianismo a partir de uma perspectiva global. Diversas obras provocativas foram escritas recentemente discutindo o futuro do cristianismo estando aparte das divisões internas no cristianismo ocidental e estadunidense, a direita e a esquerda.
Particularmente, o filósofo e teólogo cristão Carl Raschke, acuradamente ciente da direita religiosa e da esquerda religiosa estadunidense, oferece uma salva como avaliação enquanto descrevendo o quadro global. Citando-lhe na íntegra:
“Do ponto de vista de Deus, a ‘abominação da desolação’ na cultura contemporânea não se encontra no nível de sofisticação, ou pureza, a ponto de supostamente comprometer como sabemos o que sabemos ou não sabemos o que sabemos. Isso é arrogância teológica e autoengano. É a construção de um modismo intelectual autocongratulatório e porco, que se encontra tanto na religião liberal quanto conservadora no santo templo da fé cristã. Precisamos virar o jogo e vencer não apenas os donos do jogo—os gurus do crescimento que se infiltram e arruínam as igrejas evangélicas—mas, também, os negociantes em moeda corrente que transformam a ekklēsia de Deus em um bordel de modismos culturais e filosóficos em vez de uma genuína casa de oração; precisamos abrir os nossos corações e as nossas mentes para uma relação genuína com o Senhor.
Os negociantes, lamentavelmente, não têm hostes apenas na direita, mas são, também, cada vez mais encontrados na esquerda. Um cristão pós-moderno que queira se manter fiel ao evangelho precisa navegar cuidadosamente, não saindo da estrada em direção ao penhasco ao lado. No cristianismo estadunidense, muito do debate sobre moderno/pós-moderno e convencional/emergente desvirtuou-se em apenas mais uma disputa nas guerras culturais contemporâneas com tonalidades políticas inconfundíveis mimetizando campanhas familiares bizarras.
A liderança do movimento emergente tem cada vez mais empurrado o discurso do que significa seguir a Jesus para o que pode significar seguir a pauta política do Comitê Nacional Democrata. Se a crítica da já decadente direita religiosa era de que não se pode tornar Jesus um republicano, é igualmente verdade que não se pode, simplesmente, convertê-lo em um democrata. . . . Em muitos aspectos a esquerda religiosa emergente é apenas uma casa de diversões de espelhos da direita religiosa; ela é definida pelo seu espírito oposicionista e um tipo de incredulidade agressiva/passiva sobre o que está à espreita lá fora, no mundo em geral. As guerras culturais não cooperam mais para a ascensão do cristianismo global do que [uma] . . . luta sectária.”[135]
Raschke compreende, claramente, que cristianismo dominante está momento de crise, tanto nos Estados Unidos quanto, ainda mais drasticamente, em nível global. É uma batalha para definir sua identidade. Ainda, através desta luta contínua, está, também, enfrentando um novo desafio, um desafio único na história do cristianismo, quando finalmente se aproxima do seu objetivo de compartilhar a mensagem do Evangelho por todo o mundo (Mt 24:14). E não é o secularismo, ou ao ateísmo, que é o desafio principal do cristianismo em escala global.
Raschke observa que em toda a história do cristianismo, este tem “florescido porque fora capaz de absorver . . . em vez de expulsar muitos elementos do arco-íris contínuo das religiões mundiais que predominavam na época. A natureza impressionante deste feito não tem, frequentemente, sido apreciada por estudiosos cristãos de todos os matizes.”[136] Sem criticar como isso pode ter afetado negativamente a pureza da teologia cristã, o ponto de Rasche é histórico e sociológico. O cristianismo frequentemente se deparava com religiões que tinham se desenvolvido de forma independente e fora capaz de derrotá-las ou absorvê-las cultural e filosoficamente. O cristianismo provou ser mais atrativo e lógico. No século 21, entretanto, um tópico controverso como pode ser, o cristianismo encontrou uma cultura e uma religião que é, especificamente, resistente a ele: o Islã; sendo, esta, a única grande religião mundial que fora formada, em parte, como uma resposta ao cristianismo.[137]
As consequências disso são óbvias. A busca do cristianismo dominante para evangelizar o mundo, para se tornar um cristianismo globalizado como Rashke colocou, encontrou seu primeiro grande tropeço na chamada Janela 10/40, que representa o Norte de África, Oriente Médio e em partes do sudeste da Ásia, onde uma parcela significativa da população mundial vive e onde as projeções do recente estudo da Pew Research indicam que o crescimento da população será o mais rápido [de todos] nas próximas décadas.[138] Adeptos do Islã, principalmente através de taxas de natalidade, deverão crescer em até 1 bilhão de pessoas nos próximos 40 anos, representando ao “cristianismo global” um desafio contínuo e crescente a medida que os muçulmanos continuam a ser os mais difíceis a converter-se ao cristianismo.
Simplificando, o impulso evangelístico do cristianismo através de “missões—se pela velha-guarda ou pelos pós-modernos—. . . tem sido incapaz de lidar com o desafio do Islã”[139] que predomina na região da janela 10/40. Desnecessário dizer que a violência não tem utilidade como parte de qualquer solução para este desafio para o cristianismo ou para o ocidente; no entanto, muitas forças seculares podem sentir ser necessário, às vezes, à luz da recente onda de violência demonstrada por certos grupos islâmicos. (Observe, com interesse, que alguns líderes católicos estão começando a defender uma ação militar para impedir atrocidades cometidas por muçulmanos contra os cristãos,[140] por conseguinte, talvez não seja nenhuma surpresa considerando as declarações diretas dos muçulmanos mais radicais contra o catolicismo).[141]
Raschke, e outros, como o historiador Philip Jenkins, estão todos, também, conscientes de que a janela 10/40, a “‘janela de resistência’ para as missões e o evangelismo cristão,” contém países e culturas que são predominantemente muçulmanos.[142] Após os eventos do 11 de setembro em Nova Iorque, e uma onda de interesse no Islã nos principais noticiários dos Estados Unidos e do Ocidente, Raschke escreve que “o iminente choque” que definirá o futuro do cristianismo será “entre as duas placas tectônicas históricas/religiosas que compõem as visões cristãs e islâmicas de justiça e dos dias finais. O dado foi lançado e estamos ignorando esses presságios por nossa própria conta e risco.” Assim, para “explorar . . . o que o cristianismo encarnacional global poderia vir a parecer, precisamos examinar a profundidade do desafio que poderíamos vir a enfrentar. Temos de enfrentar o desafio do que vem sendo chamado de reavivamento islâmico pós-moderno.”[143] Similarmente, Jenkins observa que “na virada do terceiro milênio, lealdades religiosas estão na raiz de muitas guerras civis e violência política contínuas, e, na maioria dos casos, a divisão crítica é a velha batalha entre o Cristianismo e o Islã.”[144] Embora tais tensões não são, obviamente, desejáveis, e enquanto alguns podem apontar para uma esperança de coexistência, é impossível evitar, a longo prazo, o potencial para a transformação fundamental de nossas culturas decorrentes desta tensão.[145]
Raschke, atentamente, observa que o histórico “fundamentalismo cristão [à direita e à esquerda] e o islã jihadista, semelhantemente, extraem suas energias de convicções morais e espirituais inflamadas pelo [pós-modernismo].”[146] Raschke acredita que “o abandono desses fundamentalismos familiares da inteligência ocidental [inclinação da esquerda secular] como retrógrados e ignorantes reflete uma visão livresca igualmente ignorante e ultrapassada no que diz respeito às fontes de autoridade e de significado religioso. De forma não muito sutil, esses fundamentalismos são a vanguarda da religiosidade globalizada e globalizante.”[147] Raschke está oferecendo uma crítica sutil às respostas históricas do ocidente ao Islã, desde envolver-se militarmente até ignorá-lo. Ambas [as respostas] são, atualmente, inadequadas. Sendo ainda mais preciso, “os secularistas ocidentais ainda não têm percebido que o islã tem mais fascínio entre as vítimas conhecidas da globalização e da ocidentalização do que eles podem oferecer porque oferece uma visão coletivista que é, também, muito espiritual. Os evangélicos, em contraste, tendem a empregar a velha mentalidade colonial que considera os muçulmanos como estando no mesmo nível de animistas tribais ou de religiosos populares em vez de reconhecer o islã como uma força temível que em um determinado momento quase completamente dominou—e em certas circunstâncias, ainda podem dominar—o Ocidente Cristão.”[148]
Interessantemente, Raschke, corretamente, em minha opinião, observa que “a única forma do cristianismo poder esperar ter sucesso contra o Islã no contexto global dos dias de hoje é deixar completamente de lado o projeto secularista. Isto não quer dizer que o cristianismo . . . deva adotar alguma forma de teologia da libertação quase marxista em resposta ao islã. . . . O cristianismo deve, atualmente, ser muito mais radical do que ele jamais imaginara.”[149] Mas ele não está falando em favor do passado do cristianismo, insensato e não cristão, nem de esforços, nem da solução da direita secular de hoje para consolidar o Ocidente dentro de uma postura abertamente antagônica. Em vez disso, “o cumprimento da Grande Comissão não será sem luta. A luta é, em última análise, espiritual, mas é real, é contemporânea e tornar-se-á mais intensa à medida que tempo passa. Por meio do diálogo, muçulmanos e cristãos podem vir a concordar em pontos em comum de suas fés abraâmicas mútuas, mas as diferenças sempre sobrepujarão as semelhanças. As diferenças fazem a diferença.”[150] E tais diferenças constituirão o desenvolvimento e o sucesso do cristianismo no futuro, tanto a nível global, quanto, eventualmente, nos Estados Unidos. Raschke, conclui observando que nossa ressurgência pós-moderna global (que ele chama de “globopomo”), que inclui a religião, “nos levou a uma inevitável colisão de escatologias”[151] contra o Islã.
Conforme avançamos neste caminho em direção a essa colisão, nossas ideias de um “cristão esquerdista, ou mesmo pós-cristão, a sociedade civil global que permite uma récita livre e mutualmente respeitosa—se não tolerante—de diferenças está se tornando cada vez menos possível em nosso ambiente globopomo.”[152] Assim, o cristianismo enfrentará uma crise de um tipo ainda mais grave do que a direita e a esquerda nos oferecem. “O desafio à sensibilidade do cristianismo pós-moderno não será se alguma forma evangelicalmente moderada do libertarianismo e do pluralismo cultural ocidental pode competir, seriamente, com os absolutos espirituais e morais sendo propostas pela ressurgência da religião em meio ao mundo que se desenvolve.”[153] Em vez disso, “o desafio é ser capaz de enquadrar a verdade não negociável do testemunho cristão em termos de ter um impacto mundial e genuíno.”[154] Raschke compreende que a única solução para o cristianismo é “um novo fervor escatológico por parte dos cristãos em todo o mundo, particularmente no ocidente senescente que reavivará as reuniões da Grande Comissão nesses últimos dias.”[155]
4.1. Adventismo no Futuro do Cristianismo Global
Se a resposta à polarização futuro do cristianismo dominante, incluindo, em particular, os Estados Unidos, não é encontrada na direita religiosa ou na esquerda emergente, como Raschke sustenta,[156] onde, então, pode ser encontrada? Embora, aqui, concordo, em partes, com a ênfase de Raschke sobre o cristianismo global que, creio eu, deve ser, geralmente, compreendida como cristianismo apóstata; eu, no entanto, complemento com uma nota da introdução de James Smith do livro GloboChrist de Rasche, na qual Smith, enquanto sumarizando o livro de Raschke, convida o autor a “considerar tornar-se um devoto fervoroso da teologia ‘remanescente’ comprometida com a ideia de que Deus está presente com os ‘poucos’ que permanecem fiéis.”[157] Tal convite, se me é permitido apropriar dele, é que o adventismo tem longamente saudado sua ênfase em um tema remanescente em nosso foco escatológico da teologia filosófica.[158]
Eu acredito que o adventismo pode facear a profecia bíblica com um vigor renovado para a resposta a esta pergunta. Recentemente, Tim Roosenberg tem avançado com uma interpretação, que tem um apoio acadêmico colaborativo adicional, que vê um lugar proeminente para o islã no quadro global da escatologia adventista.[159] Central para a sua interpretação é que, em Daniel 11:24-39, o rei do norte representa várias progressões do cristianismo apóstata centrado na adesão do domingo católico, enquanto “o rei do sul durante esse período foi o Islã.”[160] Embora meu propósito presente não seja examinar as questões históricas e exegéticas que nos ajudariam a solidificar esta interpretação, o que ainda é necessário, eu acredito que ela é, essencialmente, correta. Naturalmente, Roosenberg também acredita, e de forma muito mais controversa (particularmente na história adventista), que, em Daniel 11:40-45, não há nenhuma alteração do foco geo-político-religioso anterior, e, portanto, o rei do norte continua a ser o cristianismo apóstata e falso, e o rei do sul continua a ser o islã, e não o ateísmo ou alguma outra vertente filosófica[161] até o fim dos tempos.[162]
Espero que esteja claro que Roosenberg e eu não desejamos, obviamente, “tomar partido” neste choque de culturas, religiões e nações, assim como muitos cristãos “apóstatas”[163] fazem. O rei do norte e do sul são ambos representantes dos falsos religiosos e da influência e das forças políticas. Portanto, não podemos apoiar, assim como a maioria das pessoas que vivem no ocidente cristão, os métodos do rei do norte contra o rei do sul. Estamos, como sabatistas, “presos no meio” entre os cristãos que adoram no domingo e os muçulmanos que adoram na sexta, e somos, portanto, um remanescente que procura influenciar o mundo comunicando às pessoas a verdadeira natureza dos eventos presentes, enquanto, simultaneamente, à espera de nossa redenção. Estamos encurralados no meio deste choque global de culturas que é tanto filosófico (ideológico) quanto manifestando-se em uma forma geopolítica que nos é reconhecível.
O evangelismo adventista ocorre dentro do fervor ideológico do crescimento das tensões geopolíticas globais entre as tão faladas nações cristãs e islâmicas.[164] O maior desafio evangelístico do adventismo é operar através do contexto global descrito anteriormente. Como tais, se vistas filosoficamente, as interpretações tradicionais que tomam lugar no adventismo e nas questões espirituais no centro de Daniel 11:40–45 ainda podem ser consideradas como verdadeiras, enquanto, simultaneamente, aceitando o contexto geopolítico global externo que Roosenberg apresenta. Para ajudar a explicar isto, essencialmente, uma interpretação comum do rei do sul em Daniel 11:40-45, o ateísmo, não é filosoficamente viável contra o catolicismo. O ateísmo é, em um sentido muito filosoficamente técnico, um fantasma no mundo ocidental,[165] uma consequência natural do cristianismo platônico/aristotélico resultante de sua conclusão lógica secularizada.[166] O islã, no entanto, permanece um empecilho ao cristianismo justamente porque reflete o catolicismo ao fazer uso de um modelo filosófico platônico/aristotélico. Isso abastece o islã com uma metafísica comparável ao catolicismo e coloca-o dentro de um contexto ético religioso. Como tal, o islã demonstra ser o único competidor genuíno frente ao catolicismo em um nível filosófico.[167] A única alternativa séria ao modelo platônico/aristotélico seria as religiões orientais que não são necessariamente ateístas, voltadas, normalmente, para o panteísmo.[168]
Obviamente, estas questões são complexas e merecedoras de uma atenção maior do que eu posso dar no momento. No entanto, acredito eu, elas merecem tal atenção e oferecerem uma razão convincente para o estudo de eventos contemporâneos com um foco mais renovado e refinado. Em outras palavras, acredito que os adventistas têm algo a oferecer, tanto em simpatia quanto em crítica à direita e à esquerda estadunidense, assim como elas relacionam-se com o contexto global atual.[169] Eu acredito, também, que os adventistas têm algo a oferecer, tanto em simpatia quanto em crítica às pessoas de ambas culturas globais onde o cristianismo e o islamismo prevalecem. Nós temos uma mensagem para todo o mundo a respeito de seu fim iminente e da segunda vinda de Cristo. Perceber o quanto a nossa mensagem se encaixa dentro do contexto global e estadunidense pode reavivar nossa mensagem evangelística, particularmente em relação às questões filosóficas concernentes ao Grande conflito, bem como ajudar a esclarecer nossa mensagem escatológica e profética para as pessoas que vivem no mundo de hoje com os avanços do século 21.
Resumo e Considerações Finais
Este artigo tem-se centrado no contexto sociopolítico contemporâneo dos Estados Unidos, incluindo como pode ter impacto sobre a natureza da religião dentro de um contexto global. Em especial, uma descrição foi dada sobre a polarização extrema incomum dentro da recente sociedade política estadunidense dos partidos Republicano (direita conservadora) e Democrata (esquerda progressista) ao longo dos últimos 35 anos, o que se reflete tanto filosófica quanto geossocialmente entre as várias denominações cristãs e de outras confissões religiosas. Refiro-me não apenas a política, mas às identidades socieconômicas por completo que mais naturalmente se alinham com um dos dois maiores partidos políticos estadunidenses. Essa polarização levou ao desenvolvimento de duas tendências “ecumênicas” concorrentes dentro do cristianismo estadunidense, a saber, a direita religiosa e a esquerda religiosa. A maioria das denominações que têm tentado isentar-se diante do surgimento dessa polarização sofreram perdas significativas no número de membros, enquanto as denominações (sejam elas lideranças ou membros) que são ou escolheram ser mais naturalmente alinhadas à direita ou à esquerda têm visto um crescimento maior e os seus membros têm um senso maior de identidade.
Existem duas notáveis exceções para o padrão acima [mencionado] dos Estados Unidos, a saber, o catolicismo e o adventismo do sétimo dia. Ambas as denominações têm resistido à tempestade da polarização sociopolítica nos Estados Unidos melhor do que quaisquer outras denominações religiosas, mantendo as simpatias ainda muito divididas para aspectos tanto da direita e da esquerda. Por que elas conseguiram esse feito, reflete, provavelmente, as mais profundas e amplas bases filosóficas para suas cosmovisões que, de forma mais plena e holística, apreciam as muitas complexidades e os desafios que o nosso mundo enfrenta em um contexto sociopolítico. Elas são colaboradoras em um nível filosófico, enquanto, semelhantemente, por sua vez, competem, internamente, entre si. Ambas desfrutam de comunidades intelectuais vibrantes. Isso não significa que tudo está bem, no entanto, para nenhuma delas; pois, por agora, parece que a maior parte da direita e da esquerda tende a continuar com suas trajetórias competidoras até um futuro indefinido. Isto porque as suas tensões estão profundamente enraizadas nas tensões filosóficas que permanecem muito não resolvidas mesmo para filósofos profissionais.
A pergunta natural, após a aprendizagem acima, é: o que devemos esperar do futuro do nosso cristianismo sociopoliticamente polarizado enquanto esperamos o eschaton, presos como em uma teia de aranha? Este artigo explorou, então, seguindo o exemplo de Carl Raschke e do adventista Tim Roosenberg, a ascensão da ideia do cristianismo global e o que tem sido identificado como seu principal desafio: evangelizar o mundo islâmico. Foi sugerido que as profecias de Daniel 11 apontam em direção a uma renovação vindoura da antiga tensão entre o cristianismo e o islã que, de modo geral, unirá o cristianismo apóstata contra um inimigo comum. Novamente, tanto com a direita como com a esquerda, não haverá vitória filosófica final no choque de religiões entre cristianismo e o islamismo, mas, em vez disso, coletivamente, as tensões filosóficas encontradas entre a direita e a esquerda, entre o cristianismo e o islã, representarão o contexto dentro do qual os adventistas devem espalhar a nossa mensagem preparando o mundo para a segunda vinda de Cristo no eschaton. O mundo sentir-se-á incapaz de resolver tensões filosóficas por conta própria, devemos, então, estar ativos em espalhar estas [boas] novas.
Há, portanto, algumas lições que acredito que os adventistas deveriam aprender com a situação acima. Primeiro, o mundo quer saber, na medida em que está consciente de nós, agora mais do que no tempo de Ellen White, no que acreditamos sobre qual direção que o mundo deve tomar acerca dos grandes problemas sociopolíticos. Um convite aberto nos espera para nos tornar uma outra denominação “conservadora” ou “progressista” e aliar a nossa identidade, respectivamente, a um dos dois falsos evangelhos, o evangelho legal/moral ou o evangelho econômico/social. Precisamos resistir a esse convite e, simultaneamente, compreender o porquê ele nos é oferecido, para que possamos aprender e nos beneficiar intelectualmente dos desafios filosóficos que o mundo em nossa volta enfrenta e avançar juntos em uma identidade renovada e fortalecida como adventistas do sétimo dia, os portadores de uma filosofia e teologia única. Podemos continuar a manifestar a nossa solidariedade com algumas das ênfases que a direita e a esquerda promovem na medida em que for útil em nossos esforços evangelísticos e missionários, mas nunca devemos dar um passo em direção às suas teias de aranha e ficarmos presos, evitando a aranha de nos capturar. Jamais devemos ser conhecidos como a Igreja Adventista do Sétimo Dia Republicana ou a Igreja Adventistas do Sétimo Dia Democrata. Devemos continuar proveitosos como uma igreja que pode singular e devidamente evangelizar grupos de pessoas que representam todos os espectros sociopolíticos, enquanto, simultaneamente, atraindo-os para longe dessas identidades em direção à verdadeira mensagem cristã global centrada em Apocalipse 14.
Até agora, enquanto o tempo passa, o que, precisamente, nossa identidade coletiva tornar-se-á aos olhos do mundo, além das nossas doutrinas distintivas conforme permanecemos fiéis ao nosso sistema de verdade centrado na obra de Cristo no Santo dos Santos, diz respeito apenas a um futuro desconhecido e incerto. No entanto, na medida em que avançamos no tempo, consciente de como estamos em nosso papel de remanescente, qualquer que seja o resultado, devemos estar precisamente conscientes do que estamos evitando. Temos de parar de apresentar, inconscientemente, um testemunho sociopolítico coletivamente dividido ao mundo. Sim, devemos estar conscientes dos problemas que o mundo espera de qualquer sistema filosófico e sociopolítico cristão. Mas isso não significa que devemos incorporar quaisquer elementos do mundo. É imperativo para o nosso sucesso futuro desenvolver uma consciência do que o mundo espera de nós, para podermos, então, formular a nossa resposta conscientemente construída para lidar melhor com os problemas que surgem no mundo e nos portar de uma forma lógica que sustente a filosofia subjacente à teologia adventista e sua relevância com as questões mais amplas que as identidades coletivas cristãs enfrentam no século 21.
Notas
[1] Nossa cosmovisão afeta tudo o que nós pensamos, dizemos e fazemos, afetando, inclusive, a nossa reflexão teológica (poderia-se, naturalmente, dizer, também, que a nossa reflexão teológica afeta a nossa cosmovisão). Ela reflete um conjunto de crenças, algumas das quais podem estar inconscientes a nós, sobre a natureza, os animais, a história, o significado ou o propósito da vida, conceitos, tal como o bem e o mal, assim como Deus e a natureza da humanidade como indivíduos e como um coletivo, que introduz o conceito de uma cosmovisão corporativo. Para alguns resumos discutindo o conceito de uma cosmovisão a partir de perspectivas diferentes, ver Philip Graham Ryken, Christian Worldview (Wheaton, IL: Crossway, 2013; James P. Moreland and William Lane Craig, Philosophical Foundations for a Christian Worldview (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2003); James Sire, Naming the Elephant: Worldview as a Concept (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2004); e David K. Naugle, Worldview: The History of a Concept (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2002).
[2] Para tratados excelentes sobre os aspectos doutrinários distintivos tradicionais da identidade coletiva adventista do sétimo dia, ver Ángel Manuel Rodríguez, e., Toward a Theology of the Remnant: An Adventist Ecclesiological Perspective (Silver Spring, MD: Biblical Research Institute, 2009). Note, especialmente, Johannes Kovar, “The Remnant and God’s Commandments: Revelation 12:17,” pp. 113–126; Mathilde Frey, “Sabbath Theology in the Book of Revelation,” pp. 127–138; Gerhard Pfandl, “Identifying Marks of the End-Time Remnant in the Book of Revelation,” pp. 139–158; e Ángel Manuel Rodríguez, “Concluding Essay: God’s End-Time Remnant and the Christian Church,” pp. 201–226. Ver, também, George R. Knight, A Search for Identity: The Development of Seventh-day Adventist Beliefs (Hagerstown, MD: Review and Herald Publishing, 2000).
[3] Ver, por exemplo, George R. Knight, A Brief History of Seventh-day Adventists, 2ª e. (Hagerstown, MD: Review and Herald Publishing, 2004); George R. Knight, Millennial Fever and the End of the World (Berrien Springs, MI: LithoTech, Andrews University, 1993); e P. Gerard Damsteegt, Foundations of the Seventh-day Adventist Message and Mission (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1977, 1995).
[4] Eu já tratei de algumas poucas complexidades relacionadas às cosmovisões sociopolíticas e a escatologia adventista do sétimo dia. Ver Michael F. Younker, “A Escatologia Adventista em Relação à Esquerda Religiosa e à Direita Religiosa” em http://estudosadventistas.com.br/a-escatologia-adventista-em-relacao-a-esquerda-religiosa-e-a-direita-religiosa/.
[5] Há, naturalmente, uma relação recíproca, ainda que paradoxa, entre sua cosmovisão e sua teologia. O que vem primeiro, a nossa teologia ou a nossa visão do mundo, é algo semelhante ao argumento da galinha e do ovo. Se, por exemplo, fosse para acreditar que o mundo era, principalmente, um bom lugar fazendo um progresso gradual, então, a teologia, de modo geral, deve refletir isso; o mesmo seria, naturalmente, verdade no sentido inverso. Como tal, apelos por alguns que “os cristãos precisam reconstruir sua teologia em termos do mundo em que realmente vivemos” (ênfase acrescida) será feita por muitos estudiosos. Eles afirmam que “a teologia tem lugar dentro de um contexto, uma cosmovisão, de quem somos e onde nos encaixamos. Teologia não é sobre ‘Deus e o mundo,’ mas a respeito de Deus e de um mundo particular, alguma interpretação concreta do mundo,” Sallie McFague, Life Abundant: Rethinking Theology and Economy for a Planet in Peril (Minneapolis, MN: Augsburg Fortress, 2001), pp. 64, 71.
[6] Stephen Johnston, Tea Party Culture War: A Clash of Worldviews (Enumclaw, WA: WinePress Publishing, 2011), xiii.
[7] Jordan J. Ballor, Ecumenical Babel: Confusing Economic Ideology and the Church’s Social Witness (Grand Rapids, MI: Christian’s Library Press, 2010), p. 18. De acordo com alguns, “a Religião, em grande parte, consiste, agora, em uma cosmovisão econômica com éticas de médio prazo,” Ibid. Em outras palavras, a economia é uma questão de preocupação para a ética social que está relacionada a uma visão de religião.
[8] Sylvester L. Steffen, Religion and Civility: The Primacy of Conscience (Bloomington, IN: AuthorHouse, 2011), p. 250.
[9] Apesar de não partilhar a sociopolítica, explicitamente. em mente, no entanto, ver Reinder Bruinsma, “Identity: Being Sure about Who We Are,” em Ministry (February 2015), pp. 6–9.
[10] Todas as fontes do site foram verificadas em 27 de abril de 2015. Ver, por exemplo, http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_United_States_presidential_elections_by_Electoral_College_margin. Ver também, http://uselectionatlas.org/RESULTS/. Por exemplo, nos anos 1950 e 1960, alternando entre republicanos, como Dwight D. Eisenhower, em 1956, e Democratas, como Lyndon B. Johnson, em 1964, podia-se ter uma vitória “esmagadora” nas eleições com mais de 86% dos votos do colégio eleitoral. Isso era típico durante o século 20, mas nenhum candidato alcançou mais de 80% desde Ronald Reagan, em 1984, e parece improvável que o outro conseguirá em breve.
[11] James Davison Hunter, Culture Wars: The Struggle to Define America: Making Sense of the Battles over the Family, Art, Education, Law, and Politics (BasicBooks, 1991).
[12] Patrick J. Buchanan, afirmou: “não é uma guerra religiosa a continuar em nosso país para a alma dos Estados Unidos. É uma guerra cultural;” conforme citado em George McKenna, The Puritan Origins of American Patriotism (Yale University Press, 2007), p. 346.
[13] Ross Pomeroy, “Political Partisanship: In Three Stunning Charts,” at http://www.realclearscience.com/journal_club/2015/04/24/political_partisanship_in_three_stunning_charts_109196.html. Ver, também, http://voteview.com/political_polarization.asp; and Francis Wilkinson, “American is Coming Apart at the Seams,” http://www.bloombergview.com/articles/2014-12-05/the-us-is-coming-apart-at-the-seams.
[14] http://en.wikipedia.org/wiki/Polarization_%28politics%29; http://www.businessweek.com/articles/2013-10-18/political-polarization-its-worse-than-you-think; http://campaignstops.blogs.nytimes.com/2012/09/17/look-how-far-weve-come-apart/; http://www.livescience.com/8878-rising-rancor-nation-divisible-politics.html.
[15] Ver http://blogs.lse.ac.uk/usappblog/2013/10/24/congress-polarization-issues/; http://www.washingtonpost.com/blogs/the-fix/wp/2013/06/05/it-wasnt-always-this-badthe-growth-of-political-polarization-in-1-chart/; http://www.nationaljournal.com/against-the-grain/time-for-truth-in-labeling-obama-is-not-centrist-20140311; http://www.washingtonpost.com/opinions/are-the-democrats-getting-too-liberal/2014/02/28/c0d42d7c-8d26-11e3-95dd-36ff657a4dae_story.html; http://today.duke.edu/2013/05/us-political-polarization-charted-new-study#video.
[16] Por exemplo, http://obamacarefacts.com/obamacare-poll/; http://www.quinnipiac.edu/news-and-events/quinnipiac-university-poll/search-releases/search-results/release-detail?What=&strArea=6;&strTime=3&ReleaseID=2056#Question021; http://www.washingtonpost.com/blogs/the-fix/wp/2014/03/31/democrats-support-for-obamacare-surges/. A lei de saúde tem sido descrita como a “mais partidária da década,” http://www.washingtonpost.com/opinions/obamacare-threatens-to-end-john-robertss-dream-of-a-nonpartisan-supreme-court/2015/02/27/325cd0cc-bcb3-11e4-8668-4e7ba8439ca6_story.html.
[17] Ver http://www.livescience.com/18177-americans-political-polarization-exaggerated.html.
[18] Jesse J. Holland, “Muitos Millennials são Ignorando Igreja, o Casamento e a Filiação partidária,” http://www.pbs.org/newshour/rundown/millennials-skipping-church-marriagepolitical-affilliations-study-finds/.
[19] Note http://www.gallup.com/poll/166787/liberal-self-identification-edges-new-high-2013.aspx. Ver, também, http://www.washingtonpost.com/blogs/monkey-cage/wp/2014/01/24/the-two-key-factors-behind-our-polarized-politics/.
[20] http://www.gallup.com/poll/122672/Conservative-Democrats-Liberal-Republicans-Hard-to-Find.aspx.
[21] http://www.gallup.com/poll/166763/record-high-americans-identify-independents.aspx.
[22] Para os leitores não familiarizados com a cultura estadunidense contemporânea, a minha intenção aqui é destacar as diferenças distintas existentes hoje nos noticiários das maiores empresas de mídia baseadas nos Estados Unidos, que são, de fato, protegidas por diversas leis de liberdade de imprensa. De acordo com a recente obra de Natalie Stroud, Niche News: The Politics of News Choice (Oxford University Press, 2011), ilustrando que mesmo a imprensa nos EUA sendo, de fato, livre de qualquer controle arbitrário do governo, isso não significa, de modo algum, que as organizações midiáticas são imparciais. Em razão deste caso ser irrelevante para o presente estudo, ainda que para fins ilustrativos a MSNBC é ampla e abertamente considerada mais simpática com o Partido Democrata, que é liberal (esquerda progressista), a Fox News, em contrapartida, é considerada mais simpática com o Partido Republicano (direita conservadora). Ao invés disso, o fato de existir fontes midiáticas que competem genuinamente oferecendo seletivamente diferentes versões de eventos e notícias diárias é o que importa. (Incidentalmente, essas diversas fontes midiáticas estadunidenses provendo diferentes relatos de notícias testifica de sua relativa autonomia em relação à interferência do governo). “No Niche News, Natalie Stroud investiga como as pessoas navegam por essas escolhas e as implicações políticas que suas escolhas, e última análise, implicam. Combinando uma análise de diversos formatos midiáticos que os cidadãos confiam em experimentos e fontes inovadoras, ela oferece o olhar mais compreensivo para favoritar na medida em que partidarismos influenciam nossas escolhas midiáticas. No coração da Niche News está o conceito de ‘exposição seletiva partidária,’ um comportamento que leva o indivíduo a selecionar fontes de notícias que correspondam a seus próprios pontos de vista. Esse fenômeno ajuda a explicar as forças políticas por detrás do consumo midiático. Tão importante quanto isso, ela descobre que a exposição seletiva influencia também a forma como a média dos cidadãos se envolve com a política em geral. Por um lado, os cidadãos podem tornar-se cada vez mais divididos como resultado da utilização de meios de comunicação que são coerentes com suas crenças políticas; por outro lado, exposição seletiva partidária pode estimular a participação. Em última análise, Stroud revela o quão intimamente estão realmente conectados a grande mídia e o mundo da política, uma conclusão com implicações significativas para a prática da democracia estadunidense,” contra-capa.
[23] http://www.ritholtz.com/blog/2011/11/occupy-wall-street-vs-tea-party/; http://www.washingtonpost.com/blogs/post-partisan/post/occupy-wall-street-vs-tea-party/2011/10/13/gIQA3YrViL_blog.html; http://www.usnews.com/news/articles/2011/11/11/the-occupy-vs-tea-party-scorecard; http://thehill.com/opinion/mark-mellman/198157-mark-smellman-tea-party-vs-occupy-wall-street.
[24] Note http://www.cnbc.com/id/101469042.
[25] Ver, por exemplo, http://www.dailykos.com/story/2014/02/09/1274795/-Democratsare-from-cities-Republicans-are-from-exurbs#; e http://thinkprogress.org/politics/2014/02/21/3315681/demographic-secrets-internet/.
[26] http://www.realclearpolitics.com/articles/2014/02/11/do_demographics_really_work_against_the _gop_121538.html.
[27] Ver http://freedomslighthouse.net/2012-presidential-election-electoral-vote-map/; http://www.city-data.com/forum/elections/549854-2008-presidential-election-county-map.html; http://politicalmaps.org/maps-of-the-2008-us-presidential-election/; http://politicalmaps.org/; http://dsl.richmond.edu/voting/congressional_elections.html; http://dsl.richmond.edu/voting/statelevel.html.
[28] Kelli Shiroma, “Swing States: Who are the Voters Deciding America’s Next President?, em http://www.neontommy.com/news/2012/11/battleground-counties-in-swing-states-presidential-election-special-report.
[29] Para o que a “Direita Religiosa” é como um movimento, ver Patrick Hynes, In Defense of the Religious Right: Why Conservative Christians Are the Lifeblood of the Republican Party and Why that Terrifies the Democrats (Nashville, TN: Nelson Current Books, 2006); Daniel K. Williams, God’s Own Party: The Making of the Christian Right (New York, NY: Oxford University Press, 2010); e Glenn H. Utter and John W. Storey, The Religious Right 2ª e. (Santa Barbara, CA: ABC-CLIO, 2001).
[30] Eu acredito que isso é possível, mas não necessariamente o que acontecerá especificamente, não pode vir, exclusivamente, direito. Nota de meus próprios esforços para traçar o significado de nossa atenção para esse problema, em Younker, “A Escatologia Adventista em Relação à Esquerda Religiosa E à Direita Religiosa,” em http://estudosadventistas.com.br/a-escatologia-adventista-em-relacao-a-esquerda-religiosa-e-a-direita-religiosa/. Ver, também, Marvin Moore, Could It Really Happen? (Nampa, ID: Pacific Press, 2007), pp. 117–136; e G. Edward Reid, Sunday’s Coming! (Fulton, MD: Omega Productions, 2005), pp. 94-106.
[31] Para alguns defensores desta visão, ver Kevin DeYoung and Greg Gilbert, What is the Mission of the Church? Making Sense of Social Justice, Shalom, and the Great Commission (Wheaton, IL: Crossway, 2011); Ronald H. Nash, Poverty and Wealth: The Christian Debate Over Capitalism (Westchester, IL: Crossway Books, 1986); e James P. Gills e Ronald H. Nash, A Biblical Economics Manifesto (Lake Mary, FL: Creation House Press, 2002).
[32] Como Richard Land destaca, “Em seu livro, Who Really Cares: The Surprising Truth About Compassionate Conservativism (New York, NY: Basic Books, 2006), [Arthur] Brooks descobriu que aproximadamente percentagens iguais de liberais e conservadores doam para causas de caridade privadas. No entanto, os conservadores doaram cerca de 30 por cento a mais de dinheiro por ano às causas de caridade privadas, mesmo em seu estudo ter descoberto que famílias liberais ganharam, em média, 6% a mais por ano em receitas do que as famílias conservadoras. Esta maior generosidade entre famílias conservadoras provou ser verdadeira na pesquisa de Brooks para cada faixa de renda”, desde os pobres, à classe média e até os ricos,” http://www.beliefnet.com/columnists/castingstones/2008/04/conservatives-give-more-to-cha.html#CWrdiZVGRBSKyQ6p.99. Ver, também, Arthur C. Brooks, Who Really Cares: The Surprising Truth About Compassionate Conservatism: America’s Charity Divide: Who Gives, Who Doesn’t, and Why It Matters (New York, NY: Basic Books, 2006); e http://www.nytimes.com/2008/12/21/opinion/21kristof.html?_r=0. Curiosamente, demonstrando a tensão em níveis diferentes do debate, muitos liberais acreditam erroneamente que os liberais são mais caridosos. Por exemplo, Timothy R. Jennings, The God-Shaped Brain: How Changing Your View of God Transforms Your Life (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2013), pp. 68-69.
[33] Stephen E. Atkins, Encyclopedia of Right-Wing Extremism in Modern American History (Santa Barbara, CA: ABC-CLIO, 2011), pp. 163-176; e Adam C. English, “Christian Reconstruction after Y2K: Gary North, the New Millennium, and Religious Freedom,” em New Religious Movements and Religious Liberty in America (Waco, TX: Baylor University Press, 2003), 107-118.
[34] Kenneth G. C. Newport e Crawford Gribben, ee., Expecting the End: Millennialism in Social and Historical Context (Baylor University Press, 2006).
[35] Catherine Wessinger, “Millennialism in Cross-Cultural Perspective,” em Wessinger, e., The Oxford Handbook of Millennialism (New York, NY: Oxford University Press, 2011), p. 16.
[36] Karen Armstrong, The Battle for God: A History of Fundamentalism (New York, NY: Random House, 2000), pp. 176-177. Em particular, observe o Julgamento de Scopes, em 1920, “o confronto entre dois pontos de vista incompatíveis,” Ibid., p. 176. Os criacionistas ganharam essa batalha particular no âmbito legal, mas o consenso da opinião pública mundial concluiu que “os fundamentalistas pertencem ao passado; eles são os inimigos da ciência e da liberdade intelectual, e não têm parte legítima no mundo moderno. . . . Os secularistas ganhara, a batalha e, por derramar desprezo sobre os fundamentalistas, parecia tê-los aniquilados mostrando que eles não podem e não devem ser levados a sério. Os fundamentalistas aquietaram-se após o julgamento de Scopes, os liberais ganharam o controle das denominações e pareceu haver um desanuviamento,” Ibid., p. 177.
[37] Douglas Sloan, Faith and Knowledge: Mainline Protestantism and American Higher Education (Louisville, KT: Westminster John Knox Press, 1994), vii.
[38] http://en.wikipedia.org/wiki/Christian_right. No entanto, deve ser observado que o principal problema para Falwell, ou seja, que revogando o Roe. v. Wade, o projeto de legalização do aborto nos Estados Unidos que foi tratado em 1973, nunca fez muito progresso durante os dois mandatos Reagan. “A corrida presidencial de sucesso de Ronald Reagan atraiu fortemente o apoio protestante conservador e, mais especificamente, o fundamentalista,” Eugene F. Provenzo, Religious Fundamentalism and American Education: The Battle for the Public Schools (Albany, NY: State University of New York, 1990), p. 3.
[39] Michael Wolraich, Blowing Smoke: Why the Right Keeps Serving Up Whack-job Fantasies about the Plot to Euthanize Grandma, Outlaw Christmas, and turn Junior into a Raging Homosexual (Cambridge, MA: Da Capo Press, 2010), pp. 33–35; Randall Herbert Balmer, Thy Kingdom Come: How the Religious Right Distorts the Faith and Threatens America (Philadelphia, PA: Basic Books, 2006), pp. 13–15; e Kenneth J. Collins, Power, Politics and the Fragmentation of Evangelicalism: From the Scopes Trial to the Obama Administration (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2012), pp. 97–105.
[40] Observe, também, os pontos de vista daqueles à direita religiosa como Patrick J. Buchanan, Suicide of a Superpower: Will America Survive to 2025? (New York, NY: St. Martin’s Press, 2011), pp. 123–161. Estadunidenses brancos, predominantemente republicanos e tradicionalistas, estão em declínio. “De acordo com o Censo de 2010, os estadunidenses brancos serão uma minoria em 2041…. Se o fim dos Estados Unidos branco é uma inevitabilidade cultural e demográfica, ‘Como parecer-se-á a nova aparência dominante estadunidense e quais ideias e valores ela sustentará?’” Ibid., p. 125. Ver, também, http://www.economist.com/blogs/graphicdetail/2015/03/ diário-gráfico-5.
[41] Ver, por exemplo, a incerteza expressa em D. G. Hart, “Left Turn? Evangelicals and the Future of the Religious Right,” em The Future of Religion in American Politics, ed. Charles W. Dunn (Lexington, KT: The University Press of Kentucky, 2009), pp. 129–152. Como Hart, conclui, “politicas baseadas na fé nos Estados Unidos podem ser muito menos republicanas no futuro do que é agora. . . . Na verdade, as semelhanças entre a emergente esquerda evangélica e o populismo progressivo de [William Jennings] Bryan sugerem que a direita religiosa é, de fato, uma aberração na história dos políticos evangélicos,” Ibid., p. 144. Da mesma forma, observe que após o declínio da influência dos lideres da direita Religiosa Ted Haggard, Jerry Falwell, Pat Robertson e James Dobson, “os leões do movimento foram passando de cena, mas uma passagem de bastão para uma nova geração de lideres nacionais [direita religiosa] nao esteve em voga,” Stephen Mansfield, The Faith of Barack Obama: Revised and Updated (Nashville, TN: Thomas Nelson, 2011), xxii.
[42] Ver nº 25.
[43] Para uma cartilha sobre as visões da esquerda religiosa, ver Rebecca T. Alpert, e., Voices of the Religious Left: A Contemporary Sourcebook (Philadelphia, PA: Temple University Press, 2000); Jan Linn, Big Christianity: What’s Right With the Religious Left (Westminster John Knox Press, 2006); e Frederick Clarkson, e., Dispatches from the Religious Left (Ig Pub, 2008). Para uma avaliação crítica do seu movimento, ver Ronald H. Nash, Why the Left is Not Right: The Religious Left: Who They Are and What They Believe (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1996).
[44] Amy Sullivan, The Party Faithful: How and Why Democrats Are Closing the God Gap (New York, NY: Scribner, 2008). Sullivan é explícita em sua leitura sociopolítica: “A eleição de 1980 consolidou uma forte e duradoura aliança entre os cristãos inclinados [politicamente] à direita e o partido republicano. Dos anos 1990 em diante, os evangélicos tronar-se-iam um eleitorado republicano chave, representando mais de um terço dos votos totais do GOP nas eleições presidenciais. Comunicadores conservadores como Falwell, o fundador da Coalizão Cristã Pat Robertson e o Foco sobre A Família de James Dobson ganhariam um reconhecimento crescente na mídia e em Washington como a voz política dominante do evangelicalismo estadunidense e como ferozes partidários republicanos,” Ibid., p. 44. Como o título de seu livro indica, no entanto, ela antecipa a uma reação à acima da lado democrata do espectro político.
[45] Steven H. Shiffrin, The Religious Left and Church-State Relations (Princeton, NJ: Princeton University Press, 2009), p. 1. “Em contraste com a riqueza dos estudos sobre a direita cristã, há uma escassez de estudos sobre a esquerda religiosa,” Corwin Smidt, Lyman Kellstedt e James Guth, The Oxford Handbook of Religion and American Politics (New York, NY: Oxford University Press, 2009), p. 279.
[46] Chris Han, “Where is the Religious Left?” em http://augustinecollective.org/augustine/where-is-the-religious-left. Ver, também, Robert Anthony Wilkens-Iafolla, What Religious Left? The Role of Religion in Progressive Politics (MA Thesis at the University of Southern California, May 2006).
[47] Daniel J. Flynn, A Conservative History of the American Left (New York, NY: Random House, 2008), pp. 11–18.
[48] “O esquerda religiosa é uma visão de mundo baseada nos valores judaico-cristãos que enfatiza a justiça social em vez de moralidade pessoal. O esquerda religiosa é, também, chamada de humanismo religioso, onde o propósito da moralidade é o benefício dos seres humanos e discipulado consiste de justiça para os oprimidos em invés de incluir uma base para a retidão pessoal,” Michael Bindner, http://xianleft.blogspot.com/2004_06_01_archive.html. Ver, também, Deal W. Hudson, Onward, Christian Soldiers: The Growing Political Power of Catholics and Evangelicals in the United States (New York, NY: Threshold Editions, 2008), pp. 152–153. O “bem comum” é um tema muito popular entre os católicos e a esquerda religiosa, com uma grande margem de livros aparecendo, recentemente, enfatizando o tema. Ver Charles Gutenson com Jim Wallis, Christians and the Common Good: How Faith Intersects with Public Life (Grand Rapids, MI: Brazos Press, 2011); David Hollenback, The Common Good and Christian Ethics (Cambridge, UK: Cambridge University Press, 2002); e Peter J. Casarella, e., Jesus Christ: The New Face of Social Progress (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2015).
[49] Para um exemplo de como a esquerda cristã aborda um amplo espectro de temas contemporâneos na esfera socioeconômica pública, ver Brantley W. Gasaway, Progressive Evangelicals and the Pursuit of Social Justice (University of North Carolina Press, 2014).
[50] “É justo dizer que algumas questões morais/políticas contemporâneas oferecem uma demarcação mais incisiva na fronteira entre esquerda/centro vs. direita no cristianismo evangélico estadunidense . . . do que mudança climática ou outras questões criacionistas.” “E a direita parece muito desconfortável com este fato,” David P. Gushee, In the Fray: Contesting Christian Public Ethics, 1994-2013 (Eugene, OR: Cascade Books, 2014), p. 128.
[51] Ver, por exemplo, Jan G. Linn, Big Christianity: What’s Right with the Religious Left (Louisville, KY: John Knox Press, 2006); e Brian D. McLaren, A Generous Orthodoxy (Grand Rapids, MI: Zondervan, 2004).
[52] Ver, por exemplo, Jim Wallis, Who Speaks for God?: An Alternative to the Religious Right–A New Politics of Compassion, Community and Civility (Random House, 1996); Jim Wallis, Why the Right Gets It Wrong and the Left Doesn’t Get It: God’s Politics–A New Vision for Faith and Politics in America (New York, NY: HarperCollins, 2005); e Jim Wallis, On God’s Side: What Religion Forgets and Politics Hasn’t Learned about Serving the Common Good (Grand Rapids, MI: Brazos Press, 2013).
[53] Mark A. Noll, The Scandal of the Evangelical Mind (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1994).
[54] Randall Balmer, Thy Kingdom Come: How the Religious Right Distorts Faith and Threatens America (New York, NY: Basic Books, 2006).
[55] Aliás, Gushee descreveria a si mesmo como um “centrista.” Ele escreveu, também, uma introdução a religião e a política estadunidense muito boa, David P. Gushee, The Future of Faith in American Politics: The Public Witness of the Evangelical Center (Waco, TX: Baylor University Press, 2008).
[56] Ver Humberto Belli e Ronald Nash, Beyond Liberation Theology (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 1992), pp. 15, 18.
[57] Tecnicamente, “o termo esquerda religiosa normalmente se refere a pessoas religiosas que mantêm posições políticas progressistas ou liberais independentemente da orientação teológica. Muitos dos proponentes mais importantes da esquerda religiosa defendem atual e distintamente teologias não-liberais,” Paul Rasor, “Identity, Covenant and Commitment,” pp. 9–16, em A People So Bold, e. John Gibb Millspaugh (Boston, MA: Skinner House Books, 2010), p. 15. Embora isso possa ser verdade, a maioria dos religiosos de esquerda tem também algum lugar entre interpretações teológicas de moderadas a liberais (pelo uso comum desses termos). Rasor parece certamente um ecumênico otimista notável que “recentemente, alguns sinais encorajadores sugerem que uma esquerda religiosa revitalizada está emergindo” e “superando nossa desconfiança do discurso religioso público . . . podendo colocar-nos em conversação com aqueles que falam profeticamente a partir de outras confissões religiosas, criando possibilidades para um trabalho colaborativo em prol da justiça,” Ibid., p. 15.
[58] Por exemplo, da direita, ver Ronald H. Nash, Freedom, Justice and the State (Lanham, MD: University Press of America, 1980).
[59] Glenn H. Utter e John Woodrow Storey, The Religious Right: A Reference Handbook (Santa Barbara, CA: ABC-CLIO, 2001), p. 78. Por exemplo, o bem conhecido defensor do criacionismo nas escolas, William Jennings Bryan, sem dúvidas, teve uma influência “no desenvolvimento da direita religiosa” na década de 1920. No entanto, “apesar de sua associação com a oposição fundamentalista contra a teoria da evolução, a vida política de Bryan envolveu a busca de objetivos que não podem ser facilmente associados com uma ideologia de direita religiosa, nem em sua época, nem nos dias atuais,” Ibid. O mesmo vale para o então futuro presidente democrata Woodrow Wilson, um ícone esquerdista do progressismo hoje. Não fora nenhum outro senão Wilson, que disse uma vez em 1905, “Há, diante de nós, uma tarefa: unir-mos. É fazer dos Estados Unidos uma poderosa nação cristã e cristianizar o mundo,” . W. Schulte Nordholt, Woodrow Wilson: A Life for World Peace, tr. Herbert H. Rowen (Las Angeles, CA: University of California Press, 1991), p. 47. É importante destacar que Ellen White apontou a visão econômica de Bryan como profundamente prejudicial. Ver Ellen White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 331.
[60] “A maior parte do ativismo político religioso nos Estados Unidos originou-se da esquerda até, ao menos, o fim dos anos 1970. Este fato torna a ausência da esquerda religiosa das discussões religiosas contemporâneas muito curiosa,” Laura R. Olson, “Whither the Religious Left? Religiopolitical Progressivism in Twenty-First-Century America,” em From Pews to Polling Places: Faith and Politics in the American Religious Mosaic, e. J. Matthew Wilson (Washington, D.C.: Georgetown University Press, 2007), p. 56. Para um estudo detalhado sobre as ambiguidades da esquerda e da direita na sociedade e na cultura estadunidense dominante, ver Jonah Goldberg, Liberal Fascism: The Secret History of the American Left from Mussolini to the Politics of Meaning (New York, NY: Random House, 2007); e Jonah Goldberg, The Tyranny of Clichés: How Liberals Cheat in the War of Ideas (London, UK: Penguin Books, 2012), pp. 76–83.
[61] Matthew S. Hedstrom, The Rise of Liberal Religion: Book Culture and American Spirituality in the Twentieth Century (New York, NY: Oxford University Press, 2013), p. 5.
[62] O problema é de cunho filosófico e de natureza muito técnica, motivo pelo qual muitos historiadores e teólogos continuam a falhar em compreender e, por conseguinte, interpretam erroneamente a sua natureza para o público geral. Tanto a extrema direita religiosa quanto à extrema esquerda religiosa são, estereotipada e igualmente platônicas e idealistas, apenas se focam em seus métodos e energias paralelos em diferentes objetos culturais (por exemplo, “Escritura” e “Natureza da Ciência”) em um modelo científico, platônico e cartesiano (dualista), levando a um confronto no âmbito da ética social e aplicada. para a disseminação do dualismo platônico cartesiano no pensamento ocidental moderno, ver, por exemplo, Louis S. Berger, Humanity’s Madness: Consequences of Becoming Literate (Forsyth, GA: Forsyth Books, 2011). Em geral, tanto a direita quanto a esquerda estão evitando, igualmente, as questões filosóficas reais levantadas pelo choque das “duas culturas” das ciências naturais e das ciências humanas, um debate mais restritamente acadêmico na atualidade. O real problema dessa duas culturas é exageradamente aumentado por Gary Madison: “o maior problema que enfrentamos é . . . o de conciliar . . . as exigências da ciência com outros valores mais tradicionais. Isto tem sido rotulado como o problema das ‘duas culturas.’ Qual é a relação entre os tão falados fatos científicos de um lado e os valores humanistas, religiosos e outros valores não-científicos do outro lado?” Gary Brent Madison, Understanding: A Phenomenological Pragmatic Analysis (Westport, CT: Greenwood Press, 1982), p. 10. A única maneira de compreender a inserção dos dualismos paradoxais que a direita e para a esquerda apresentam é mais profundamente examinar seus pressupostos filosóficos nos contextos ontológicos e epistemológicos de suas ideologias. Este estudo não pode adentrar nestas questões detalhadamente, mas para alguns trabalhos envolvendo tais questões de diferentes perspectivas a partir de um contexto teológico, ver David L. Schindler, Heart of the World, Center of the Church: Communio Ecclesiology, Liberalism, and Liberation (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1996); David L. Schindler, Ordering Love: Liberal Societies and the Memory of God (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2011); David C. Schindler, The Catholicity of Reason (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2013); Peter Jones, One or Two: Seeing a World of Difference (Escondido, CA: Main Entry Editions, 2010); Fernando Canale, Basic Elements of Christian Theology: Scripture Replacing Tradition (Berrien Springs, MI: Andrews University Lithotech, 2005); Fernando Canale, Secular Adventism: Exploring the Link Between Lifestyle and Salvation (Peruvian Union University, 2013); Milton Scarborough, Comparative Theories of Nonduality: The Search for a Middle Way (New York, NY: Continuum, 2009); e Douglas Sloan, Insight-Imagination: The Emancipation of Thought and the Modern World (Westport, CT: Greenwood Press, 1983). Para perspectivas mais políticas e filosóficas, ver Michael Polanyi, The Logic of Liberty (Chicago, IL: University of Chicago Press, 1951); Gary Brent Madison, The Logic of Liberty (Westport, CT: Greenwood Press, 1986); Pauli Pylkkö, The Aconceptual Mind: Heideggerian Themes in Holistic Naturalism (Philadelphia, PA: John Benjamins, 1998); e Louis S. Berger, The Unboundaried Self: Putting the Person Back Into the View from Nowhere (Victoria, BC: Trafford Publishing, 2005); Tere Vadén, Heidegger, Žižek, and Revolution (Rotterdam, The Netherlands: Sense Publishers, 2014); Clark Coogan, Escape from Planet Lame: Finding Wisdom and Happiness in the Age of Information (Jacksonville, FL: Plain Thinking, 2005); Floyd Merrell, Sensing Semiosis: Toward the Possibility of Complementary Cultural ‘Logics’ (New York, NY: St. Martin’s Press, 1998); Floyd Merrell, Processing Cultural Meaning (Brooklyn, NY: LEGAS, 2007); Floyd Merrell, Learning Living, Living Learning: Signs, Between East and West (Brooklyn, NY: LEGAS, 2002); David Bohm, Thought as a System (New York, NY: Routledge, 1994); e Steven M. Rosen, Dimensions of Apeiron: A Topological Phenomenology of Space, Time, and Individuation (Amsterdam, The Netherlands: Rodopi, 2004).
[63] Mark Thomas Edwards, The Right of the Protestant Left: God’s Totalitarianism (New York, NY: Palgrave Macmillan, 2012), p. 2.
[64] Michael Horton, Christless Christianity: The Alternative Gospel of the American Church (Grand Rapids, MI: Baker Books, 2008), p. 114. Para o religioso esquerda “o quadro de referência é o aquecimento global, a pobreza, a AIDS, e a ganância capitalista,” Ibid., 114. Como Stephen Carter, similarmente, salienta, “os esforços desesperados da direita religiosa para manipular a lei padecem diante dos esforços da esquerda religiosa para manipular a cultura. A esquerda religiosa não é necessariamente melhor do que a direita religiosa, apenas mais esperta . . . e tem cooperado com os esforços da elite para promulgar leis que ninguém mais possa vencer,” Stephen Carter, God’s Name in Vain (Basic Books, 2009), np.
[65] “O vocabulário da igreja emergente demonstra uma correspondência significativa com a terminologia da teologia da libertação, uma correspondência que pode refletir uam derivação direta de tal do pensamento,” Matt Jenson and David Wilhite, The Church: A Guide for the Perplexed (New York, NY: T&T Clark International, 2010), p. 100. Jenson e Wilhite ligam esta semelhança a “a noção de que a igreja emergente é melhor compreendida como parte de uma onde eclesiológica global, mesmo se a linguagem ‘emergente’ sendo defendida, predominantemente, nos Estados Unidos,” Ibid., p. 100. Como tal, poderia ser sugerido que o esquerdismo é um fenômeno mundial manifestado nos Estados Unidos, através do movimento emergente do cristianismo.
[66] Amy L. Sherman, “Christians and Economic Development,” em On Moral Business: Classical and Contemporary Resources for Ethics in Economic Life, e. Max L. Stackhouse et al. (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1995), pp. 932–933. Os conservadores estão preocupados com uma “ênfase na redistribuição da riqueza como resposta à pobreza e a privação, sem reconhecer o valor do incentivo, da oportunidade, da criatividade e da liberdade econômica e política. . . . [Sem manter uma desconfiança com tais preocupações] quanto a atração a uma economia centralmente controlada e soluções coercitivas, apesar do fracasso de tais economias e de sua consistente violação dos direitos dos pobres [são, inevitavelmente, uma ameaça],” Ibid., p. 932. Infelizmente, para tal conservadores, no entanto, “a esquerda religiosa vê os direitos de propriedade privada com desconfiança, acreditando que eles levam à enorme e à injusta acumulação de riqueza pelos ricos,” Ibid., pp. 932–933. Ver, também, http://politicsofthecrossresurrected.blogspot.com/2011/04/socialist-exegesis-and-cheap-grace.html; and http://www.nationalreview.com/article/398133/brute-force-left-kevin-d-williamson.
[67] Para a forma como o conceito é usado, compare as obras do direitista Ronald H. Nash, Social Justice and the Christian Church (Milford, MI: Mott Media, 1983); e do esquerdista Ronald J. Sider, Rich Christians in an Age of Hunger: Moving from Affluence to Generosity (Thomas Nelson, 2005).
[68] John Green, citado em Sullivan, The Party Faithful, p. 44. Ver, também, Jeffery L. Sheler, Believers: A Journey into Evangelical America (New York, NY: Penguin Books, 2006), p. 235.
[69] http://www.washingtonpost.com/local/the-religious-left-is-struggling-can-the-causeof-economic-justice-help-it-rise-again/2014/04/24/b9fa0708-cb5e-11e3-93eb-6c0037dde2adstory.html; http://dallasmorningviewsblog.dallasnews.com/2014/04/after-yearsof-religious-right-will-the-religious-left-reassert-itself-with-focus-on-economic-justice.html/.
[70] “Antes da direita religiosa, havia uma esquerda religiosa” Flynn, A Conservative History of the American Left, p. 4. “Ideias coletivistas e utópicas são tão estadunidenses quanto a Plymouth Rock. Os peregrinos, assim como comunistas seculares do século XIX, esperavam de construir uma cidade sobre uma colina. E, como os outros grupos sectários que mais tarde encontraram refúgio nos Estados Unidos, os peregrinos tentaram construir sua utopia sobre princípios comunistas. Em contraste com os comunistas, sectários e seculares do século XIX e semelhantemente vivendo como os europeus do século XX sob os comunistas, o sistema dos peregrinos fora imposto sobre eles sem consentimento. O edito para abolir as fontes de renda e a propriedade privada veio de uma fonte pouco provável: dos investidores capitalistas da colônia de Plymouth, que, de forma insensata e irônica, temiam que a ganância privada dos colonizadores minasse seus investimentos lucrativos. Sob o comunismo, que reinou na colônia de Plymouth de 1620 a 1623, a barriga dos investidores a carteira dos investidores ficaram vazias.
“[William] Bradford, concluiu que: ‘A experiência que se teve nesta condição e curso comum tentou diversos anos e que, resultou em anos sombrios inclusive a homens sóbrios e piedosos, pode muito bem evidenciar a vaidade dessa presunção de Platão e outros antigos aplaudida por alguns tempos depois; presunção que abolição da propriedade para transformá-la em um bem comum lhes faria felizes e prósperos. como se eles fossem mais sábios do que Deus’,” Ibid., pp. 11–12.
[71] “A hostilidade para com a religião, frequentemente associada com a esquerda, nem sempre foi tão evidente.. De fato, o cristianismo serviu como a influência primária sobre esquerdistas estadunidenses. Sua influência sobre esquerdistas estadunidenses primitivos foi tão profunda que deixou sua marca em sua prole decididamente não religiosa. Reformadores seculares admiravam o sacrifício e a unidade comunitária dos religiosos fanáticos primitivos, mas, em geral, não quanto as suas crenças religiosas. Religião e política se fundiram no Evangelho Social, cujo entusiastas chegaram ao ponto de ser mais voltados para o social e menos para o evangelho. O que emergiu foi uma religião política, ou, porventura, mais precisamente, uma política religiosa. Os seculares mantiveram as formas, mas sem o conteúdo. Eles prometiam salvação, exaltavam os santos, perseguiam os hereges, reverenciavam os livros sagrados, cumpriam os dogmas, compreendiam a história teleologicamente, e agiu com uma auto-justificação, geralmente confinados ao eleito e termina justificado-themeans mentalidade característica do milenar libertadores. Eles perderam a fé me Deus, não em si,” Flynn, A Conservative History of the American Left, p. 4.
[72] Christian Smith, Souls in Transition: The Religious & Spiritual Lives of Emerging Adults (New York, NY: Oxford University Press, 2009), p. 287.
[73] John Turner, http://www.firstthings.com/blogs/firstthoughts/2013/03/how-mainlinechristianity-lost-its-institutions-but-won-the-culture.
[74] N. Jay Demerath, “Cultural Victory and Organizational Defeat in the Paradoxical Decline of Liberal Protestantism,” em Journal for the Scientific Study of Religion Vol. 34, #4 (1995), pp. 458–469.
[75] Smith, Souls in Transition, pp. 288.
[76] “Uma esquerda religiosa . . . se fortaleceu durante o governo Bush,” John Micklethwait e Adrian Wooldridge, God is Back: How the Global Revival of Faith is Changing the World (New York, NY: Penguin Press, 2009), p. 128.
[77] “Você é parte da esquerda religiosa, ou igreja emergente, se você não gosta de George W. Bush,” Kevin DeYoung e Ted Kluck, Why We’re Not Emergent (By Two Guys Who Should Be) (Chicago, IL: Moody, 2008), p. 21.
[78] Micklethwait and Wooldridge, God is Back, p. 129. Da mesma forma, em seu tempo, “O presidente [William] Clinton esperava que a esquerda, e particularmente a esquerda religiosa, apoiasse sua pauta,” Andrew D. Walsh, Religion, Economics, and Public Policy: Ironies, Tragedies, and Absurdities of the Contemporary Culture Wars (Westport, CT: Praeger Publishers, 2000), p. 111.
[79] Alguns podem afirmar que “comentaristas políticos têm enfatizado a divisão entre cristãos conservadores e perspectivas seculares sem levar em consideração o fato que nem todo progressista é não cristão e nem todas as pessoas religiosas são cristãos ou conservadores. Essa oposição binária errônea moldada pela mídia entre a direita e a esquerda continua a influenciar muitas opiniões dos cidadãos,” Karin Fry, Beyond Religious Right and Secular Left Rhetoric: The Road to Compromise (New York, NY: Palgrave Macmillan, 2014), p. 123. Embora isso possa ser parcialmente verdadeiro, ignora as profundas questões filosóficas a que me referi na nota nº 62. Ver, também, William V. D’Antionio, Steven A. Tuch, e Josiah R. Baker, Religion, Politics, and Polarization: How Religiopolitical Conflict is Changing Congress and American Democracy (Lanham, MD: Rowman & Littlefield, 2013).
[80] Note, especialmente, a teoria austríaca de economia, preferida pela direita, que não associa modelos matemáticos preditivos com a economia, o que a esquerda faz. Para informações adicionais, ver Karen I. Vaughn, Austrian Economics in America: The Migration of a Tradition (Cambridge, MA: Cambridge University Press, 1994). Eric Crouse explica que “vinculando a livre iniciativa com as exigências da ética bíblica . . . Os conservadores cristãos proporcionaram alguns dos mais fortes argumentos para Reaganomics [e a escola austríaca de economia],” Eric R. Crouse, The Cross and Reaganomics: Conservative Christians Defending Ronald Reagan (Lanham, MD: Lexington Books, 2013), p. 110. Da mesma forma, a maioria dos conservadores enfatizam “o modelo keynesiano [preferido pela esquerda] como, principalmente, um modelo de redistribuição,” Ibid., 23. Ver, também, “Para se ter ideia, as ideias de John Maynard Keynes foram cruciais em legitimar e apontar o caminho para uma nova forma de capitalismo,” Jean Hardisty e Deepak Bhargava, “Wrong about the Right,” em Dispatches from the Religious Left, e. Frederick Clarkson, p. 134. Curiosamente, apesar dos católicos divergirem sobre a forma como eles veem as questões econômicas, no entanto, note que, “os [economistas] austríacos rejeitam a matematização da disciplina que outros paradigmas têm incentivado e descarta modelos artificiais que reduzem o homem a um mero átomo,” Thomas E. Woods, The Church and the Market: A Catholic Defense of the Free Economy (Oxford, UK: Lexington Books, 2005), p. 217. Novamente, como Gene Callahan explica, “Os austríacos . . . enfatizam a liberdade e a imprevisibilidade da ação humana,” Gene Callahan, Economics for Real People: An Introduction to the Austrian School, 2ª e. (Auburn, AL: Ludwig von Mises Institute, 2004), p. 316.
[81] Byron E. Shafer e Richard H. Spady, The American Political Landscape (Harvard University Press, 2014), p. 171.
[82] Ver nota nº 62. Para tratamentos explícitos da percepção esquerdista e pública da política e da ciência, ver Joel Achenbach, “The Age of Disbelief,” em National Geographic, (Março de 2015), pp. 30–47; Chris Mooney, The Republican War on Science (New York, NY: Basic Books, 2005); Chris Mooney, The Republican Brain: The Science of Why They Deny Science–and Reality (Honoken, NJ: John Wiley & Sons, 2012); Tanya Melich, The Republican War Against Women: An Insider’s Report from Behind the Lines (Random House, 2009); e John Holbo, Looking for a Fight: Is There a Republican War on Science? (Parlor Press, 2006). Naturalmente, é claro, alguns republicanos e cristãos responderam. Por exemplo, Alex B. Berezow e Hank Campbell, Science Left Behind: Feel-Good Fallacies and the Rise of the Anti-Scientific Left (New York, NY: PublicAffairs, 2012); e James Wanliss, Resisting the Green Dragon: Dominion, Not Death (Burke, VA: Cornwall Alliance for the Stewardship of Creation, 2010).
[83] Ver http://religions.pewforum.org/portraits#. http://religions.pewforum.org/pdf/tableparty-affiliation-by-protestant-denomination.pdf; and http://tobingrant.religionnews.com/2014/08/27/politics-american-churches-religions-one-graph/. Ver, também, Shafer and Richard H. Spady, The American Political Landscape; e Glenn H. Utter e James L. True, Conservative Christians and Political Participation: A Reference Handbook (Santa Barbara, CA: ABC-CLIO, 2004).
[84] Observe http://teampyro.blogspot.com/2007/07/left-leaning-politics-and-emerging.html; http://www.christianitytoday.com/ct/2007/february/11.35.html.
[85] David Gibson, “The ‘God Gap’ Between Republicans and Democrats Closed: Values Voters on the Left,” em http://www.freerepublic.com/focus/f-religion/2343313/posts.
[86] http://www.theguardian.com/world/2008/nov/07/us-elections-2008-barack-obama1; http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2006/11/10/AR2006111001694.html; http://nationwidenewspaper.com/Community/DisplayStory.asp?id=3; http://www.missionamerica.com/articletext.php?artnum=114.
[87] Ver, por exemplo, William H. Frey, Diversity Explosion: How New Racial Demographics are Remaking America (Washington, D.C.: Brookings Institution Press, 2015); Marisa Abrajano e Zoltan L. Hajnal, White Backlash: Immigration, Race, and American Politics (Princeton, NJ: Princeton University Press, 2015); http://www.realclearpolicy.com/blog/2015/04/27/has_immigration_sparked_a_white_backlash.html; e http://washingtonexaminer.com/pew-next-generation-will-be-over-50-non-white/article/2546219.
[88] Jonathan Merritt, “The Rise of the Christian Left in America,” http://www.theatlantic.com/politics/archive/2013/07/the-rise-of-the-christian-left-in-america/278086/.
[89] Kevin MacDonald, “The Tea Party and the GOP: Heading for Divorce,” at http://www.theoccidentalobserver.net/2013/10/the-tea-party-and-the-gop-heading-for-divorce/.
[90] http://spectator.org/articles/40041/political-gaps-strain-churches. Particularmente, nas denominações protestantes mais antigas/dominantes, como os presbiterianos, por exemplo, os pastores inclinaram-se fortemente para o lado democrata, mesmo quando seus membros continuam majoritariamente divididos. Ver, também, http://publicreligion.org/site/wp-content/uploads/2011/06/2008-Mainline-Protestant-Clergy-Voices-Survey-Report.pdf.
[91] Ver http://uccfiles.com/pdf/UCC-Statistical-Profile-2012lr.pdf; e http://spectator.org/articles/40041/political-gaps-strain-churches.
[92] Kevin Eckstrom, “Study: Mormonism is Fastest-growing Faith in Half of USA,” em http://usatoday30.usatoday.com/news/religion/story/2012-05-02/religion-census-mormon/54701198/1; http://religiondispatches.org/mormon-numbers-not-adding-up/; http://www.thegospelcoalition.org/article/6-reasons-why-mormons-are-beating-evangelicalsin-church-growth.
[93] Ver, por exemplo, Loren Seibold, “Should Seventh-day Adventists be Republicans?” em Spectrum (17 de maio de 2012), disponível online em http://spectrummagazine.org/article/column/2012/05/17/should-seventh-day-adventists-be-republicans.
[94] Ver o estudo a http://www.pewforum.org/2012/10/11/the-catholic-swing-vote/.
[95] David Beckworth and S. Joseph Kidder, “Reflections on the future of the Seventh-day Adventist Church in North America: Trends and Challenges,” em Ministry (dezembro de 2010), disponível online em: https://www.ministrymagazine.org/archive/2010/12/reflections-on-the-future-of-north-american-seventh-day-adventism.html.
[96] Devo, aqui, fazer referência àqueles que veem a direita religiosa se aliando aos católicos. De acordo com alguns, é precisamente o oposto que está ocorrendo—a esquerda religiosa emergente está ganhando fiéis no catolicismo! Ver, por exemplo, Roger Oakland, Faith Undone: The Emerging Church. . . A New Reformation or an End-time Deception (Silverton, OR: Lighthouse Trails Publishing, 2008), pp. 73–80; pp. 160–162.
[97] http://www.atoday.org/article/1472/news/2012/october-headlines/survey-exploreshow-adventists-will-vote-in-the-2012-elections-in-the-united-states. Isto se encaixa com minhas pesquisas casuais e pessoais no últimos 15 anos. Ver, também, John T. Gavin, William W. Ellis e Curtis J. Vanderwall, “Checking the Political Pulse of the University: Findings from the 2012 SDA Religion and Social Issues Survey,” https://www.andrews.edu/services/ipa/documents-faisebasedpub/political_pulse_of_university_-final.pdf.
[98] A razão de alguns conservadores teológicos inclinarem-se politicamente é por causa de nossa compreensão das questões Igreja e Estado; ver, novamente, nota nº 30. Agora, se eles têm, corretamente, avaliado a situação é uma outra questão. Sobre a noção de ser teologicamente “liberal”, enquanto politicamente e economicamente conservador, especialmente em relação às questões igreja-estado, ver o interessante ensaio de Steven H. Shiffrin, “The Religious Left and Church-State Relations: A Response to Kent Greenawalt and Bernie Meyler,” em The Cornell Journal of Law and Public Policy Vol. 19, #761 (2010). Ele reconhece que “não há nenhuma correlação fácil entre a teologia e a posição política,” Ibid., p. 762. Curiosamente, no entanto, ele observa também que “seria possível crer na teologia liberal e ser conservador na política, mas essa combinação não é muito corrente no cenário político estadunidense,” Ibid. Isso é lamentável, e gostaria de recomendar que as razões para isso devem ser exploradas em linha com as questões levantadas na nota nº 62 a respeito do platonismo. Ver, também, nº 129.
[99] Os adventistas eram frequentemente aconselhados a evitar “questões políticas” por Ellen White. Ver, por exemplo, Ellen White, Fundamentos da Educação Cristã, pp. 475–484.
[100] “É a obra da verdadeira educação desenvolver essa faculdade, preparar os jovens para que sejam pensantes e não meros refletores do pensamento de outrem. Em vez de limitar o seu estudo ao que os homens têm dito ou escrito, sejam os estudantes encaminhados às fontes da verdade, aos vastos campos abertos a pesquisas na natureza e na revelação,” Ellen White, Educação, 17.
[101] Ver http://www.reuters.com/article/2012/11/08/us-usa-campaign-religion-idUSBRE8A71 M420121108. Observe, também, http://www.washingtonpost.com/blogs/the-fix/wp/2013/02/11/what-the-catholic-vote-tells-us-about-presidential-elections/; http://www.washingtonpost.com/blogs/the-fix/post/the-catholic-vote-is-the-2012-bellwether/2012/05/03/gIQAXkJhyT_blog.html. Alguns exibir os números de forma ligeiramente diferente, mas permanece o fatos deles serem historicamente divididos em quase 50/50. Por exemplo, http://cara.georgetown.edu/presidential%20vote%20only.pdf.
[102] Ver Hal Mayer, “President Obama’s Catholic Political Formation,” http://ktfnews.com/president-obamas-catholic-political-formation/; and http://www.realclearreligion.org/articles/2012/09/12/catholic_left_created_obama.html.
[103] Dan Merica, “American Catholics Agree with Pope about Culture Wars,” em http://religion.blogs.cnn.com/2013/10/04/american-catholics-back-popesdownplaying-of-contentious-social-issues/; http://www.religionnews.com/2013/10/04/pollcatholics-agree-church-focused-issues-support-gay-marriage/.
[104] Ver http://www.cbsnews.com/news/pope-francis-popularity-in-the-united-stateshits-an-all-time-high/.
[105] Ross Douthat, “Will Pope Francis Break the Church?” em http://www.theatlantic.com/magazine/archive/2015/05/will-pope-francis-break-the-church/389516/. Ver, também, http://www.nytimes.com/2013/11/10/us/conservative-us-catholics-feel-left-out-of-the-popes-embrace.html; e http://abcnews.go.com/blogs/politics/2013/12/yuletide-gift-forpope-francis-vast-popularity-among-catholics/. “Conservadores políticos, o grupo ideológico mais alinhado a Bento XVI, são os mais distantes de Francisco, em razão de sua acentuada impopularidade entres os muitos estadunidenses conservadores; para efeitos de comparação, apenas 59% neste grupo veem Francisco favoravelmente. E menos ainda entre os fortemente conservadores, apenas 49% aprovam a direção em que Francisco está guiando a igreja,” Ibid.
[106] Michelle Boorstein e Elizabeth Tenety, “Conservative Catholics Question Pope Francis’s Approach,” em http://www.faithstreet.com/onfaith/2013/10/14/conservative-catholics-question-pope-franciss-approach/21082; http://www.faithstreet.com/onfaith/2013/10/14/conservative-catholics-question-pope-franciss-approach/21082.
[107] Como o Papa Francisco colocou, “algumas pessoas continuam a teorias enganosas que partem do princípio de que o crescimento econômico, incentivados pelo mercado livre, vai, inevitavelmente, ter sucesso em trazer mais justiça e inclusão no mundo. Esta opinião, que nunca foi confirmada pelos fatos, expressa uma forte e ingênua confiança na bondade das pessoas exercendo o poder econômico e o sagrado funcionamento do sistema econômico vigente,” Evangelii Gaudium (Vatican Press, 2013), p. 46. Mais tarde, ele compartilha: “Uma reforma financeira aberta a tais considerações éticas exigiriam uma mudança vigorosa de abordagem por parte de líderes políticos. . . . O Papa ama a todos, ricos e pobres, mas ele é obrigado, em nome de Cristo, a lembrar a todos que os ricos têm de ajudar, respeitar e promover os pobres,” Ibid., p. 49 (ênfase acrescida). Além disso, “Quando uma sociedade—seja local, nacional ou global—está disposta a deixar uma parte de si de lado, sem recursos ou programas políticos na execução de leis ou de sistemas de vigilância que venham indefinidamente garantir a sua comodidade. Este não é, simplesmente, o caso porque a desigualdade provoca uma reação violenta daqueles excluídos do sistema, mas porque o sistema socioeconômico é injusto em sua raiz. Assim como a bondade tende a se espalhar, a tolerância para com o mal, que é uma injustiça, tende a expandir a sua influência perniciosa e, silenciosamente, minar qualquer sistema político e social, não importa quão sólido possa aparentar. Se cada ação tem suas consequências, um mal incorporado nas estruturas de uma sociedade tem um potencial constante de desintegração e morte. O mal está cristalizado em estruturas sociais injustas que não podem ser a base de esperança para um futuro melhor. Estamos longe do tão falado ‘fim da história’, desde que as condições para um desenvolvimento sustentável e pacífico não foram adequadamente articuladas e executadas. . . . Os mecanismos econômicos de hoje promovem o consumo desordenado, mas é evidente que o consumismo desenfreado, combinado com a desigualdade, prova-se duplamente prejudicial à estrutura social,” Ibid., p. 50.
[108] Rush Limbaugh, “It’s Sad How Wrong Pope Francis Is (Unless It’s a Deliberate Mistranslation By Leftists),” http://www.rushlimbaugh.com/daily/2013/11/27/it_s_sad_how_wrong_pope_francis_is_unless_it_s_a_deliberate_mistranslation_by_leftists; http://religion.blogs.cnn.com/2013/12/02/rush-limbaugh-vs-the-pope/.
[109] http://www.buzzfeed.com/mckaycoppins/how-the-pope-could-tear-apart-the-religious-right.
[110] Eyder Peralta, “Pope Francis Shakes Up Important Congregation for Bishops,” em http://www.npr.org/blogs/thetwo-way/2013/12/17/251985254/pope-francis-shakesup-important-congregation-for-bishops; http://stlouis.cbslocal.com/2014/03/24/vatican-chief-justice-obamas-policies-have-become-progressively-morehostile-toward-christian-civilization/; http://www.nytimes.com/2013/12/17/world/europe/pope-replaces-conservative-us-cardinal-on-influential-vatican-committee.html?_r=0; and http://www.jsonline.com/news/religion/pope-francis-removes-former-la-crosse -bishop-raymond-burke-b99165146z1-236134851.html.
[111] http://poy.time.com/2013/12/11/person-of-the-year-pope-francis-the-peoples-pope/#.
[112] “Não é surpresa alguma que a esquerda e a direita estão, agora, procurando, abertamente, alinhar-se com este Papa,” Jeff Macke, http://finance.yahoo.com/blogs/breakout/lawmakers-enlist-powerful-new-wage-and-wealth-gap-warrior—the-pope-181146316.html.
[113] Ver Gary Langer, “Pope Francis, Time Magazine’s Person of the Year, is Vastly Popular Among Catholics,” http://abcnews.go.com/blogs/politics/2013/12/yuletide-gift-forpope-francis- vast-popularity-among-catholics/.
[114] http://www.pewforum.org/2015/01/05/faith-on-the-hill/.
[115] Note http://abcnews.go.com/blogs/politics/2014/03/pope-francis-invited-to-addressjoint-session-of-congress/; http://time.com/23805/pope-francis-john-boehner-nancy-pelosi-congress/.
[116] David Gibson, “Pope Francis has Conservatives Talking Schism: But a Split is Easier Said than Done,” em http://www.religionnews.com/2014/11/04/pope-francisconservatives-talking-schism-split-easier-said-done/; http://www.rightwingwatch.org/content/wnd-jesus-christ-weeping-heaven-over-pope-francis-remarks-unfettered-capitalism; http://time.com/2827866/why-tea-party-catholicism-is-a-no-go/; http://ncronline.org/news/politics/pope-or-tea-party; http://www.politico.com/story/2013/12/pope-franciscatholic-church-republicans-gop-economics-101522.html; http://www.breitbart.com/ national-security/2014/05/10/breitbart-news-saturday-is-pope-francis-a-tea-partycatholic-or-a-commie/; http://www.theblaze.com/contributions/why-the-popesvisit-to-congress-should-terrify-conservatives/. Ver, também, Rachel Lu, “Don’t Pick Political Fights with Pope Francis,” http://thefederalist.com/2015/01/20/dont-pick-politicalfights-with-pope-francis/.
[117] http://www.faithstreet.com/onfaith/2015/03/10/can-a-radical-pope-change-american-culture-wars/36321.
[118] http://the-american-catholic.com/2010/09/07/thomas-woods-and-his-critics-the-austrian-vs-distributist-debate-among-catholics/; http://the-american-catholic.com/tag/austrianeconomics/. Ver, também, no âmbito mais abrangente do cristianismo, Doug Bandow e David L. Schindler, ee. Wealth, Poverty & Human Destiny (Wilmington, DE: ISI Books, 2003).
[119] Patrick J. Deneen, “A Catholic Showdown Worth Watching” em http://www.theamericanconservative.com/a-catholic-showdown-worth-watching/; http://catholiclane.com/a-catholic-third-way-pope-benedict-and-the-crisis-of-global-capitalism/. Esta desarmonia socioeconômica tem dividido católicos conservadores estadunidenses neotomistas como John Courtney Murray e Michael Novak daqueles do movimento Communio como Hans Urs von Balthasar, Henri de Lubac, Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI) e o estadunidense David L. de Schindler.
[120] Deneen, Ibid. Thomas Storck, “What’s Really at Stake in the Catholic Showdown?” at http://ethikapolitika.org/2014/12/04/whats-really-stake-catholic-showdown/.
[121] Jeremy Beer, http://www.theamericanconservative.com/articles/philosopher-of-love-587/.
[122] David L. Schindler, “‘Homelessness’ and Market Liberalism: Toward an Economic Culture of Gift and Gratitude,” em Wealth, Poverty & Human Destiny, ee. Doug Bandow e David L. Schindler (Wilmington, DE: ISI Books, 2003), pp. 349, 370.
[123] William D’Antonio, http://ncronline.org/news/catholics-america/religion-andpolitical-affiliation. Ver, também, http://xianlp.blogspot.com/2009/10/christian-libertariansummary-geocities.html.
[124] http://www.wsj.com/articles/SB10001424052702303281504579221933931268354; http://ncronline.org/blogs/making-difference/poverty-inequality-and-pope-francis; http://www.theguardian.com/commentisfree/belief/2013/nov/27/pope-francis-inequalitybiggest-issue-our-time; http://www.washingtonpost.com/business/economy/pope-francisdenounces-trickle-down-economic-theories-in-critique-of-inequality/2013/11/26/e17ffe4e-56b6-11e3-8304-caf30787c0a9_story.html.
[125] John W. Robbins, Ecclesiastical Megalomania: The Economic and Political Thought of the Roman Catholic Church (Unicoi, TN: The Trinity Foundation, 2006), 94.
[126] Ver http://thinkprogress.org/climate/2015/01/20/3612158/catholic-climate-deniers/; http://www.theguardian.com/world/2014/dec/27/pope-francis-edict-climatechange-us-rightwing; http://www.huffingtonpost.com/catholic-relief-services/pope-francisand-climate_b_6595036.html; e http://www.climatedepot.com/2015/04/24/climate-skeptics-descend-on-vatican-will-attempt-to-influence-pope-on-global-warming/
[127] Ver W. Robbins, Freedom and Capitalism: Essays on Christian Politics and Economics (Unicoi, TN: The Trinity Foundation, 2006), pp. 458–498.
[128]Alguns veem o Tea Party como uma continuação da direita religiosa. Enquanto a maioria das estimativas realistas colocam apenas cerca de metade dos adeptos do Tea Party como religiosamente inclinados e motivados, há, ainda, um número significativo deles que não são religiosos. Em ambos os casos, como observado acima, eles representam uma diminuição demográfica, assim, o futuro é quase impossível de prever. Para avaliações ddiretamente conflituosas, ver Amanda Marcotte, http://www.alternet.org/belief/how-christian-right-and-tea-party-make-gop-unhinged; Kerry Eleveld, http://www.salon.com/2013/10/26/gop_civil_war_poll_shows_tea_party_disdains_religious_right/; David Sessions, http://www.thedailybeast.com/articles/2011/08/18/teaparty-is-it-the-christian-right-in-disguise.html; Napp Nazworth, http://www.christianpost.com/news/report-tea-party-more-christian-right-than-libertarian-107835/; http://www.theguardian.com/commentisfree/belief/2010/oct/12/tea-party- religious-right.; and http://publicreligion.org/2013/10/the-relationship-between-libertarians-the-tea-partyand-the-christian-right/#.VRhc1lPkLmg.
[129] Eu aprecio os esforços de D. Eric Schansberg, “Common Ground Between the Philosophies of Christianity and Libertarianism,” em the Journal of Markets & Morality Vol. 5, #2 (Outono de 2002), pp. 439–457. Ver, também, D. Eric Schansberg, Poor Policy: How Government Harms the Poor (Boulder, CO: Westview Press, 1996); e D. Eric Schansberg, Turn Neither to the Right Nor to the Left: A Thinking Christian’s Guide to Politics and Public Policy (Greenville, SC: Alertness Ltd, 2003). Schansberg sugere que “a esquerda política e a direita política—e suas primas: a ‘direita religiosa’ e a ‘esquerda religiosa’—não oferecem uma filosofia política coerente e são profundamente falhas em sua abordagem para com o ativismo político,” Ibid., vi. Para uma abordagem similar, embora distinta, ver Gary B. Madison, The Political Economy of Civil Society and Human Rights (New York, NY: Routledge, 1998).
[130] Note, especialmente, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, pp. 331–333; e Ellen White, The Ellen G. White 1888 Materials (1987), p. 1164.
[131] Ver Ellen White, O Grande Conflito.
[132] Compare Nic Samojluk, From Pro-life to Pro-choice: The Dramatic Shift in Seventh-day Adventist’s Attitudes Towards Abortion (Lulu Press, 2011); e Nic Samojluk, Murder in Paradise: A Serious Warning to the United States & the Adventist Church (Lulu Press, 2014), com John V. Stevens, The Abortion Controversy: Will a Free America Survive? Will You? (Sun City, AZ: Founders Freedom press, 2008).
[133] Neste sentido, gostaria de indicar a obra de Fernando Canale, “Is There Room for Systematics in Adventist Theology?” em the Journal for the Adventist Theological Society Vol. 12, #2 (2001), pp. 110-131; e Fernando Canale, “On Being the Remnant,” em the Journal for the Adventist Theological Society Vol. 24, #1 (2013), pp. 127–174. Ver, também, notas nº 118 e nº 119.
[134] Já falei sobre isso em relação à escatologia, ver Michael F. Younker, “Twice Filled; The ‘Cup of Iniquity’ and 21st Century Seventh-day Adventism,” em The Compass Magazine (29 de maio de 2014). Disponível online em: https://www.thecompassmagazine.com/blog/twice-filled-the-cup-of-iniquity-and-21st-century-seventh-day-adventism.
[135] Carl Raschke, GloboChrist: The Great Commission Takes a Postmodern Turn (Grand Rapids, MI: Baker Academic, 2008), pp. 158–159.
[136] Raschke, GloboChrist, p. 78. Enquanto a observação de Raschke pode apontar para uma fraqueza no cristianismo que o levara a absorver ideias falsas, sua colocação presente é sociológica. Partindo de um contexto mais amplo, “o segredo do crescimento do cristianismo através das eras tem sempre sido seu instinto insaciável de evangelizar povos e culturas não cristãs. Contrário ao pensamento politicamente correto hoje prevalecente em todo o ocidente secular, este impulso não surge a partir da vontade de alguma força imperialista de uma civilização para dominar outra ou mesmo de uma religião para dominar sobre todas as demais. Origina-se nas instruções explícitas de Jesus para os seus seguidores, que a tradição chama de ‘a Grande Comissão’,” Ibid., p. 47.
[137] Raschke está bem ciente de que os ocidentais têm visto subitamente “torrentes de tinta derramadas nos últimos tempos, ganhando força, desde o 11 de setembro de 2001, sobre causas, prognósticos e fontes de culpa” por causa das hostilidades entre o islamismo radical e o ocidente. Em todo caso, “o fato incontestável é que, historicamente, os povos que têm sido predominantemente cristãos e islâmicos nunca conseguiram mais do que um curto período de trégua,” Raschke, GloboChrist, 96. Para uma introdução histórica, teológica e filosófica ao Islã, ver John L. Esposito, e., The Oxford History of Islam (New York, NY: Oxford University Press, 1999); e Ira M. Lapidus, A History of Islamic Societies 3ª ed. (New York, NY: Cambridge University Press, 2014). Curiosamente, é verdade que “o islã é a única grande religião que é uma reação ao cristianismo,” Raul E. Lopez, Jr., A City Set on a Hill (Xulon Press, 2011), p. 136.
[138] Raschke, GloboChrist, p. 93. Ver http://www.pewforum.org/2015/04/02/ religiousprojections-2010-2050/#projected-growth-map. Observe, também, que “Nas próximas quatro décadas, o cristianismo continuará a ser a maior afiliação religiosa do mundo, mas o islã vera um crescimento maior fazendo com que as duas religiões sejam quase iguais em números até 2050. Em 2010, o cristianismo foi, de longe, a maior religião do mundo, com 2,2 bilhões de seguidores da fé e a composição de quase um terço da população de 6,9 bilhões de pessoas na Terra. O islã foi a segunda com 1,6 bilhão de adeptos, ou seja, 23% da população mundial.
“Se as atuais taxas de natalidade e de população jovem continuarem a crescer conforme a taxa atual, os muçulmanos comporão 10% população total da Europa em 2050. Estima-se que o islã alcançará o cristianismo nas próximas quatro décadas como resultado de uma combinação de uma população “significativamente jovem” com alto índice de natalidade, Benjamin Fearnow, “Study: Muslims to Outnumber Christians Worldwide at 2070,” http://washington.cbslocal.com/2015/04/02/study-muslims-to-outnumber-christians-worldwide-at-2070/. Ver, também, Laurie Goodstein, “Muslims Projected to Outnumber Christians by 2100,” http://www.nytimes.com/2015/04/03/us/report-sees-religions-growing-and-shifting-in-next-few-decades.html.
[139] Raschke, GloboChrist, p. 95.
[140] John L. Allen, http://www.cruxnow.com/church/2015/03/13/vatican-backs-militaryforce-to-stop-isis-genocide/.
[141] Howard Koplowitz, “ISIS Rome Is Next: Now That Islamic State Is In Libya, Will Italy Become A Breeding Ground For Extremists?” (Februrary 18, 2015), International Business Times. http://www.ibtimes.com/isis-rome-next-now-islamic-state-libya-will-italybecome-breeding-ground-extremists-1820674.
[142] Raschke, GloboChrist, pp. 94–95.
[143] Raschke, GloboChrist, p. 93.
[144] Philip Jenkins, The Next Christendom: The Coming of Global Christianity (New York, NY: Oxford University Press, 2002), p. 163.
[145] Philip Jenkins, por um lado, tenta ver um futuro frutífero tanto para o cristianismo quanto para o islamismo na Europa, embora ele reconheça os desafios significativos que tal futuro traria antes de qualquer realização de harmonia. Note Philip Jenkins, God’s Continent: Christianity, Islam, and Europe’s Religious Crisis (New York, NY: Oxford University Press, 2007).
[146] Raschke, GloboChrist, p. 120.
[147] Raschke, GloboChrist, p. 120.
[148] Raschke, GloboChrist, p. 114.
[149] Raschke, GloboChrist, p. 114.
[150] Raschke, GloboChrist, p. 115. “O islã está fundado sobre uma revelação absolutamente objetivista que não podemos aceitar nem rejeitar,” Ibid. Infelizmente, falando do contexto contemporâneo, quando movimentos extremistas como o ISIS (Estado Islâmico na Síria) têm ganho destaque, o contexto do conflito é levado rapidamente para toda forma de antagonismos. Mas se for rápido, ou demorar mais tempo, o choque de culturas será inevitável. Para saber mais sobre o contexto contemporâneo, ver Michael Weiss e Hassan Hassan, ISIS: Inside the Army of Terror (New York, NY: Regan Arts, 2014); Jay Sekulow, Rise of ISIS: A Threat We Can’t Ignore (New York, NY: Howard Books, 2014); Jessica Stern e J. M. Berger, ISIS: The State of Terror (London, UK: Willam Collins, 2015); e Reza Aslan, No god but God: The Origins, Evolution, and Future of Islam (New York, NY: Random House, 2011).
[151] Raschke, GloboChrist, p. 143.
[152] Raschke, GloboChrist, p. 144.
[153] Raschke, GloboChrist, p. 148.
[154] Raschke, GloboChrist, p. 148.
[155] Raschke, GloboChrist, p. 150.
[156] Os fundamentalistas [na direita religiosa], que “detestam o pensamento pós-modernista o qual eles rejeitam como um pensamento relativista,” “estão realmente buscando a fechar os seus olhos e magicamente desejam evitar o desafio de oferecer uma fundamentação racional ou teológica sua fé, enquanto o conhecimento e os diferentes espectros discursos religiosos e éticos proliferam em escala global. O fundamentalismo é . . . a substituição idólatra da racionalidade proposicionalista para a linguagem bíblica da fé em si.” Ver, também, Carl Raschke, The Next Reformation: Why Evangelicals Must Embrace Postmodernity (Grand Rapids, MI: Baker Academic, 2004). De maneira semelhante, “infelizmente, as questões do novo tipo de vanguarda emergente [inclinação esquerdista] do cristianismo pós-moderno não são realmente questões globais. No início do novo milênio, elas são simplesmente uma repetição dos debates modernistas-fundamentalistas debates de um século atrás, com algumas pitadas de guerra cultural bem dosadas. São debates sobre quão rígido ou leve supõe-se adotar as diretrizes cristãs clássicas, o quão longe pode-se acomodar valores seculares e perspectivas contemporâneos sem reduzir o significado e a força motivadora da fé em si. [No entanto], acomodar-se ou não ao saeculum não é mais uma consequência discernível para o cristianismo global. É o saeculum em si que está sob o cerco em toda parte e está desmoronando. O saeculum foi, originalmente, uma noção teológica clássica. Não se refere a uma era ‘vindoura’ ou a uma era em todos tornar-nos-emos mais ‘úteis’, mas a era que ‘findou’ quando o reino de Deus se estabeleceu na terra em majestante glória. Se o saeculum está findando, como [Jacques] Derrida e outros [filósofos] imperam, então não é por causa de algum ciclo histórico temporário que, eventualmente, alternar-se-á, comparável aos republicanos ou democratas ganhando o controle do Congresso. É porque o saeculum tem agora se voltado contra o eschaton, o último o qual vem a ser o limite da primeira. A questão não é se ter a escatologia, mas qual escatologia ter,” Raschke, GloboChrist, p. 148.
[157] James Smith, “Foreword,” em Raschke, GloboChrist, p. 10.
[158] Veja, por favor, a nota nº 2 para mais referências à prevalência do conceito de “remanescente” na teologia adventista do sétimo dia
[159] Tim Roosenberg, Islam & Christianity in Prophecy (Hagerstown, MD: Review and Herald, 2011).
[160] Roosenberg, Islam & Christianity, p. 95.
[161] Para uma análise das questões relativas a Daniel 11, ver Donn W. Leatherman, “Adventist Interpretation of Daniel 10-12: A Diagnosis and Prescription,” em the Journal of the Adventist Theological Society Vol. 7 #1 (1996), pp. 120–140.
[162] Roosenberg, Islam & Christianity, p. 51.
[163] Roosenberg, Islam & Christianity, p. 13. “Por favor observe: a profecia [de Daniel 11] e a sua interpretação não é nem anti-muçulmana, nem anti-cristã. Em vez disso, é, simplesmente, uma predição do que acontecerá no futuro,” Ibid.
[164] Tragicamente, eventos recentes ilustram a presença de adventistas em meio a tensões violentas em partes do mundo onde o islã e o cristianismo coexistem. Ver “10 Adventists Killed in Kenyan University Massacre,” em the Adventist Review online, 8 de abril de 2015. http://www.adventistreview.org/church-news/story2520-10-adventists-killed-in-kenyan-university-massacre.
[165] Se o filósofo Martin Heidegger estiver correto, o ateísmo, então, não existe mesmo no mundo de hoje enquanto a ciência clássica é aceita como absoluta, o que para a imensa maioria da sociedade ocidental continua sendo verdade. Escrever sobre o “pai do ateísmo”, Friedrich Nietzsche, “como uma ontologia, até mesmo a metafísica de Nietzsche é, ao mesmo tempo, teologia, embora pareça remotamente distante da metafísica escolástica. A ontologia dos seres, como tal, pensa o essencial como força de vontade. Tal ontologia trata a existência de seres humanos como tais e teologicamente como um todo, como o ciclo eterno deste. Tal teologia metafísica é, naturalmente, um tipo peculiar de teologia negativa. Sua negatividade está revelada na expressão ‘Deus está morto.’ É uma expressão não do ateísmo, mas da ontoteologia, em que a metafísica na qual o nihilismo propriamente dito é cumprido,” Martin Heidegger, Nietzsche: Volumes Three and Four–Nihilism, e. David Farrell Krell, tr. Joan Stambaugh, et al. (New York, NY: Harper Collins, 1991), p. 210. Ver, também, Ian D. Thomson, Heidegger, Art, and Postmodernity (New York, NY: Cambridge University Press, 2011), p. 203. Quando “Heidegger afirma que ‘a tecnologia não está baseada na física, mas sim o inverso; a física está baseada na essência da tecnologia,’ seu ponto é, portanto, que a compreensão norteadora da física do ser das entidades físicas é extraída da ‘ontoteologia tecnológica de Nietzsche’ que já preconcebera o ser de todas as entidades intrinsecamente como forças sem significado,” Ibid. Observe, também, Joeri Schrijvers, Ontotheological Turnings?: The Decentering of the Modern Subject in Recent French Phenomenology (Albany, NY: State University of New York Press, 2011), 5. “A obsessão da ontoteologia com objetos decide, antecipadamente, como Deus realizará o discurso filosófico,” se Deus proferirá como um todo, Ibid.
[166] “[A fusão clássica da filosofia platônica com] a teologia cristã é pré-condição, de acordo com Heidegger, para o ‘processo de secularização,’” Carl A. Raschke, The Alchemy of the Word: Language and the End of Theology (Missoula, MT: Scholars Press, 1979), p. 71.
[167] Compare, particularmente, Schindler, Heart of the World, Center of the Church, pp. 10–11; com Edward T. Barrett, “Hermeneutics and Human Rights: Liberal Democracy, Catholicism, and Islam,” pp. 237–266, em Political Islam from Muhammad to Ahmadinejad: Defenders, Detractors, and Definitions, e. Joseph Morrison Skelly (Santa Barbara, CA: ABC-CLIO, 2010); e Peter D. Beaulieu, Beyond Secularism and Jihad?: A Triangular Inquiry into the Mosque, the Manger, and Modernity (Lanham, MD: University Press of America, 2012), pp. 168, 218. Para apanhados gerais explicando as origens comuns do islã e do cristianismo filosoficamente, ver Muhsin Mahdi, Alfarabi and the Foundation of Islamic Political Philosophy (Chicago, IL: The University of Chicago, 2001); Hamid Naseem, Muslim Philosophy: Science and Mysticism (Darya Ganj, New Delhi: Sarup & Sons, 2001); Roy Jackson, What is Islamic Philosophy? (Abingdon, Oxon: Routledge, 2014); e Cyril Glassé, The New Encyclopedia of Islam (Lanham, MD: Rowman & Littlefield, 2008), pp. 406–408.
[168] Val Waldeck, Eastern Religions: What Do They Believe? (Pilgrim Publications, 2005), p. 10.
[169] Destaco, também, com interesse, que os Estados Unidos e o islã tiveram uma história muito complexa antes dos eventos do 11 de setembro, que é quando, para muitos, em nossa geração atual, o islã entrou, subitamente, em nossa consciência. Tais conexões proveem justificativa adicional para ligar os Estados Unidos à Roma papal durante o tempo do fim. Ver Robert J. Allison, The Crescent Obscured: The United States & The Muslim World, 1776-1815 (New York, NY: Oxford University Press, 1995). Allison destaca a Marinha dos Estados Unidos fora, originalmente, criada para combater os piratas bárbaros islâmicos no Mediterrâneo. Ver, também, Michael B. Oren, Power, Faith, and Fantasy: America in the Middle East–1776 to the Present (New York, NY: W. W. Norton, 2007).