João Batista e A Conexão com Qumran
Tradução: Hugo Martins
O artigo “João Batista e A Conexão com Qumran.” (Original em Inglês: “John the Baptist and the Qumran Connection”), por Alan Taylor Farnes, fora publicado, inicialmente, pelo Studia Antiqua, Volume 9, Number 1, Article 6. Usado com permissão.
Algumas poucas palavras no Novo Testamento levam muitos a teorizar que João Batista1 foi um membro da comunidade em Qumran.2 Esta comunidade foi um grupo asceta que, frustrado com o sacerdócio em Jerusalém, se mudou para Qumran durante o segundo século A.E.C. para viver de forma mais pura. Eles também mantinham práticas especiais em dieta, vestimenta, rituais, e outras. No entanto, é que não é mencionado em o Novo Testamento, o que tem gerado uma tempestade de teorização. O Novo Testamento não nos dá pistas sobre o paradeiro pré-ministerial de João Batista. A apropriação interessante de Isaías 40:3 por João tem levado muitos estudiosos a imaginar onde João cresceu, e se é possível concluir que ele cresceu em meio aos qumranitas. Este artigo esquadrinha os debates e mostra uma interpretação possível.
Atualmente, os estudiosos estão divididos sobre este tópico. Exemplos dessas opiniões incluem: “eu rejeito completamente a pressuposição simplista de que . . . João Batista era, realmente, um membro da seita.”3 “Hoje, ninguém ousaria afirmar . . . de que João era um essênio.4 “João poderia ter sido um membro da Comunidade de Qumran. Não há como negar esta possibilidade.”5 “Enquanto o argumento não puder ser provado, que João Batista esteve associado com os essênios, em Qumran, suas circunstâncias são certamente sugestivas.”6 Ao analisar as possibilidades, eu concluo que João foi adotado pelos qumranitas em uma idade jovem, criado por eles em” Qumran, começou os processos iniciáticos, mas não os completou, e saiu voluntariamente ou foi expulso. Ele foi, portanto, forçado a sobreviver com alimentos que ele pudesse encontrar por conta própria, e roupa que ele pudesse fazer para si mesmo. No entanto, suas crenças e práticas, quando diferem dos qumranitas, são um resultado do manto profético posto sobre ele.
Heinrich Graetz, ao escrever a sua História dos Judeus no século 19, foi o primeiro a levantar este debate. Graetz afirma que João era o essênio que preparou o caminho do Senhor.7 Ele fornece muitas razões pelas quais acredita que João fora um essênio, muitas que são questionáveis hoje. No entanto, Graetz foi o primeiro a começar a discussão. Desde seus escritos, estudiosos continuaram o debate se ou não podemos concluir que João fora, de fato, um qumranita.
Apesar de estar em desacordo para a ideia de João ser um qumranita, dois dos três estudiosos citados acima ponderam seu ponto de vista em permitir algumas possibilidades. Primeiro, Julio T. Barrera: “O fato de que, segundo o evangelho de Lucas (1:80), João viveu ‘no deserto’ até o momento de começar a sua própria missão, pode se referir a este [João ter passado algum tempo entre os essênios].”8 Ele permite até mesmo exatamente o que eu estou argumentando: “se João pertencia à comunidade de Qumran, ele deve tê-la deixado em um determinado momento para seguir seu próprio caminho.”9 Para apoiar esta afirmação, ele faz paralelo entre a interpretação de João de Isaías 40:3 em João 1:23 com 1QS VIII 12–16:
“Uma voz clama: ‘No deserto preparem o caminho do Senhor! No ermo façam uma estrada reta para o nosso Deus!’” (Is 40:3).
“E quando esses se tornarem membro da comunidade em conformidade com todas essas regras, eles devem se separar da habitação dos injustos e adentrar no deserte para preparar o caminho dele [do Senhor]; pois está escrito: No deserto preparem o caminho do . . . No ermo façam uma estrada reta para o nosso Deus (Is 40:3)” (1QS VIII 12–16).10
“Então ele respondeu: — Eu sou ‘a voz do que clama no deserto: Endireitem o caminho do Senhor’, como disse o profeta Isaías” (Jo 1:23).
Ele compara, então, os ritos batismais tanto de João quanto dos qumranitas, e encontra semelhanças e diferenças. Ele faz paralelo até mesmo entre o uso de João do Espírito em Lucas 3:16 e 1QS IV 20–21:11
“Deus, portanto, purificará cada feito do homem com a sua verdade; ele refinará para si mesmo o corpo humano, erradicando todo espírito de injustiça dos laços da carne. Ele purifica-lo-á de todos os feitos pecaminosos com o espírito da santidade; como purificando águas, ele derramará sobre ele o espírito da verdade (para purificá-lo) de toda abominação e injustiça” (1QS IV 20–21).
João tratou de explicar a todos: — Eu, na verdade, batizo vocês com água, mas vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desamarrar as correias das suas sandálias; ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Lc 3:16).
No entanto, no final, ele conclui que devido ao “espírito sectário e hermético”12 [dos qumranitas], João “não teria como se sentir em casa”13 em tal comunidade que rejeitava energicamente a linhagem sacerdotal a qual a sua família pertencia. Isso pode ser verdade, mas também é possível que, rejeitando o sacerdócio hasmoneano no templo de Jerusalém, Zacarias e Isabel não quereriam que seu filho João fosse criado em um ambiente como aquele, mas preferindo ter o seu filho entre a elite sacerdotal em Qumran.
André Dupont-Sommer rejeitou a possibilidade de qualquer ligação entre João e o qumranitas, alegando que o batismo de João era conhecido como o batismo de João, e não o batismo dos qumranitas.14 É verdade que existem diferenças entre o batismo de João e o dos qumranitas. Por exemplo, o batismo de João era realizado apenas uma vez em cada crente, enquanto que o batismo entre os qumranitas era praticado frequentemente, até mesmo diariamente. Ademais, o batismo de João era para a remissão dos pecados, enquanto o batismo dos qumranitas era para propósitos rituais e de purificação.
James H. Charlesworth afirma que ele está “convencido de que as semelhanças entre o batismo de João e o batismo dos qumranitas são muito impressionantes para ser descartado como um mero exemplo de um milieu compartilhado.”15 Charlesworth, em seguida, fornece cinco ”pontos surpreendentes de semelhança:”16
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Tanto João quanto os qumranitas eram oriundos de localidades geográficas similares.17
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“Ambos compartilhavam uma preferência por profecia, especialmente Isaías.”18 Aqui Charlesworth comenta sobre as conexões com Isaías 40:3.
- Ambos usavam a água como um meio de expiação.
- Ambos eram escatológicos.
- Ambos eram ascéticos, e até mesmo celibatários. Ele conclui dizendo que “João O Batizador era um que se recusou a completar a iniciação por causa do ódio institucionalizado para com todos que não estivessem na comunidade.”19
William LaSor argumenta que Josefo nunca menciona João crescendo em meio aos qumranitas.20 Este é um clássico argumento pelo silêncio. LaSor também afirma que João não poderia ter sido um qumranita porque ele não vestia o linho branco dos qumranitas. Isso é facilmente resolvido: se João fora expulso pelos qumranitas, ele teria sido impedido de vestir as vestes deles e teria sido forçado a fazer a sua. Com efeito, qualquer pessoa que tivesse deixado a comunidade de Qumran, seria considerado daí em diante um Filho das Trevas, anátema para os Filhos da Luz. Sobre a exclusão daqueles que se desviam do caminho, A Regra da Comunidade afirma: “E que nenhum homem dentre os membros da Aliança da Comunidade, que deliberadamente, em qualquer momento, se afaste de tudo o que for ordenado, toque a Refeição dos homens de santidade, ou saiba de qualquer coisa do conselho deles, até que os seus feitos sejam purificados de toda a injustiça, que ele caminhe em perfeição.” Ademais, todo o 1QS VII descreve a punição daqueles que cometem um pecado aos olhos do qumranitas. Uma regra particularmente interessante nesta seção diz: “Quem quer que tenha murmurado contra a autoridade da Comunidade deve ser expulso e jamais retornar” (1QS VII 17). A maioria das outras leis exigem do infrator a penitência, ou ser excluído da refeição da comunidade, mas “a murmuração contra a autoridade da comunidade” resulta em expulsão sem a possibilidade de reintegração. Talvez esta fosse a situação de João. Se assim fosse, ele seria removido da comunidade—até mesmo ao ponto em que a nenhum membro da comunidade fosse permitido compartilhar alimentos ou propriedade com ele: “Ainda, se qualquer membro da comunidade tiver compartilhado com ele [infrator] o seu alimento ou a sua propriedade a qual . . . da Congregação, a sua [do membro] sentença deve ser a mesma: expulsão” (1QS VII 26–27). Portanto, João não podia vestir as roupas de linho dos essênios porque ele foi expulso da comunidade.
Uma evidência importante reforçando que João era realmente um qumranita é encontrada em Josefo, que escreveu dos essênios: “Eles negligenciam o casamento, mas escolhem os filhos de outras pessoas, flexíveis e aplicadas ao aprendizado, tendo com a sua própria parentela, e os educam de acordo com com os seus próprios costumes.”21 Desta citação, podemos teorizar que João foi adotado pelos qumranitas enquanto ainda jovem. Muitos estudiosos têm afirmado a noção de que João fora adotado.22 Porventura, devido a idade avançada de Zacarias e Elisabete, a morte deles, ou outras circunstâncias, ele fora adotado para viver em Qumran.
A. S. Geyser usa a Narrativas da Infância por Lucas, e a lacuna nele, para mostrar que Lucas registras todos os eventos da vida de João [Batista] em paralelo com os eventos da vida de Jesus. Ele mostra que a lacuna no registro exclui o bar mitzvah de João, enquanto Lucas inclui um relato do bar mitzvah de Jesus. Portanto, Geyser afirma que João deve ter sido adotado antes dos doze anos.
Ele reitera que o fato de Lucas incluir tudo sobre o crescimento de João, e, então, surpreendentemente, ficar em silêncio sobre o seu paradeiro enquanto ele estava “nos desertos” (Lc 1:80) permite supor que João era, de fato, um qumranita.23
Uma outra evidência parcial apoiando uma conexão entre João e os qumranitas é que ambos eram socialmente exclusivos.24 Nos manuscritos do Mar Morto, encontramos uma longa recitação amaldiçoando “os homens do grupo de Belial,”25 o que inclui todos os Filhos das Trevas ou qualquer pessoa não qumranita. Os qumranitas rigorosamente seguiam uma doutrina de ódio e exclusão.26 Eles eram profundamente escatológicos, e sabiam que todos hão de encarar um juízo: se um homem fosse um qumranita, então ele estava salvo; se ele fosse um Filho da Escuridão, ele estava condenado. Vemos que João, embora não tão extremo, sustentava um crença similar. Ele acreditava que todos eram pecadores, e necessitavam de arrependimento e batismo. Nessa época da história dos hebreus, para se tornar um judeu, os gentios eram apenas batizados para se purificar das suas impurezas, mas João proclamava que todos necessitavam do batismo—inclusive os filhos de Abraão! (ver Lc 3:8).
Mesmo João acreditando em exclusão em algum grau, foi esta doutrina que pode eventualmente o ter feito abandonar Qumran.27 Complementar a doutrina da exclusão, era a doutrina qumranita da dupla predestinação, algo que João não podia digerir muito bem. Quando ele se juntava às recitações de Qumran, ele teria se sentido confortável com as recitações sobre a enumeração de pecados28 e a Bênção Aarônica,29 mas é óbvio que ele não se sentiria confortável recitando a já referida maldição aos filhos de Belial. João simplesmente não acreditava que Deus tivera eleito todos os que seriam salvos, e condenado o restante. Ele não podia acreditar que seu pai e sua mãe, e de todos aqueles que ele conhecia em Jerusalém—estavam condenados. Além disso, se ele aceitava esta doutrina, ele também teria sido forçado a aceitar que Jesus, o próprio Cristo, era um Filho das Trevas! Em vez disso, João acreditava que todos devem se arrepender e ser batizados (Lc 3:8).
É a minha opinião que João ficara por pelo menos mais de um ano dos dois [de formação] no processo iniciático de Qumran. A Regra da Comunidade VI descreve o processo iniciático. Qualquer um que quisesse se juntar [à comunidade] era examinado pelo Guardião, e, então, pela Congregação. Se admitido, ele não poderia comer da refeição da comunidade, nem participar nas possessões da comunidade pelo primeiro ano, mas ele fica com os seus bens (ver 1QS VI 20). Então, após um reexame no fim do primeiro ano, ele é admitido na comunidade, entrega todas as suas possessões, e vive um ano com uma adesão quase completa. Após um reexame no fim dos dois anos, ele é admitido como um membro titular. Portanto, parece provável que João completou o primeiro ano, entregou todos os seus bens, mas não completou o reexame no fim do segundo ano. Isso pode ter sido devido à sua incapacidade e recusa em denunciar todos os que não eram qumranitas. Logo, ou ele deixou o grupo voluntariamente, ou ele foi expulso. Esta saída, ou expulsão, após passar tanto tempo como um qumranita, responde muitas questões a respeito da vida de João: Por que ele se vestia daquele modo? Por que ele se alimentava daquela maneira? Por que ele não voltou para Jerusalém e ingressou na ordem sacerdotal? Para onde ele foi após deixar Qumran? Josefo nos lembra que, na antiguidade, uma vez que a aliança era pactuada, nunca era quebrada, mesmo se o pactuador não acreditasse mais na aliança.30 João fez certas alianças, e ele nunca lhas quebraria, mesmo se ele tivesse se desencantado com os qumranitas. Assim, João estaria sujeito a cumprir o voto declarando que nenhum alimento pode ser dado a um qumranita expulso. Além do mais, ele teria mantido o voto declarando que nenhum bem pode ser dado a um qumranita expulso, incluindo vestimentas.31 Por isso, João fez a sua própria roupa, e viveu de qualquer alimento que ele pudesse encontrar no Deserto da Judeia: gafanhotos e mel silvestre. Além disso, após deixar a classe sacerdotal em Jerusalém, de certo modo denunciando a apostasia dele, ele não poderia retornar. Consequentemente, em razão de João estar sozinho no mundo, ele foi para o lado oriental do Jordão, e pregou ali.
Concluindo, há fortes evidências de que João era realmente um qumranita, levado a Qumran após ter sido adotado. Ou ele foi expulsou, ou voluntariamente deixou [a comunidade] antes de completar os dois anos do processo iniciático, e viver por conta no deserto da Judeia, no lado oriental do Rio Jordão, fazendo as próprias roupas, e comendo o que quer que ele pudesse encontrar. Quanto a algumas diferenças existentes entre João e os qumranitas, seja em crença ou prática, temos uma única resposta, como afirmado por LaSor: “Como o Espírito opera não sabemos. Temos relatos suficientes de homens que afirmavam que eles eram, ou outros acreditavam ele ter sido, cheio do Espírito, nos permitindo algumas poucas observações. O Espírito usa homens santos; o Espírito faz uso de situações contemporâneas; o Espírito opera particularmente por meio das Escrituras. Encontramos em João algo de cada um desses elementos.”32
Realmente, João, como qualquer profeta, estava imerso no Espírito (ver Mt 11:11), e quaisquer diferenças entre a sua doutrina e a dos qumranitas—tais como a forma de batismo ou a necessidade para o trabalho missionário—provavelmente foi ensinada a João pelo Espírito.
Notas
1 Eu usarei o termo “Batista” em meu texto, enquanto o termo “Batizador” pode ser usado ao citar as obras de outros autores. Os dois termos podem ser usados de forma intercambiável.
2 Este artigo opera sobre a pressuposição discutível que aqueles que habitavam em Qumran eram os essênios. Para se ter uma ideia desse debate, ver Edna Ullmann-Margalit, “Spotlight on Scroll Scholars: Dissecting the Qumran-Essene Hypothesis,” BAR 34.2 (March-April 2008): 63–67, 86; Enoch and Qumran Origins: New Light on a Forgotten Connection de Gabrielle Bobbaccini como um todo (e. Gabrielle Boccaccini; Grand Rapids: Eerdmans, 2005); Albert I. Baumgarten, “Who Cares and Why Does It Matter? Qumran and the Essenes, Once Again!” DSD 11.2 (2004): 174–90; Geza Vermes, Scrolls, Scriptures and Early Christianity (London: T&T Clark, 2005), pp. 39–43; e muitos outros.
3 Lawrence H. Schiffman, Reclaiming the Dead Sea Scrolls (Philadelphia and Jerusalem: The Jewish Publication Society, 1994), p. 404.
4 Julio Trebolle Barrera, “The Qumran Texts and the New Testament,” em The People of the Dead Sea Scrolls (ee. Florentino Garcia Martinez e Julio Trebolle Barrera; trad. Wilfred G. E. Watson; Leiden: Brill, 1995), p. 205. Eu ofereço ainda um outro exemplo de um estudioso negando de forma inequívoca a possibilidade de João estar conectado a Qumran: “João Batista não era nem um essênio nem um pupilo espiritual dos essênios. Tivesse ele se esforçado para ingressar em Qumran, como um não essênio, a ele teria sido negada a entrada, e na melhor das hipóteses ter sido provido com alimento e bebida suficiente para a longa” caminhada de volta. Hartmut Stegemann, The Library of Qumran (Leiden: Brill, 1993), p. 225.
5 William Sanford LaSor, The Dead Sea Scrolls and the New Testament (Grand Rapids: William B. Eerdmans, 1972), p. 152.
6 Andrew C. Skinner, “The Dead Sea Scrolls and the World of Jesus,” Studies in the Bible and Antiquity 2 (2010): 57.
7 Graetz ainda acredita que João significa essênio: “O essênio que clamou aos israelitas era João Batista (o seu nome significa sem dúvida o essênio, aquele que, diariamente, se banhava e se purificava tanto em corpo quanto na alma, nas águas da primavera).” Heinrich Graetz, History of the Jews (6 vols.; Philadelphia: The Jewish Publication Society of America, 1893), 2:145–146.
8 Barrera, “Qumran Texts and the New Testament,” p. 205.
9 Ibid.
10 Este artigo emprega a tradução de Geza Vermes, The Dead Sea Scrolls in English (London: Penguin, 1962). A ênfase no original mostra que a seção enfatizada está citando as Escrituras. A elipse é para evitar o uso do tetragrama—o nome do Senhor.
11 Ambas as referências retratam uma crença peculiar no Espírito Santo que era anteriormente rara.
12 Barrera, “Qumran Texts and the New Testament,” p. 206.
13 Ibid.
14 “Ele era um profeta independente, e o batismo que ele administrou era devidamente ‘o batismo de João’.” André Dupont-Sommer, The Jewish Sect of Qumran and of the Essenes (trad. R. D. Barnett; London: Vallentine, Mitchell & Co., 1953), p. 149.
15 James H. Charlesworth, “John the Baptizer and Qumran Barriers in Light of the Rule of the Community,” em The Provo International Conference on the Dead Sea Scrolls (ee. Donald W. Parry e Eugene Charles Ulrich; Leiden: Brill, 1999), p. 356.
16 Charlesworth, “Baptizer,” p. 357.
17 Também, Skinner: “João vem pregando no deserto da Judeia—a localização da comunidade do Mar Morto.” “World of Jesus,” p. 57.
18 Ibid.
19 Charlesworth, “Baptizer,” p. 375.
20 Tanto o linho branco quanto o esquecimento de Josefo estão contidos aqui: LaSor, The Dead Sea Scrolls and the New Testament, p. 146.
21 Josefo, Guerras Judaicas, 2.8.2.
22 Um sendo A. S. Geyser: “Podemos, agora, assumir com certeza comparativa que João foi trazido pelos essênios do tipo celibatário, que, de acordo com Josefo, suplementava seus números adotando crianças de outros, formando-las com as as suas doutrinas enquanto elas ainda eram suscetíveis.” “The Youth of John the Baptist: A Deduction from the Break in the Parallel Account of the Lucan Infancy Story,” NovT 1 (Jan. 1956): 71. Outro é W. S. LaSor: “Se João foi para o deserto quando ele era ainda muito jovem, é óbvio que ele esteve sob cuidado de alguém. Estudiosos têm sugerido que os seus pais colocaram-no sob a custódia do essênios de Qumran, lembrando-nos do relato de Josefo.” The Dead Sea Scrolls and the New Testament, 146.
23 “Lucas . . . evitou qualquer menção ao Movimento dos Discípulos de João Batista, embora saibamos do pais da igreja que eles existiram, e podemos supor do Quarto Evangelho que constituíram um perigo real para os discípulos. . . . De maneira semelhante, Lucas, em comum com o restante do Novo Testamento, evitou escrupulosamente mencionar os essênios, embora saibamos que de Josefo, Filo, Plínio, e dos Fragmentos Sadoquitas que eram milhares . . . . Por . . . mencionar apenas a parte que corresponde à Juventude de João Batista, Lucas, involuntariamente nos diz quem formou esse estranho precursor de Jesus.” “Youth of John the Baptist,” pp. 74–75.
24 Este artigo apoia completamente a minha linha de pensamento: James H. Charlesworth, “John the Baptizer and Qumran Barriers in Light of the Rule of the Community.” The Provo International Conference on the Dead Sea Scrolls (1999): 353–375. Ver, também, LaSor, The Dead Sea Scrolls and the New Testament, p. 149.
25 “E os levitas devem amaldiçoar todos os homens das hostes de Satanás, dizendo: ‘malditos sejam por causa de suas culpa na pecaminosidade! Que Ele os entreguem para a tortura nas mãos dos agentes da vingança! Que ele os visite com destruição pela mão de todos os executores da vingança! Malditos sejam sem misericórdia por causa das trevas das suas ações! Condenados sejam nas sombras do fogo eterno! Que Deus não os atenda quando clamarem por Ele, nem os perdoe, eliminando o seu pecado! Que Ele erga Seu rosto em fúria contra vocês em busca de vingança! Que não haja “Paz” para vocês na boca daqueles que se mantêm fieis aos Pais!” 1QS II 4–10.
26 Ódio e exclusão, mesmo entre as classes dentro de Qumran, é mostrado vividamente por Josefo: “Os novatos são tidos como inferiores aos graduados, caso os graduados sejam tocados pelos novatos, eles devem se purificar como se estivem na companhia de um estrangeiro.” Guerras Judaicas, 2.8.10.
27 Novamente, artigo de Charlesworth apoia completamente minha linha de pensamento “John the Baptizer and Qumran Barriers in Light of the Rule of the Community,” pp. 353–375.
28 “E após eles, todos aqueles que entram na Aliança devem confessar e dizer: ‘Nós temos nos desviado! Nós temos [desobedecido!] Nós e nossos pais antes de nós temos pecado e procedido impiamente ao andar [contra os precitos] da verdade e da justiça.” 1QS I 21–25.
29 “E os sacerdotes devem abençoar todos os homens das hostes de Deus que andam perfeitamente em todos os Seus caminhos, dizendo: ‘que Ele vos abençoe com tudo de bom, e que vos guarde de todo o mal! Que Ele alivie os vossos corações com a sabedoria que dá ida, e vos garanta o conhecimento eterno! Que Ele levante Sua misericordiosa face diante de vós para a bem-aventurança eterna’” 1QS II 1–4.
30 A respeito daqueles que são expulsos dos essênios, Josefo escreve: “Pois ele está ligado pelo voto que jurou.” Guerras Judaicas, 2.8.8.
31 A seguinte é bem abrangente: “E a pessoa dentre a comunidade que se confraterniza com [um essênios expulso] no tocante à pureza ou aos bens, quem [. . .] os Muitos, e a sua sentença será como a dele, será exp[ulso].” Portanto, vemos que um essênio expulso não somente não poderia levar alimento, roupa, ou qual coisa, mas o essênio que oferecesse bens seria expulso também. 1QS VII 26–27.
32 LaSor, The Dead Sea Scrolls and the New Testament, p. 153.