Morte Paulatina do Semiarianismo e Antrinitarianismo na Teologia Adventista: 1888–1957
Merlin D. Burt é o diretor e fundador do Integrated Center for Adventist Research [Centro Integrado para A Pesquisa Adventista] na Andrews University. Ele é, também, diretor da filial do White State, trabalhando, ali, desde 1993, e professor de História da Igreja no Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia. Ele tem publicado diversos artigos e materiais e tem atuando, diversas vezes, como orador, editor e organizador de várias conferências e simpósios.
Agradecimento Especial
Agradeço ao Pr. Heraldo Lopes, Reitor da Universidade Adventista de Moçambique e docente de Teologia na mesma instituição, pela colaboração em contactar o Pastor Merlin Burt para a autorização da tradução e divulgação deste material em língua portuguesa.
Tradução: Hugo Martins
O artigo “Morte Paulatina do Semiarianismo e Antrinitarianismo na Teologia Adventista: 1888–1957” (Original em Inglês: “Demise of Semi-arianism and Anti-trinitarianism in Adventist Theology, 1888-1957”), por Merlin Burt, foi publicado, inicialmente, como monografia de conclusão. Usado com permissão.
PREFÁCIO
Um dos aspectos marcantes da história da Igreja Adventista do Sétimo Dia é o desenvolvimento de sua posição da Trindade e da divindade de Cristo. Essas doutrinas não se tornaram normativas na igreja até meados do século XX. O período de desenvolvimento durou de 1888 a 1957. Enquanto diversas pesquisas estudaram a visão adventista antes de 1900 sobre a divindade de Cristo e a Trindade,[1] pouco foi produzido no período crucial de 1900 a 1950.
O objetivo deste artigo é estudar cronologicamente a mudança progressiva nas crenças adventistas do sétimo dia de uma perspectiva semiariana e antitrinitariana para a posição cristã “ortodoxa”. O período estudado será de 1888 até a publicação do livro Questões Sobre Doutrina em 1957. Para fins contextuais, apresentar-se-á um breve esboço no período anterior a 1888. A natureza do Espírito Santo será considerada apenas brevemente com o objetivo de demonstrar as mudanças que ocorreram. Não haverá um estudo sistemático da teologia de Ellen G. White, já que outros fizeram. Devido à natureza do sistema do trimestre, a pesquisa foi limitada a um esboço representativo de materiais sobre o tema a partir da James White Library. Se o tempo tivesse permitido, uma pesquisa nos arquivos da Conferência Geral teria, sem dúvidas, fornecido informações adicionais proveitosas.
Para os fins deste artigo, as seguintes definições terminológicas serão aplicadas. Essas definições terminológicas não pretendem ser uma declaração completa ou extremamente precisa.
Trinitarianismo: A crença de que a divindade consiste em três pessoas autoexistentes—Pai, Filho e Espírito Santo—reunidas como um Deus.
Arianismo: A crença de que Cristo é um ser criado.
Semiarianismo: A crença de que Cristo, o Filho de Deus, é “nascido“ ou “gerado” do Pai, no sentido de existência derivada do Pai. O relacionamento do pai com o filho é diferente de qualquer outro, pois ambos compartilham a mesma essência.
“Visão antiga”: A visão essencialmente semiariana de que Cristo não é autoexistente como o Pai, mas tem uma existência derivada. Portanto, Cristo teve um começo quando saiu do Pai, assim como a criança nasceu para os pais. O Espírito Santo é geralmente visto como uma influência ou presença do Pai.
“Visão nova”: A crença na perspectiva trinitariana de que as três pessoas da divindade são iguais e “igualmente Deus.” Isto significa que eles são igualmente autoexistentes e eternos, compartilhando a mesma essência.
“Espírito de Profecia”: A crença de que Deus falou com os profetas e os usou como seus mensageiros para guiar e corrigir a igreja. Os adventistas creem que Ellen G. White recebeu este dom; portanto, suas mensagens são eventualmente chamadas de “Espírito de Profecia.
Capítulo I
CONTEXTO: INTERPRETAÇÕES ADVENTISTAS SOBRE A DIVINDADE DO CRISTO E DA TRINDADE ATÉ CERCA DE 1888
Até a virada do século XX, a literatura adventista era quase sem exceção oposta à divindade eterna de Jesus e antitrinitariana. Durante os anos anteriores, alguns até mantiveram uma visão ariana de que Cristo era um ser criado. Este capítulo examinará brevemente as interpretações de alguns adventistas importantes.
Guilherme Miller, sendo um batista, era trinitariano. Ele escreveu: “Eu acredito em um Deus vivo e verdadeiro, e que há três pessoas na divindade. . . . As três pessoas do Deus Triúno estão conectadas.”[2] Joshua V. Himes, um homem próximo de William Miller, pertencia à Conexão Cristã. A Conexão Cristã rejeitava quase unanimemente rejeitou a doutrina trinitariana com antibíblica. Himes escreveu: “Há um Deus vivo e verdadeiro, o Pai Todo-Poderoso, não-originado, independente e eterno . . . e esse Deus é uma inteligência espiritual, uma mente infinita, sempre a mesma, nunca variando.”[3] Adventistas mileritas estavam focados na breve volta de Jesus e não consideravam importante discutir sobre temas como a Trindade.
Dois dos principais fundadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia, José Bates e Tiago White, bem como Himes, haviam sido membros da conexão cristã e rejeitavam a doutrina da Trindade. Em seu entendimento, José Bates escreveu: “No que diz respeito à Trindade, concluí ser impossível acreditar que o Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, também é o Deus Todo-Poderoso.”[4]
Tiago White escreveu: “Aqui podemos mencionar a Trindade, que deturpa a personalidade de Deus, e de Seu Filho Jesus Cristo.”[5] Arthur White, neto de Tiago White, argumentou corretamente que, embora Tiago White rejeitasse a doutrina da Trindade, ele acreditava nos três grandes poderes no céu.[6] O primeiro hinário compilado por Tiago White em 1849 contém a doxologia, “Louvai ao Pai, Filho e Espírito Santo.[7] Embora Tiago White se opusesse à Trindade, ele não acreditava que Cristo era inferior ao Pai. “A inexplicável Trindade que torna a divindade três em um e um em três é muito prejudicial; mas o ultra-unitarismo que torna Cristo inferior ao Pai é pior.”[8]
Uriah Smith, editor de longa data da Review and Herald, acreditava que Jesus era um ser criado. Ele foi “o primeiro ser criado, datando sua existência muito antes de qualquer outro ser ou coisa criada, ao lado do Deus autoexistente e eterno.”[9] Em 1881, Smith já havia mudado sua opinião e concluído que Jesus foi “gerado”, não criado.[10]
Uma lista de adventistas contrários à Trindade e/ou que rejeitaram a eterna divindade de Cristo inclui J. B. Frisbie,[11] J. N. Loughborough,[12] R. F. Cottrell,[13] J. N. Andrews,[14] D. M. Canright[15] e J. H. Waggoner.[16] W. A. Spicer disse a A. W. Spalding que seu pai, após se tornar um adventista do sétimo dia (anteriormente foi um ministro batista do sétimo dia), “ficou tão ofendido à atmosfera antitrinitariana em Battle Creek que deixou de pregar.”[17]
Ao examinar os escritos de diversos pioneiros, certas preocupações aparecem com frequência. Ao rejeitar a Trindade, alguns viram a visão cristã “ortodoxa” como triteísmo pagão. Outros argumentaram que a Trindade degrada a pessoa de Cristo e do Pai, confundindo a distinção entre eles. Deve-se notar que, embora as posições iniciais sobre a Trindade e a divindade de Cristo fossem falhas, houve uma tentativa sincera de se opor a certos erros legítimos. Infelizmente, as posições que eles se opuseram não eram geralmente defendidas pelos trinitarianos estadunidenses. Os primeiros adventistas se esforçaram para serem fiéis às Escrituras. Quando leram “primogênito de todas as criaturas,”, eles entenderam literalmente. Outras frases bíblicas como “filho unigênito” também foram entendidas de forma literal.
Durante o século XIX, o entendimento sobre a divindade de Cristo progrediu. Por volta de 1880, a ideia de Cristo como um ser criado estava praticamente extinta, mas o conceito de um filho divino de Deus “gerado” se tornou a posição mais comum. Cristo passou a ser descrito como Criador junto ao Pai.
O objetivo deste breve contexto histórico é mostrar que, durante as primeiras décadas da Igreja Adventista do Sétimo Dia, a doutrina da Trindade e a eterna divindade de Cristo eram quase unanimidade descartadas como inconsistentes com as Escrituras e a razão
Capítulo II
UMA ÉPOCA DE TRANSIÇÃO: 1888 PARA 1900
Este capítulo explorará o período de doze anos de 1888 a 1900. Primeiro, consideraremos o uso do termo “trindade” e alguns exemplos de comentários sobre a natureza divina de Cristo. O período após a Conferência Geral de Minneapolis de 1888 viu uma nova ênfase em Jesus e no plano de salvação. Essa ênfase naturalmente levou à consideração da divindade de Cristo e seu significado para a redenção da humanidade. A. T. Jones está entre os primeiros a usar a terminologia indicativa de Cristo como ser eternamente preexistente. Um esboço sobre os comentários dele e de alguns outros demonstrará a nova perspectiva. Por fim, consideraremos o importante ano de 1898 com a publicação de dois livros contrastantes, Olhando para Jesus e Desejado de Todas As Nações.
Samuel Spear sobre a Trindade
A primeira referência positiva ao termo “trindade” na literatura adventista é de Samuel Spear, um não adventista, em uma reimpressão do New York Independent de 14 de novembro de 1889. Foi publicado como número 90 na série Bible Students Library em 1892.
O título, Doutrina Bíblica da Trindade, implicava simpatia com a doutrina da trindade. Ao ler o tratado, não se encontra quase nada que os adventistas do século XIX teriam achado censurável. Spear argumenta fortemente que Cristo está “subordinado a Deus, o Pai”[18] e que o Pai é “superior” a Cristo. Spear se recusa até mesmo a mencionar a preexistência eterna de Cristo.[19] “A teoria da geração eterna do Filho pelo Pai,” escreveu ele, “é um esforço a fim de parecer sábio, não apenas acima do que está escrito, mas também além das possibilidades do conhecimento humano.”[20] Spear argumenta ainda contra a ideia do triteísmo e contra as personalidades separadas do Pai e do Filho, conceitos que foram importantes na literatura adventista de até 1892. Com exceção do tratado de Spear, a palavra “trindade” foi cuidadosamente evitada na literatura adventista até esse momento.
Dois Exemplos de Escritores em Cristo como O Criador
Grande parte da literatura adventista do sétimo dia para na década de 1890 é vaga e não-específica em relação à eternidade de Cristo, embora a crescendo regularmente a ideia de Cristo exaltado como Criador e existente antes de todos os outros seres criados. A Lição da Escola Sabatina de 1896 e um artigo de G. I. Butler são dados aqui como exemplos.
1896 Lição da Escola Sabatina de 1896
As lições da escola sabatina de 1896 sobre o evangelho de João proporcionaram uma maravilhosa oportunidade de comentar sobre a preexistência de Cristo. Mas como muitos outros adventistas depois observaram: “Em João 1:1–3, Cristo é chamado de Deus, e aquele por quem todas as coisas foram criadas. Todo poder criativo se manifestou por meio de Cristo, portanto, todo poder de criar todas as coisas foi investido nele.” A pequena frase, “investido nele,”[21] sugere que Cristo recebeu o poder de criar do Pai. Na lição de 4 de julho, sobre primeiro capítulo do Evangelho de João, o significado de “no era a Palavra” não é discutido.[22]
G. I. Butler
Em 1893, G. I. Butler, ex-presidente da Conferência Geral, praticamente afirmou Jesus eterno com o Pai. Após demonstrar que o Deus de Israel se declarou como o “eu sou” no deserto de Moisés, ele escreveu: “Elas [as palavras ‘eu sou’] parecem destinadas a apontar a eternidade e a autoexistência de Deus.”[23] Butler então pergunta: “Não pertence também o nome do Pai ao único filho do Pai, em quem toda a plenitude da divindade habita corporalmente?”[24]
T. Jones Afirma A Preexistência Eterna de Cristo
No período pós-1888, houve um novo interesse em Jesus e na justificação pela fé. E. J. Waggoner (embora semiariano) e A. T. Jones em suas publicações e sermões enfatizaram continuamente a ideia de que em Cristo “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” A. T. Jones enfatizou no Boletim da Conferência Geral de 1895 esta frase de Colossenses 2:9.
Possivelmente, pela primeira vez na literatura adventista (com exceção de Ellen White), Jones descreveu Cristo como “eterno.”[25] “A Palavra eterna consentiu habitar na carne. Deus se tornou homem.” Dois dias depois, falando de Cristo, Jones disse: “Em vista da eternidade antes e da eternidade depois, trinta e três anos não é um sacrifício tão infinito, no final das contas. Mas quando consideramos que ele afundou sua natureza em nossa natureza humana a toda a eternidade – isso é um sacrifício.”[26] Essas declarações estão entre as primeiras que parecem afirmar a eterna preexistência de Cristo.
W. Prescott se juntou a Waggoner e Jones na pregação sobre Cristo e justificação pela Fé. No entanto, ele não aceitou inicialmente a eternidade de Cristo. Prescott defendeu a visão adventista tradicional, afirmando: “Assim como Cristo nasceu duas vezes —uma vez na eternidade, o único gerado pelo Pai, e novamente aqui na carne—, unindo assim o divino com o humano naquele segundo nascimento.”[27] Como veremos nos capítulos posteriores, Prescott se tornou um dos principais expoentes da preexistência eterna do Filho de Deus.
T. Jones evitou se referir à Divindade como “Trindade.” No entanto, em 1899, ele escreveu uma declaração quase trinitária: “Deus é um. Jesus Cristo é um. Espírito Santo é um. E esses três são um: não há dissidência e nem divisão entre eles.[28]
1898: Dois Livros Significativos
O ano de 1898 foi fundamental no desenvolvimento do entendimento da natureza divina eterna de Cristo. Duas grandes publicações sobre Cristo foram publicadas. Uriah Smith escreveu Olhando para Jesus e Ellen G. White publicou Desejado de Todas As Nações. Esses dois livros elevaram a Cristo, mas se opunham diametralmente ao assunto da divindade eterna de Deus, o Filho.
Olhando para Jesus
Ao longo dos anos, a visão de Uriah Smith sobre a natureza divina de Cristo progrediu Cristo como ser criado para quase atribuindo a Cristo completa igualdade de existência com o Pai. Em contraste com a ambiguidade de muitos outros autores adventistas, Smith estava disposto a expressar claramente seus pontos de vista. Em Olhando para Jesus, ele escreveu: “Somente Deus não tem um início. Nos primórdios do tempo, quando um começo poderia ser um período tão remoto para as mentes finitas é, essencialmente, a eternidade em que apareceu a Palavra.”[29]
A declaração de Smith é muito semelhante à de E. J. Waggoner em seu livro de 1890, Cristo e Sua Justiça, “Houve um tempo em que Cristo procedeu e veio de Deus, do seio do Pai (Jo 8:42, 1:18), mas esse tempo remonta longinquamente na eternidade, que, para a compreensão finita, entende-se praticamente sem começo.”[30] Quando se lê o livro de Smith, ele se concentra em Jesus como o centro do santuário e a única esperança de salvação.
Desejado de Todas As Nações
Às vezes, os escritos de Ellen White podem ser interpretados de forma enviesada e mal usados. Mas, no Desejado de Todas As Nações, Ellen White escreveu com tanta clareza sobre a divindade eterna de Cristo que impactou a teologia adventista. A seguir estão provavelmente as duas declarações mais claras sobre o assunto: “[Cristo] se anunciou como autoexistente, como aquele prometido a Israel, ‘cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade’.” “Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada.” Curiosamente, durante anos após a publicação do Desejado de Todas As Nações, a igreja geralmente ignorou essas declarações. Continuou a haver muitas declarações enviesadas que pareciam claras à primeira vista. Além disso, existem comentários inferenciais que sugerem a visão tradicional.[31]
L. Andreasen e Desejado de Todas As Nações
L. Andreasen questionou se Ellen White realmente escreveu algumas declarações no Desejado de Todas As Nações e outros de seus livros. Em 1909, Andreasen passou cerca de três meses em Elmshaven, Califórnia. Em Elmshaven, ele falou com Ellen White e avaliou seus escritos em sua forma manuscrita original. Isso teve um efeito positivo ao longo da vida em sua atitude para com Ellen White e seus escritos. Um livro que ele examinou especialmente foi o Desejado de Todas As Nações. Ele escreveu:
Em sua própria caligrafia, vi as declarações que eu tinha certeza de que ela não havia escrito, que ela não poderia ter escrito. Fiquei muito surpreso com a citação agora familiar no Desejado de Todas As Nações, página 530: “Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada.” Esta afirmação foi revolucionária para a época e obrigou uma revisão completa do meu antigo entendimento—e o da denominação também— sobre a divindade de Cristo.[32]
Andreasen confirma que sua visão sobre a divindade eterna de Cristo mudou por causa das declarações de Ellen White em Desejado de Todas As Nações. Como o restante deste artigo mostra, passaram muito anos até que uma mudança fosse realmente aceita pela denominação em geral. Ellen White escreveu com grande clareza sobre a natureza divina de Cristo e a personalidade do Espírito Santo, mais do que qualquer escritor adventista de seu tempo.
Ajuda que Ellen White Recebeu ao Escrever Desejado de Todas As Nações
Ao escrever Desejado de Todas As Nações, Ellen White teve ajuda de muitas fontes. A ajuda mais importante veio de sua competente assistente: Marian Davis. Davis compilou material de escritos anteriores de Ellen White. Ela também reuniu material para referência de várias fontes. H. C. Lacey, professor e ministro da Bíblia, lembrou que Marian Davis se reuniu de W. W. Prescott e do próprio Lacey, material sobre Cristo como o “Eu Sou.”[33] Ellen White escreveu sobre este assunto no primeiro capítulo do Desejado de Todas As Nações.[34]
Enquanto viajava para a Austrália em setembro de 1895, Lacey deu estudos sobre a obra e a personalidade do Espírito Santo. Ele apresentou os resultados em uma convenção em Cooranbong em 1896. Marian Davis e A. G. Daniells estavam presentes. Lacey se lembrou de Davis fazendo muitas anotações. Daniells, embora indeciso, manifestou uma “apreciação conservadora.” Quando o Desejado de Todas As Nações foi publicado, Daniells chamou a atenção de Lacey à página 671, onde o Espírito Santo é chamado de “a terceira pessoa da divindade.” Daniells então lembrou Lacey da palestra dele na Austrália e ressaltou que Lacey estava correta.[35] As cartas de Lacey para diversas, pessoas durante o período em que o Desejado de Todas As Nações foi escrito, trouxe problemas para aqueles que não entenderam como a inspiração operou na experiência de Ellen White. Lacey nunca sugeriu que Ellen White dependesse de Daniells, Prescott ou das sugestões dela.[36]
Frequentemente, a luta que Ellen White enfrentava era como expressar os temas ricos e profundos da salvação revelados na vida de Cristo. Sem dúvidas, ela recebeu ajuda de outras pessoas quanto a expressões e vocabulário. A declaração no Desejado de Todas As Nações, página 530, é uma adaptação de um trecho de um livro escrito por John Cumming que ela tinha em sua biblioteca: “Ele [Apóstolo João] já começa afirmando a divindade de Cristo como Deus e o Senhor de todos; e afirma ele: ’A vida estava nele’—isto é, original, não emprestada, não derivada.” [37]
Outras Declarações de Ellen G. White sobre Cristo e Divindade
Ellen White fez muitas declarações antes e depois de 1898 sobre a natureza divina, a preexistência de Cristo e a Divindade. Embora ela nunca tenha usado o termo “Trindade” em seus escritos publicados, ela frequentemente usava o conceito. Eis uma coleção cronológica selecionada de suas declarações anteriores:
Esta determinação é do Filho Eterno de Deus.[38]
. . . Jesus disse: “Eu e meu Pai somos um.” As palavras de Cristo estavam carregada de profundo significado ao declarar que ele e o pai são de uma substância, possuindo os mesmos atributos.[39]
Ele é igual a Deus, infinito e onipotente. . . . Ele é o Filho Eterno, autoexistente.[40]
Para que o transgressor tenha outro julgamento, para que os homens possam ser trazidos para a graça de Deus Pai, o Eterno Filho de Deus se interpôs para suportar a punição da transgressão.[41]
Cristo é o filho de Deus, preexistente, autoexistente. . . . Ao falar de sua preexistência, Cristo remonta aos primórdios da eternidade. Ele nos garante que nunca houve um tempo em que ele não estava em estreita comunhão com o Deus eterno.[42]
Cristo é essencialmente Deus, no sentido mais pleno. Ele está com Deus em toda a eternidade, Deus sobre todos, bendito para sempre.[43]
O Pai é a plenitude corporal da divindade, invisível aos olhos mortais. O Filho é a plenitude da divindade manifestada. A Palavra de Deus declara que ele é “a expressão exata do seu ser. . . .” Há três pessoas viventes do trio celestial; em nome desses três grandes poderes —o Pai, o Filho e o Espírito Santo— aqueles que recebem Cristo pela fé viva são batizados.[44]
Conclusão
O período pós-1888 viu um novo foco em Jesus como a “plenitude corporal da divindade.“ A. T. Jones, por exemplo, começava em suas pregações durante a década de 1890 se referindo ocasionalmente a Cristo como o filho “eterno” de Deus.
O ano de 1898 foi fundamental para o desenvolvimento da compreensão adventista sobre a preexistência de Cristo. Naquele ano, Olhando para Jesus de Uriah Smith e Desejado de Todas As Nações de Ellen White tomaram direções opostas sobre a eternidade de Cristo. Olhando para Jesus apresenta a tradicional “visão antiga” de que Cristo foi “gerado” do Pai nos primórdios da eternidade. Desejado de Todas As Nações deu uma “visão nova”: Jesus é a segunda pessoa eterna autoexistente da divindade. A posição de Ellen White passaria a ser geralmente aceita pelos adventistas do sétimo dia na década de 1950, como veremos nos próximos capítulos.
Capítulo III
DE 1900 À CONFERÊNCIA BÍBLICA DE 1919
Durante as duas primeiras décadas do século XX, a igreja esteve dividida em sua posição na divindade de Cristo. A ideia de Cristo como Filho “eterno” aparecia ocasionalmente nas publicações. A pessoa mais proeminente a apresentar a eterna preexistência de Cristo foi W. W. Prescott. Enquanto alguns escreveram a favor da “visão nova,” outros apoiaram a “visão antiga.”
Editoriais de W. W. Prescott na Review and Herald em 1902
Durante a primeira década do século XX, W. W. Prescott desempenhou um papel importante na promoção da divindade eterna de Cristo. Ele foi nomeado editor da Review and Herald em fevereiro de 1902.[45] Quase imediatamente, ele iniciou uma série editorial intitulada “Estudos na Mensagem do Evangelho.” Ao longo desta série, e em outros artigos, Prescott procurou elevar Jesus. Em três artigos no final de 1902, ele enfatizou o relacionamento de Deus Pai com Deus Filho.
Artigo de 2 de Setembro de 1902
Em 2 de setembro de 1902, Prescott começa seu artigo descrevendo o que se entendia pelo termo “Eu Sou.” Citando o Dicionário da Bíblia de William Smith, seguido por seus próprios comentários, ele escreveu:
“‘Ele que é,’ ‘o Ser,’ cujo principal atributo é a existência eterna.” Portanto, quando o Senhor se revelou como o redentor de seu povo da escravidão egípcia, ele anunciou o nome que enfatiza sua eternidade.[46]
Ele então passa a falar de Cristo nos seguintes termos: “Palavra Eterna,” “Ser Eterno” e “Filho Eterno.” Ele usa último dístico, “Filho Eterno”, quatro vezes. Os leitores não tiveram dúvidas que Prescott acreditava que Cristo é eternamente preexistente com o Pai.
Artigo de 23 de Setembro de 1902
Em 23 de setembro, Prescott faz alusão à natureza divina de Cristo. Sua explicação aqui não foi clara:, “No entanto, Adão, o filho criado, não tinha o mesmo relacionamento com o Pai que Cristo, o único filho gerado, que nasceu, ou que simplesmente era [itálico original], o Filho de Deus nos tempos eternos que nenhuma mente humana pode explicar ou compreender.”[47] Pouco depois no artigo, ele escreveu: “Deus Pai estava nos primórdios da eternidade, o Filho também, por meio de quem veio a criação.” Neste artigo, Prescott parece estar vacilando entre Cristo como autoexistente e Cristo como “Filho Eterno Gerado.”
Artigo de 3 de Dezembro de 1902
Em 3 de dezembro, Prescott falou despretensiosamente da visão que atribuiu a origem do nome “Filho de Deus” a um decreto ou determinação, em vez de uma derivação da essência do Pai. Em seu artigo, Prescott chamou Cristo de “personificação eterna da Sabedoria de Deus.”[48] Então, durante o artigo, Prescott se refere repetidamente a Cristo como o “Filho Eterno.”
W. Prescott continuou como editor da Review and Herald até 1909. Durante este período, ele enfatizou sistematicamente Cristo e o Evangelho em seus escritos, além de fazer referências à divindade eterna de Cristo.[49] Infelizmente, Prescott se envolveu na controvérsia sobre o significado do “diário” em Daniel 8. Sobre esse assunto, ele e S. N. Haskell bateram de frente. Prescott defendeu a visão nova e Haskell a visão tradicional. Embora não ficou claro a partir das fontes disponíveis para este artigo, fica no ar se a controvérsia também incluiu as opiniões de Prescott sobre a eterna divindade de Cristo. Como veremos mais adiante, Haskell defendeu a “visão antiga“ sobre a divindade de Cristo. Como resultado do conflito “diário”, Prescott foi convidado a renunciar como editor da Review and Herald.[50]
Os conflitos de Prescott, enquanto associados à Review and Herald, o atormentaram-no pelo resto de sua vida. Muitos ministros defensores da “visão antiga” sempre mantiveram o pé atrás com ele. É importante destacar que as opiniões de Prescott sobre o “diário” e a divindade de Cristo eventualmente se tornaram as opiniões aceitas pela igreja.
Outros [Expoentes] sobre A Divindade de Cristo
Outros além de W. W. Prescott também afirmaram a preexistência eterna do Filho de Deus. Houve também alguns que rejeitaram a ”visão nova”. Primeiro, examinaremos algumas declarações mais claras a favor da divindade eterna de Cristo, depois algumas declarações incertas e vagas, e, finalmente, as posições claramente “antigas” de O. A. Johnson e S. N. Haskell.
Declarações Mais Claras Afirmando A Divindade Eterna de Cristo
Os quatro exemplos a seguir de declarações mais claras escolhidos porque parecem afirmar a divindade eterna de Cristo. Eles incluem uma declaração de M. C. Wilcox, um comentário em um sermonário de uma semana de oração e dois comentários para a Lição da Escola Sabatina.
Em um sermão em 1901, M. C. Wilcox falou de Cristo como “o Filho eterno com o Pai.”[51] Uma declaração bonita, se não perfeitamente clara, sobre Cristo, apareceu no Sermonário da Semana de Oração de dezembro de 1901:
Enquanto olhamos para os céus abobadados em uma noite clara e escura, e contemplamos as inúmeras miríades dos mundos acima, sabendo que pertencem a Deus, podemos apenas imaginar a eternidade do passado, onde os pés de Jesus deixaram as suas pegadas. Olhando para a eternidade do futuro, e contemplamos os santos de Deus viajando pelo universo.[52]
A lição de adultos da Escola Sabatina de 3 de fevereiro de 1906 perguntou: “Em qual anúncio profético a existência eterna de Cristo é afirmada?”[53] A questão pressupõe a aceitação do leitor da “visão nova.” Infelizmente, não há registros de quem escreveu a Lição da Escola Sabatina daquele trimestre.
O primeiro da Lição da Escola Sabatina de 1918, escrito por F. D. Starr descreve Cristo como “o Filho Eterno, um com o pai.”[54] Starr repete este conceito de uma forma ou de outra várias vezes.
Declarações Incertas sobre A Divindade Eterna de Cristo
Três exemplos de declarações indefinidas se Cristo é eternamente autoexistente serão dadas. Em cada uma delas, e na maioria das outras citações, suspeita-se de que o autor acredita na “visão antiga”.
Por volta de 1901 G. B. Starr publicou uma série de estudos bíblicos ilustrados na Austrália. Seu primeiro capítulo foi intitulado “Deus Conosco: A Preexistência de Cristo.” Ele defende claramente que Jesus existe antes de toda criação. No entanto, ele parou de declarar Cristo como eterno. Starr cita Hebreus 13: 8: “⁸ Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre.” Então Starr declarou: “‘Ontem’ significa desde a eternidade.”[55] “Desde a eternidade” pode significar ou começar em algum momento da eternidade ou sem começo. O significado é obscuro.
Shultz, em 1912, defendeu a preexistência de Cristo, seu lugar na Divindade e sua criação do mundo. Ele escreveu: “Cristo, o único gerado do Pai, a segunda pessoa da Divindade, que fez todas as coisas . . .” Ele não esclarece se Cristo existe desde eternidade. Citando Colossenses 1: 14–16, que incluí “o primogênito de toda a criação,” ele escreveu: “Jesus existe antes antes da fundação do mundo, antes mesmo dos anjos.”[56] Shultz, assim, parou de afirmar Cristo como eterno em sua explicação.
T. Robinson escreveu a seguinte declaração na lição do terceiro trimestre de 1917: “Voltemos nosso pensamentos ao ‘começo’ como nos foi revelado, quando apenas o pai autoexistente e seu único filho gerado existiam. Deus habitou na eternidade. . . . Mas nessa eternidade do passado, Deus estava, e com ele estava seu filho: a Palavra.”[57]
Alguns tendem a considerar essas duas declarações de G. B. Starr e um T. Robinson e outros como expressões da “visão antiga.”
Declarações Mais Claras que Negam A Eterna Divindade de Cristo
A maioria das declarações da “visão antiga” que negam a preexistência eterna de Cristo usa certas frases das Escrituras que sugerem que Jesus estava sujeito ao Pai como um “Filho Informado.” Uma seleção representativa de comentários nesta categoria é apresentada por O. A. Johnson e S. N. Haskell.
A. Johnson sobre O Relacionamento do Pai e do Filho
A. Johnson, publicou seu popular Livro-texto da Bíblia em 1900. Dez anos depois, ele desenvolveu um livro com lições chamado Doutrinas Bíblicas que foi revisado em 1917 e 1921.
Em seu Livro-texto da Bíblia, Johnson não dá tratamento especial ao tema da divindade. Ele oferece apenas algumas observações sobre a divindade de Cristo. Ele escreveu: “Cristo que era igual ao Pai na criação,” “O Criador, Cristo, se colocou no lugar do homem” e “aquilo que prova que Cristo é Deus é o fato dele ser o Filho de Deus.”[58] Em 1910, Johnson esclareceu sua posição ainda mais:
Deus, o Pai está à frente da criação.[59]
Cristo é o único filho gerado do Pai. Como Cristo é o Filho de Deus, ele é, portanto, tão Deus como seu Pai, assim como o ser humano é de seus genitores.[60]
Ele [Cristo] existia com o Pai antes de nascer da Virgem Maria, antes mesmo de toda criação.[61]
Ao descrever Cristo, palavras como “eterno” e “autoexistente” estão ausentes. Ao comparar o Pai e Cristo com um pai e um filho humano, Johnson torna quase explícito a ideia de que Cristo foi derivado de Deus Pai em algum momento da eternidade. Nas edições posteriores de Doutrinas da Bíblia, Johnson faz de Deus o Pai acima de Cristo. Em 1917, ele escreveu: “Deus Pai é a primeira pessoa da Divindade, e, como tal, ele é o maior.”[62]
A. Johnson sobre Espírito Santo e Trindade
Embora a doutrina do Espírito Santo não seja o tema deste estudo, sua relação com a doutrina da Trindade concede relevância à visão de Johnson. Entre 1900 e 1917, Johnson fez uma mudança dramática em sua opinião sobre a personalidade do Espírito Santo. No Livro-texto da Bíblia de 1900, Johnson se refere ao Espírito Santo como um “poder”, mas não como pessoa ou indivíduo. Pergunta: “O que é o Espírito Santo?“ Resposta: “A Bíblia não diz nada definitivo sobre o que é o Espírito Santo. . . . Parece ser um poder que procede de Deus Pai, chegando aos seus filhos em nome de Cristo.” Neste livro, Johnson não usa o pronome pessoal para o Espírito Santo, em vez disso, ele usa o pronome impessoal e descreve o Espírito Santo como uma “entidade.”[63]
Em 1910, Johnson mudou um pouco o seu pensamento no que diz respeito ao Espírito Santo. Em Doutrinas da Bíblia, ele escreveu: “O Espírito Santo é o terceiro nome na Trindade.” Então ele cita o Desejado de Todas As Nações: “‘O Espírito Santo’” é “‘a terceira pessoa da Divindade’.”[64] Na seção de perguntas, ele perguntou: “Qual é o nome das três pessoas da divindade?” e “o Espírito Santo é uma pessoa?”[65] Mesmo com a citação de Ellen White e as perguntas, Johnson não se referiu ao Espírito usando pronome pessoal. Na seção, ele sempre usa o pronome impessoal para se referir ao Espírito. Importante destacar que, em 1910 e nas edições posteriores, Johnson usou uma frase incomum: “o Espírito Santo é o terceiro nome na Trindade.”[66] Esta frase parece considerar o Espírito Santo desprovido de personalidade. Nas edições de 1917 e 1921 de Doutrinas da Bíblia, ele mudou do pronome impessoal para o pessoal ao descrever o Espírito Santo.
Johnson não estava sozinho na incerteza sobre a personalidade do Espírito Santo. Até 1935, mesmo W. C. White, filho de Ellen White e depositário dos escritos dela, também expressou sua incerteza em relação à personalidade do Espírito Santo. Ele escreveu a partir de sua experiência: “Achei melhor me abster da discussão e me esforcei para direcionar minha mente para assuntos fáceis de ser entendidos.”[67]
N. Haskell e O Filho “Primogênito” de Deus
N. Haskell foi um ministro influente na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Em 1919, ele publicou seu Manual da Bíblia, impresso continuamente por muitas décadas. Ao descrever seu livro, ele escreveu: “A ‘cereja do bolo’ dos estudos bíblicos impressos na Escola de Treinamento da Bíblia [sic] durante os últimos dezessete anos é apresentado neste livro, com outros estudos bíblicos não impressos anteriormente.”[68] No manual, as referências são escassas, se é que existe alguma, à divindade de Cristo, típica de autores que não aceitaram a “visão nova”. Haskell esclareceu sua posição em 1914, quando publicou A Cruz e A Sua Sombra. Ele escreveu sobre Cristo: “Deus deu seu primogênito para a redenção do mundo; e, por esse motivo, no plano de Deus, o primogênito sempre herdou privilégios especiais.”[69] Como Johnson, Haskell apresentou a ideia do Filho de Deus como “nascido” ou “gerado”.
Conclusão
De 1900 a 1919, a opinião sobre a divindade eterna autoexistente de Cristo permaneceu dividida na Igreja Adventista do Sétimo Dia. O uso da palavra “trindade” para descrever Deus continuou a ser evitado nas publicações, exceto por raras exceções. Como editor da Review and Herald, Prescott promoveu a ideia de “visão nova” de Cristo como eterno. Outros também publicaram opiniões semelhantes. Diversos ministros, passiva ou ativamente, se opuseram à “visão nova.” Essa divisão de opinião levou a diversas discussões importantes na Conferência Bíblica de 1919, que serão discutidas no próximo capítulo.
Capítulo IV
DA CONFERÊNCIA BÍBLICA DE 1919 ATÉ 1931
De 1919 a 1931, a igreja continuou dividida sobre a divindade eterna de Cristo e a Trindade. Neste capítulo, consideraremos as discussões ocorridas Conferência Bíblica de 1919; a Lição da Escola Sabatina de 1921 e o livro de W. W. Prescott: Doutrina de Cristo; o impacto do liberalismo moderno em declarações publicadas sobre a divindade de Cristo; e a declaração de “Crenças Fundamentais“ de F. M. Wilcox em 1931.
Conferência Bíblica de 1919
A Conferência Bíblica de 1 a 19 de julho de 1919 foi uma troca aberta de ideias entre um grupo selecionado de obreiros: líderes da igreja, editores, professores de Bíblia e professores de história. O objetivo da conferência foi discutir questões e pontos discordantes, especialmente a “questão oriental.” As discussões acaloradas e a natureza controversa de alguns materiais levaram A. G. Daniells, então presidente da Conferência Geral, selar as transcrições. Elas só foram encontradas nos arquivos da Conferência Geral em 1974.[70]
Estudos de W. W. Prescott sobre “A Pessoa de Cristo”
O orador mais destacado ao longo da conferência foi W. W. Prescott. Suas apresentações mais longas foram uma série de oito estudos intitulados “A Pessoa de Cristo.” Naquelas discussões majoritariamente devocionais, ele tocou no assunto da divindade eterna de Cristo:
Lemos no primeiro capítulo do evangelho de João: “No princípio era a Palavra” [KJV Fiel]. Há uma grande diferença na forma de lê-lo. Temos que ter o começo das coisas. Para nós, há um começo; mas quando você compara isso com o que foi começo para nós, você pode olhar para trás e dizer que a palavra era [ênfase original], sem nenhum limite de tempo.[71]
Esta afirmação e outras semelhantes levaram a pelo menos duas discussões longas em 2 e 6 de julho de 1919, e outros comentários mais curtos sobre a divindade eterna de Cristo e a relação entre Deus Pai e Deus Filho. Duas questões se destacaram:
- É Cristo coeterno com o Pai ou não? Prescott e alguns outros concordaram que ele era.
- Cristo é autoexistente ou sua existência é derivada do Pai?
Prescott e muitos presentes pareciam concordar que a existência de Cristo é derivada ou de alguma forma dependente do Pai.
Cristo É Eterno, Mas A Existência É Derivada do Pai
Prescott combinou desajeitadamente uma crença na eternidade de Cristo e a crença de que Cristo de alguma forma saiu do Pai. Ao descrever a relação do Pai e do Filho na eternidade, disse Prescott:
Há um sentido próprio no meu entendimento, segundo o qual o Filho está subordinado ao Pai, mas essa subordinação não está na questão dos atributos ou de sua existência. Está simplesmente no fato da existência derivada, como lemos em João 5:26: “Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo.” Simplificando, o filho é coeterno com o pai. Isso não impede que ele seja o filho único gerado de Deus.[72]
A Posição Inconsistente de Prescott Causou Constrangimentos
Durante as discussões, Prescott se colocou em uma situação constrangedora. Aqueles que argumentaram contra a eternidade de Cristo se perguntaram como Cristo poderia ser “gerado” e “coeterno” com o Pai ao mesmo tempo.[73] Aqueles que concordaram com Prescott sobre a eternidade de Cristo questionaram sobre o uso da palavra “derivado.”[74] Prescott, então, percebeu estar em uma posição aparentemente inconsistente.
C. Lacey, durante a primeira discussão, sugeriu uma forma diferente de expressar o pensamento de Prescott. Lacey argumentou que Cristo era apenas inferior em “hierarquia” ao Pai como a segunda pessoa da Divindade.[75] J. N. Anderson pensou que a visão de Prescott torna Cristo inferior a Deus, mas se absteve apresentar contrapontos. Suas perguntas incisivas pareciam deixar Prescott desconfortável. Em determinado momento, Prescott chegou a negar ter usado a palavra “derivado.”[76] Por fim, no final da discussão, Prescott aceitou a sugestão de Lacey e redigiu a seguinte declaração sobre Cristo: “Um com o Pai, um em autoridade, poder, amor, misericórdia e em todo e qualquer atributo— igual ao Pai e segundo em natureza. Eu acho a palavra “segundo” melhor do que ‘inferior’ – segundo em hierarquia.”[77]
T. Knox, na discussão em 6 de julho, sugere que Cristo é o Filho Eterno no mesmo sentido em que Levi era nos lombos de Abraão. Disse ele:
Chegou um momento—de uma forma que não podemos compreender nem o tempo que não podemos compreender, quando, pela operação misteriosa de Deus, o Filho surgiu do seio do Pai e teve uma existência separada. . . . Eu acredito na eternidade de Jesus Cristo. Não consigo entender a eternidade de sua existência separada e distinta.[78]
A reunião terminou sem resolução e a discussão sobre o tópico foi adiada para mais tarde.
Discussão sobre A Trindade
Na discussão em 6 de julho, L. L. Caviness, que chegou tarde e perdeu grande parte da discussão, expressou receio de que a igreja estivesse indo em direção à doutrina trinitariana. Ele disse claramente:
Não posso acreditar que as duas pessoas da divindade são iguais, Pai e Filho,—que um é o Pai e outro o Filho, e que eles podem estar em contradição. . . . Em oração, ele [Cristo] disse que era seu desejo que os discípulos vissem a glória que ele tinha com o Pai concedida a ele. Não era algo que ele teve durante toda a eternidade, mas a glória de Deus lhe foi concedida pelo Pai. Ele é divino, mas é o Filho divino. Não consigo explicar mais do que isso, mas não consigo acreditar na chamada doutrina trinitariana das três pessoas eternamente coexistentes.[79]
Depois de certo tempo, o encontro dicou tão tenso que A. G. Daniells pediu que os “delegados acalmassem os ânimos” e solicitou que alguns comentários não fossem transcritos.[80] Posteriormente, Daniells lembrou aos presentes que eles não estavam votando em uma posição sobre “trinitarianismo” ou “arianismo” na reunião.[81] Enquanto o encontro se aproximava do encerramento, John Isaac manifestou enorme descontentamento:
O que nós, professores da Bíblia, faremos? Ouvimos ministros discordarem entre si. Nossos alunos têm professores bíblicos em nossas escolas discutindo exaustivamente questão, para chegar em outra escola e o outro professor não concordar. Devemos ter uma resposta definitiva para apresentar. Eu acho plenamente possível. Devemos ter uma declaração concisa. Cristo foi gerado ou não?[82]
Daniells concluiu dizendo: “Não pensem os conservadores que algo vai acontecer, nem os progressistas fiquem temerosos de que não acontecerá. Mantenhamos este bom espírito. Tragam [os argumentos] que vocês tiverem.”[83]
Resumo dos Pontos De Vista na Conferência Bíblica de 1919
É útil diagramar como os delegados comentaram sobre a questão da preexistência eterna de Cristo. Inicialmente, foram 36 delegados. Outros entraram e saíram à medida que as reuniões progrediam. Só houve uma lista de presença no início da conferência. Logo, não está claro sobre quem estavam presentes nas discussões sobre a divindade de Cristo. Os delegados que comentaram durante as discussões e suas posições estão listados abaixo.
Conferência Bíblica de 1919 sobre A Divindade de Cristo
Apoiaram A Divindade Eterna | Opuseram-se à Divindade Eterna | Incertos |
W. W. Prescott
J. N. Anderson H. C. Lacey G. B. Thompson |
C. P. Bollman
T. E. Bowen L. L. Caviness W. T. Knox C. M. Sorenson |
A. G. Daniells
W. E. Howell John Isaac E. R. Palmer A. O. Tait Charles Thompson W. H. Wakeham M. C. Wilcox |
Lição da Escola Sabatina de 1921 de W. W. Prescott
Na conferência bíblica de 1919, sugeriram a Prescott publicar suas apresentações sobre a pessoa de Cristo. A oportunidade apareceu quando ele foi convidado a escrever Lição da Escola Sabatina do primeiro trimestre de 1921. O objetivo declarado da lição era “apresentar a pessoa de Jesus Cristo como o objeto da fé.” Embora a lição tenha se concentrado na pessoa de Cristo, as declarações incisivas de Prescott sobre a existência eterna de Cristo estão ausentes, mas a lição torna um ponto claro: a divindade de Cristo e seu status de “Eu Sou” do Antigo Testamento. Uma frase curta menciona Cristo como “aquele que existe desde a eternidade.” Todas as declarações desta lição podem ser adotadas com sinceridade por todos os adventistas do sétimo dia. Ou Prescott estava sendo sensível à preocupação de um segmento significativo da igreja ou o comitê editorial removeu qualquer coisa que considerou controversa.[84][85]
Livro de Prescott: Doutrina de Cristo
De longe, as expressões publicadas mais claras de Prescott, durante esse período, harmonizando sua crença de que Cristo foi derivado, mas também eterno, apareceu em seu livro A Doutrina de Cristo. O título indica que sua intenção era ser um livro-texto bíblico para “faculdades e seminários.” O formato é muito parecido com outros livros de estudos doutrinários adventistas da época. Prescott faz uma pergunta ou comentário seguido de um texto da Bíblia. Cada capítulo também tem notas tiradas de várias fontes. A maioria não é creditada porque “não foram citadas como autoridade.”[86] Somente as declarações de Ellen White são referenciadas. Ao explicar a existência eterna de Cristo e seu relacionamento com Deus Pai, Prescott citou as seguintes fontes desconhecidas:
Imaginamos o Pai existente desde a eternidade e possuidor de poderes infinitos, simplesmente porque ele deseja existir, sem qualquer causa externa a si mesmo, eterno, infinito e não derivado; e o Filho existindo com o pai desde eternidade, possuindo os infinitos poderes do pai, mas recebidos do Pai, existindo porque o Pai deseja que ele exista, eterno, infinito e derivado.[87]
O Filho é igual ao pai em tudo, exceto ao que é concedido em termos de Pai e Filho. Ele é igual ao Pai, pois compartilha a plenitude da existência do Pai desde a eternidade, seu infinito poder, sabedoria e amor. Mas, na medida em que o Pai possui esses atributos divinos em si, enquanto o Filho os possui derivado do Pai, nesse sentido real, e apenas nesse sentido, o Pai é maior que o Filho.[88]
Evidentemente, em um Pai eterno e um Filho eterno, o conceito de mais velho e mais jovem não tem lugar. Ao elevarmos a concepção da filiação do tempo na eternidade, tais elementos desaparecem na relação entre pai e filho humanos Quando eles caem, alguma concepção essencial para o nosso conceito de filiação permanece? Sim, ainda permanece o conceito-chave, a saber, a existência pessoal e os poderes derivados de outra pessoa. Este conceito está tão claramente incorporado em João 5:26 e em outras afirmações expressas dos lábios de Cristo descrevendo sua própria relação com Deus.[89]
Essas declarações, apesar de apoiarem a ideia da preexistência eterna de Cristo, retratam claramente a vida e o poder de Cristo como derivados do Pai. Embora em harmonia com os comentários de Prescott na Conferência Bíblica de 1919, essa ideia é muito diferente das declarações de Ellen White citadas aqui anteriormente. Em lugar algum de seu livro, Prescott se refere à palavra trindade ou descreve pessoas “autoexistentes” em uma divindade unida. Para Prescott e a igreja, esse entendimento se desenvolveria durante os próximos dez a vinte anos.
O livro de Prescott, Doutrina de Cristo, é a típica obra para lições de classes bíblicas. Muitos professores de Bíblia no início do século XX desenvolveram materiais. Alguns, às vezes, publicados em larga escala. As perguntas e citações nos vários livros didáticos geralmente não esclarecem a questão da eternidade de Cristo ou de sua natureza divina não derivada. Em certos casos, havia comentários mais claros. Alguns desses autores são citados abaixo:
O universo é governado pela Trindade, composta pelo Pai, Filho e Espírito Santo.[90]
Cristo compartilha uma unidade de caráter com seu Pai, duas naturezas homogêneas, una, uma harmonia tão infinita, que se diz ser igual ao Pai, plenamente divino, verdadeiramente Deus.[91]
[Citando Ellen G. White] “Dos dias da eternidade, o Senhor Jesus Cristo é um com o Pai, a ‘imagem de Deus’.”[92]
Liberalismo Moderno e Divindade de Cristo
Durante as primeiras décadas do século XX, os adventistas se viram lutando contra a alta crítica e o “novo modernismo” crescente no cristianismo. Protestantes fundamentalistas estavam resistindo a essa tendência, e os adventistas frequentemente se encontravam lutando lado a lado com eles contra o ensino da evolução nas escolas públicas e contra os esforços liberais para minar a autoridade da Bíblia. Liberalismo moderno rejeitou a divindade de Jesus e seu nascimento virginal. Como resultado, artigos adventistas defendendo a divindade de Cristo começaram a aparecer nos documentos da igreja com mais frequência. Independentemente das diferenças individuais nos detalhes, os ministros adventistas se alinharam contra visões liberais perigosas.
O resultado natural foi um aumento da apreciação da divindade plena do Filho de Deus quando o ensino foi atacado. Compreensivelmente, mesmo aqueles que rejeitavam a preexistência eterna de Cristo não preferiram não se pronunciar sobre o começo [de Jesus], enfraquecendo, assim o argumento deles contra a alta crítica. Até mesmo artigos defendendo a trindade foram tolerados. A resistência contra o uso do termo parecia enfraquecer à medida que a batalha contra o liberalismo continuava. Um dos exemplos mais claros em favor da Trindade durante a década de 1920 foi escrito por White Stemple: “O Pai, o Filho e o Espírito Santo, embora um, são . . . distintamente separados.” Embora também tenha argumentado que a Trindade consiste em três pessoas, ele não mencionou Cristo como eterno ou “autoexistente.”[93]
Dois artigos exemplificam como a divindade de Cristo foi defendida contra o liberalismo moderno. Em ambos os exemplos, o autor se abstém de mencionar ou discutir o assunto da preexistência eterna de Cristo. Quaisquer referências ao começo de Cristo ou à sua existência de toda a eternidade são evitados nesses artigos e em outros semelhantes.
P. Bollman escreveu em 1923: “Pela divindade de Cristo se entende que ele é igualmente Deus como o Pai. E, isto, apesar das negações de ‘altos críticos,’ as Escrituras de ambos os testemunhos ensinam claramente.”[94]
Da mesma forma, Lyle C. Shepard escreveu em 1927: “Há pouco tempo, alguns dos ensinamentos do racionalismo chamaram minha atenção e isso me levou a examinar novamente as reivindicações, caráter e natureza do fundador da religião cristã, a saber, Jesus Cristo.”[95] Ele começa, então, a defender a plena divindade de Cristo.
“Declaração de Crenças Fundamentais” para Adventistas do Sétimo Dia de 1931
Ao longo de sua história, os adventistas se recusaram a adotar um credo, percebendo que a verdade é progressiva. Em vários momentos da história da Igreja, no entanto, declarações fundamentais de fé foram publicadas. Contudo, até a Sessão da Conferência Geral de 1946, nunca pretenderam ser a posição oficial da igreja.[96]
Se L. E. Froom for levado em conta, as declarações doutrinárias foram sistematicamente evitadas durante as primeiras décadas do século XX por causa da divisão da igreja no que diz respeito à Trindade e à divindade eterna de Cristo. Froom escreveu: “Algumas dessas variantes hermenêuticas históricas [sobre a preexistência eterna de Cristo] ainda persistiam. E, principalmente por causa dessas diferenças, nenhuma declaração de fé ou crença fundamental aparecia no anuário.”[97] Como veremos, isto mudou em 1931.
Nas primeiras décadas do novo século, os adventistas cresceram significativamente, especialmente em campos estrangeiros. Correntemente, fazia-se necessário existir alguma declaração de fé que informasse ao público o que os adventistas realmente creem. Finalmente, em 29 de dezembro de 1930, o Comitê da Conferência Geral respondeu a um pedido feito pela Divisão Africana para que “uma declaração do que os adventistas do sétimo dia creem seja publicada no anuário.” A moção diz que a Divisão Africana sentiu que “uma declaração ajudará representantes governamentais e outros a terem uma compreensão melhor do nosso trabalho.” Foi nomeado um comitê com quatro homens: M. E. Kern, F. M. Wilcox, E. R. Palmer e C. H. Watson. Um deles contou a Froom o que aconteceu no comitê:
Como ninguém mais [no comitê de quatro pessoas] parecia disposto a assumir a liderança na formulação de uma declaração, Wilcox—como escritor e editor [da Review and Herald]—escreveu para consideração do comitê um resumo sugerido de “Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia.”[98] Formulou-se um documento com 22 declarações.[99]
Em razão disto, todos os anuários a partir de 1931 e contêm uma declaração não oficial de “Crenças Fundamentais.” De acordo com Froom, F. M. Wilcox era “respeitado por todas as partes por sua solidez, integridade e lealdade à fé do advento e ao Espírito de Profecia. Ele, como editor da Review, fez o que provavelmente nenhum outro homem poderia ter feito para alcançar a unidade na aceitação. ”[100]
A segunda e a terceira declarações de Crenças Fundamentais dizem:
A Divindade, ou Trindade, consiste no Pai Eterno, um ser pessoal e espiritual, onipotente, onipresente, onisciente, infinito em sabedoria e amor; no Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai Eterno, por meio de quem todas as coisas foram criadas e por meio de quem a salvação dos redimidos será realizada; no Espírito Santo, a terceira pessoa da Divindade, o grande poder regenerador na obra de redenção (Mt 28:19).
Jesus Cristo é plenamente Deus, sendo da mesma natureza e essência que o Pai Eterno. Embora mantendo sua natureza divina, ele assumiu a natureza da família humana, viveu na terra como homem, viveu como nosso exemplo os princípios da justiça, atestou seu relacionamento com Deus por muitos milagres poderosos, morreu por nossos pecados na cruz, ressuscitou dos mortos, e ascendeu ao Pai onde ele continua intercedendo por nós (Jo 1: 1, 14; Hb 2:9–18; 8:1–2; 4: 14–16; 7:25).[101]
Estas declarações, quando lidas cuidadosamente no contexto do espectro do pensamento adventista sobre o assunto, deixaram certos detalhes indefinidos. Enquanto o Pai é “eterno,” Jesus é “Filho do Pai Eterno.” A única parte da declaração que não permite ambiguidades é a declaração de que Cristo é “plenamente Deus.” O pequeno dístico teologicamente incisivo, “plenamente Deus,” faz de Cristo e o Pai igualmente autoexistentes e eternos. Como veremos na próxima seção, muitos ficaram desconfortáveis com Wilcox por causa do dístico “plenamente Deus.” No entanto, mesmo usando o dístico “plenamente Deus,” Wilcox não explicou seu significado, deixando margens para dúvidas.[102] A parte da declaração de 1931 das “Crenças Fundamentais” se referindo a divindade e a pessoa de Cristo, permaneceu inalterada em cada novo anuário durante o período deste estudo por muitos anos.
Certificado Batismal de 1941 e Guia de Estudo
Embora fora do período deste capítulo, o certificado batismal de 1941 e o guia de estudo batismal estavam intimamente ligados à declaração de crenças fundamentais de Wilcox, e, portanto, se encaixam pertinentemente nesta parte do artigo.
Em 27 de outubro de 1941, o Concílio de Outono da Associação Geral votou um certificado batismal uniforme que incluiu um resumo das crenças adventistas e uma “aliança” ou “voto”[103] de 12 pontos. Um resumo condensado das 28 “Crenças Fundamentais” foi incluído no certificado batismal. O resumo incluiu uma ênfase específica nas três pessoas da Divindade. A segunda declaração descreve a Cristo como o “Filho Eterno de Deus.”[104] Por conseguinte, todos que estão sendo batizados na igreja afirmaram sua fé nesta doutrina. Infelizmente, uma cópia real do primeiro certificado não estava disponível para este estudo.
Um guia de estudo batismal intitulado O Evangelho Eterno também foi preparado. Infelizmente, este documento não tem data. Copiou, quase igualmente, grande parte da declaração de Wilcox das “Crenças Fundamentais,” e, portanto, deve ter sido publicado após o anuário de 1931. Evangelho Eterno copiou as três primeiras declarações de fé de Wilcox integralmente, salvo uma exceção crucial: o dístico “plenamente Deus” na terceira declaração das “Crenças Fundamentais” foi omitido. As diferenças entre o Anuário de 1931 e O Evangelho Eterno estão listadas paralelamente abaixo.
Anuário de 1931: | Jesus Cristo é plenamente Deus, sendo da mesma natureza e essência que o Pai Eterno.[105]
|
O Evangelho Eterno: | Jesus Cristo, o Filho Divino de Deus, é Deus, da mesma natureza e essência que o Pai.[106] |
Além de omitir o dístico “plenamente Deus,” foi adicionada uma nova declaração de crença diz:
Cristo preexistiu com Deus antes de nascer em Belém e é o criador do mundo e de tudo o que nele há. Ele “estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconheceu” (Jo 1:1–3, 10, 14; Hb 1: 1–2, 10; Cl 1:16–19; Jo 1:1–3, 14).[107]
Esta afirmação se abstém claramente de articular a preexistência eterna de Cristo. Parece claro que a intenção da mudança no Guia de Estudo Batismal intencionou remover alguma afirmação da autoexistência eterna de Cristo. O Anuário de 1931 e as declarações do Evangelho Eterna mostram claramente que a igreja estava longe de resolver a questão da divindade inerente de Cristo.
Conclusão
Durante o período de 1919 a 1931, a igreja permaneceu dividida no tocante à Trindade e se o Filho de Deus têm natureza divina autoexistente como o Pai. Embora o assunto fosse discutido na Conferência Bíblica de 1919, o único resultado foi confirmar que os líderes da igreja estavam profundamente divididos sobre o assunto. Durante as duas primeiras décadas do século XX, declarações variadas aparecem nas publicações. A ascensão do liberalismo nos Estados Unidos resultou em mais artigos sobre a divindade de Cristo e até mesmo sobre a Trindade. Esses artigos afirmam que Cristo possuiu a mesma essência divina que o Pai, mas evitaram afirmar [Cristo] autoexistente eternamente. A declaração de “Crenças Fundamentais” de F. Wilcox de 1931 é provavelmente o desenvolvimento mais importante durante esse período. Seu uso do termo “plenamente Deus” para descrever Cristo gerou tanto desconforto suficiente para que foi removido do guia de estudo batismal amplamente usado na época. Ainda assim, Wilcox deu o primeiro passo e preparou o caminho para futuras posições mais claras durante as décadas de 1940 e 1950.
CAPÍTULO V
DE 1931 AO LIVRO QUESTÕES SOBRE DOUTRINA
Durante o período de 1931 até a publicação de Questões Sobre Doutrina, a Igreja Adventista do Sétimo Dia finalmente se uniu na “visão nova” da divindade eterna de Cristo e da Trindade. Este capítulo avaliará os seguintes passos no processo: (1) declarações com a “visão antiga” continuam durante a década de 1930, (2) o impacto contínuo do liberalismo moderno, (3) o papel de F. M. Wilcox, e (4) a publicação de Questões Sobre Doutrina. Ademais, as correções feitas em Daniel e a Apocalipse, e o ponto de vista de L. E. Froom sobre a Trindade na história adventista do sétimo dia serão examinados.
Uma Declaração Referencial sobre A Divindade de Cristo
Durante a década de 1930, declarações defendendo a “visão antiga” continuaram aparecendo. Como veremos mais adiante no capítulo, isso mudou completamente durante a década de 1940. O quarto trimestre da Lição da Escola Sabatina foi preparado por T. M. French. French afirma sobre a preexistência de Cristo com essas palavras: “Ele, portanto, não faz parte da criação, mas foi ‘gerado pelo Pai’ nos primórdios da eternidade, e é plenamente Deus.”[108] Parece que French mistura as crenças fundamentais de Wilcox, a referência a Cristo como “plenamente Deus” com a “visão antiga” de Cristo como “gerado”.
Reação Contínua ao Liberalismo Moderno
Artigos contra a tendência liberal, que nega a divindade e o nascimento virginal de Jesus, aumentaram significativamente durante as décadas de 1930 e 1940. Cada artigo eclesiástico, especialmente os mais evangelísticos como Sinais dos Tempos e Verdade Presente, frequentemente criticaram a perda de fé nos Estados Unidos e afirmaram a plena divindade de Cristo.
Abaixo se encontra uma seleção de declarações escritas sobre a divindade de Cristo para identificar e responder ao liberalismo moderno:
É Jesus de Nazaré inerentemente divino e, portanto, o único filho gerado de Deus? . . . liberais (modernistas) de hoje respondem negativamente..[109]
Unitarismo, uma vez tido como entre os piores credos da cristandade, hoje ri por último, pois todo movimento liberal conhecido como modernismo não acredita mais na Trindade. Eu acredito na Trindade porque acredito na Bíblia.[110]
A doutrina da divindade de Cristo é a própria pedra angular sobre a qual a religião cristã está construída. Destrua esta fundação e toda desmoronará e cairá. . . . Grande parte do mundo cristão já abandonou a fé em Jesus como o Filho Divino de Deus. Em sua providência, Deus concedeu à sua igreja remanescente uma mensagem específica para encontrar a trágica incredulidade crescendo dentro e fora da igreja cristã. O próprio centro da mensagem do terceiro anjo é o evangelho eterno, e o coração do evangelho é o Filho Divino de Deus.[111]
Deve-se, então, ressaltar que essa combinação de poder eclesiástico “ecumênico” proposto não se propõe ser cristã. . . “Jesus não é Deus,“ afirma abertamente um de seus principais porta-vozes. . . . Toda semana o material da escola bíblica dominical deve ser protegido contra o ensino da divindade de Cristo e da inerrância da Bíblia.[112]
A teologia modernista propõe apenas um salvador humano. Ensina que Cristo era divino, mas não divindade, que ele era um homem bom, um homem super bom, mas divino no mesmo sentido em que todos os homens bons são divinos. Isso faz com que nosso Bendito Senhor seja apenas um exemplo a ser seguido da mesma forma que qualquer outro homem bom.[113]
Estes são apenas alguns dos muitos artigos contra o liberalismo moderno. Como os adventistas viram a perda de fé na igreja cristã, eles naturalmente se viram valorizando a doutrina da divindade de Cristo. Para muitos, a Trindade e a divindade essencial e não derivada de Cristo foram entendidos como uma parte essencial do plano de salvação. A declaração de “Crença Fundamental“ de F. M. Wilcox de Cristo como “plenamente Deus” já estava operando no subconsciente adventista. Como veremos a seguir, Wilcox continuou a compartilhar com a igreja que a Bíblia e o “Espírito de Profecia” apoiam a visão trinitariana de Cristo.
M. Wilcox e Outros Afirmaram A Igualdade Absoluta da Divindade
D. Nichol, editor da Review and Herald, homenageou seu antecessor F. M. Wilcox no funeral dele dizendo: “É difícil encontrar palavras para descrever a sua contribuição distinta para o movimento do advento . . . Sua contribuição mais importante foi sua apresentação das crenças, dos padrões e dos objetivos da igreja com aquela persuasão peculiar que flui de profunda convicção.”[114] Analisando essa “contribuição” para a igreja, “Conversas de Coração para Coração do Editor,” de F. M. Wilcox, desempenharam um papel importante. Os adventistas ficavam ansiosos por esses editoriais claramente bem escritos e úteis.
Em 1944, Wilcox escreveu em uma de suas colunas, “Quando estudamos as Escrituras, descobrimos que Cristo é a personagem central. O Filho infinito do Pai infinito é plenamente Deus por si só. Ele é o grande ‘Eu Sou’ existente desde os primórdios da eternidade.”[115] Nesta afirmação simples, mas clara, Wilcox escreve para seus leitores que Cristo é eterno e intrinsecamente divino como o Pai. Wilcox não dependia de suas próprias opiniões para promover sua opinião. Ele fez questão de usar declarações de Ellen White e versos da Bíblia como autoridade para [fundamentar] sua posição. Seu editorial de 3 de janeiro de 1945, intitulado “A Eternidade de Cristo” é, em grande parte, uma coleção de citações da Bíblia e Ellen White.[116] Os artigos de Wilcox e o uso de citações de Ellen White incentivaram os adventistas a abraçar a visão cristã “ortodoxa” da Trindade e da divindade de Cristo.
Wilcox não estava sozinho em declarar a plena divindade de Cristo. M. L. Andreasen, considerado na época como um dos melhores estudiosos da igreja, escreveu:
Hebreus 1:3 diz que Cristo “é o resplendor da glória de Deus.” O particípio [grego] “[aquele que] é” é uma expressão de existência eterna e atemporal. . . . Ele não surgiu no começo. No começo, ele “era.” Ele não se tornou o brilho da glória do Pai. Ele sempre foi. Isso constitui o fundamento essencial e eterno de sua personalidade.[117]
D. Nichol tornou-se editor da Review and Herald quando Wilcox se aposentou em 1944. Em seus primeiros meses como editor, ele publicou seu acordo com seu ex-mentor nas seguintes palavras: “Acreditar em Cristo como o Filho Eterno de Deus é dar majestade e a perspectiva divina da eternidade ao plano de salvação em que nossas esperanças descansam.”[118]
Essas são apenas algumas das declarações claras desse período. Na década de 1940, muitos adventistas se sentiram confortáveis e até esperavam que a igreja defendesse a divindade essencial de Cristo.
Corrigindo Daniel e Apocalipse [de Uriah Smith]
Para muitos, os comentários de Daniel e de Apocalipse de Uriah Smith e eram praticamente inspirados. Seu livro foi lido e estudado por quase todos os adventistas por mais de sessenta anos. Na discussão de Smith sobre a sétima igreja em Apocalipse 3, ele faz o seguinte comentário: “O Filho veio a existir de uma maneira diferente, pois é chamado de ‘o único gerado’ do Pai. Parece totalmente inapropriado aplicar esta expressão a qualquer ser criado no sentido comum do termo.”[119] Esta declaração foi removida na edição de 1944.[120] Naturalmente, alguns estavam infelizes que Daniel e Apocalipse foram modificados. Aqueles com a então menos popular “visão antiga” da divindade de Cristo acharam essa mudança tendenciosa.
Questões Sobre Doutrina
O livro Questões Sobre Doutrina mudou o curso da teologia adventista de várias maneiras. Revisou certos conceitos adventistas sobre a expiação, a natureza humana de Cristo e a “marca da besta,” permitindo uma aproximação com outras denominações protestantes. Essas revisões foram extremamente controversas, além de criticadas por M. L. Andreasen e outros. O debate continua até hoje.
Questões Sobre Doutrina também abordou o tema da Trindade e da divindade de Cristo. O livro deu uma declaração abrangente e clara sobre a posição da igreja sobre a natureza divina de Cristo e da Trindade. O livro afirma:
Quanto ao lugar de Cristo na Divindade, cremos que ele seja a segunda pessoa da trindade celestial—composta do Pai, do Filho e do Espírito Santo—unida não apenas na Divindade, mas nas provisões da redenção. . . . Cristo é um com o Pai Eterno—um natureza, igual em poder e autoridade, Deus no sentido mais pleno, eterno e autoexistente, com vida original, não emprestada, não derivada; e que Cristo existe desde os primórdios da eternidade, distinto, mas um com o Pai, possuindo a mesma glória e todos os atributos divinos.[121]
Em contraste com o conflito em outras áreas, praticamente não houve dissidência no claro ensino do livro sobre a “visão nova” da trindade e da divindade de Cristo. Como vimos anteriormente, até mesmo Andreasen publicou declarações afirmando uma crença semelhante sobre o tema. Questões Sobre Doutrina reconhece que “alguns” defendiam uma visão diferente durante os primeiros anos do movimento. Pergunta número três no livro:
Mudaram os adventistas do sétimo dia de algumas posições defendidas por certos adeptos dos primeiros anos cujas citações ainda circulam? Tais citações deturpam os ensinamentos atuais da liderança adventista?[122]
A resposta repudia especificamente a posição dos pioneiros em relação à divindade e à preexistência eterna de Cristo:
com os passar dos anos, a diversidade de opiniões nos primeiros anos sobre certas doutrinas deu lugar gradualmente à unidade doutrinária. As posições claras e sólidas foram então adotadas pela grande maioria em doutrinas como a Divindade, a divindade e a preexistência eterna de Cristo e a personalidade do Espírito Santo. Foram estabelecidas interpretações claras sobre a justificação pela Fé, a verdadeira relação entre lei e graça, e a morte de Cristo como a expiação sacrificial completa pelo pecado. Alguns, no entanto, mantiveram algumas interpretações antigas, e, às vezes, publicadas. Todavia, há décadas a igreja está praticamente unida sobre as verdades básicas da fé cristã.[123]
Visão de L. E. Froom
E. Froom foi um dos principais escritores de Questões Sobre Doutrina. Este livro minimizou a amplitude da oposição à trindade e à divindade eterna de Cristo na história adventista primitiva. Quando Froom publicou o Movimento do Destino em 1971, ele perpetuou a ideia de que a maioria acreditava na posição “ortodoxa” sobre a Trindade. Compreensivelmente, em Questões Sobre Doutrina, Froom e outros estavam tentando melhorar a imagem dos adventistas diante do mundo. Não obstante, mesmo em Movimento do Destino, Froom descreve incorretamente o entendimento adventista primitivo como “posições pessoais, individuais e minoritárias.”[124]
Os registros mostram que, por muitos anos, Froom buscou uma compreensão do período primitivo. Ele escreveu cartas durante as décadas de 1930 e 1940 para diversos adventistas pedindo que contassem as suas lembranças. Arthur White, secretário do Ellen G. White Estate, tentou, em 1955, corrigir a posição de Froom, escrevendo: “Seria melhor admitir que nossos primeiros obreiros não eram trinitarianos.”[125] Ele recomendou, então, a tese de Christy Taylor: “Doutrina da Personalidade do Espírito Santo até 1900.” Arthur White escreveu quase catorze anos depois que “o mais interessante é que nenhum de nossos primeiros obreiros ou adventistas do sétimo dia em geral, antes dos meados da década de 1890, estavam dispostos a aceitar a doutrina da Trindade.”[126] Fica-se com a impressão de que Froom escolheu não apresentar os fatos, possivelmente por medo de minar a fé de alguém ou de comprometer a posição evangélica da igreja.
Conclusão
A igreja mudou gradualmente entre as décadas de 1930 e 1950 para a visão cristã “ortodoxa” sobre a trindade e a divindade de Cristo. Essa mudança parece ser devido à coleta de influências: (1) Resposta adventista aos ataques do “liberalismo moderno” quanto a divindade de Cristo e seu nascimento virginal, (2) A declaração de “Crenças Fundamentais” de F. M. Wilcox e seus editoriais na Review and Herald, (3) uma consciência e apreciação maiores das declarações de Ellen White.
A publicação de Questões Sobre Doutrina em 1957 e a falta de resposta negativa à clara defesa do livro da trindade e da divindade de Cristo demonstram que a igreja como um todo aceitou a “visão nova,” muito embora provavelmente na década de 1950 a maioria não pensasse nisso em termos de uma “visão nova,“ mas como a visão bíblica e “Espírito de Profecia” corretas. Havia, todavia, alguns que defenderam a visão antiga. O próximo capítulo discutirá os últimos principais defensores da “visão antiga.”
Capítulo VI
OPONENTES FINAIS À TRINDADE E DIVINDADE ETERNA DE CRISTO
Durante a década de 1940, uma maioria crescente na igreja acreditava na divindade eterna não derivada de Cristo e na Trindade, porém alguns discordaram e até resistiram ativamente à mudança. Esse grupo era composto principalmente por alguns ministros mais velhos e professores da Bíblia.
A tensão restante sobre a Trindade e a divindade eterna de Cristo é demonstrada por uma omissão no Hinário da Igreja de 1941. Os compiladores não quiseram dar brechas para controvérsias com nenhum hino. O objetivo obviamente era que o hinário fosse uma bênção para todos os adventistas. Portanto, o conhecido hino, “Santo, Santo, Santo” tinha apenas três versos. O quarto e o último verso que termina com “Deus em três pessoas, bendita Trindade” foi omitido.[127]
Neste capítulo, consideraremos três indivíduos que foram os últimos principais expoentes da “visão antiga”: J. S. Washburn, C. S. Longacre e W. R. French.
S. Washburn
S. Washburn (1863-1955) entrou no ministério em 1884 e serviu em várias instâncias da igreja, principalmente evangelismo. Quando se aposentou, ele se sentiu obrigado a lidar com vários erros visíveis na igreja. Ele abordou uma suspeita de longa data que tinha com a ortodoxia de W. W. Prescott. Washburn, entre outras coisas, discordou de Prescott no uso da Revised Version of the Bible e do questionamento de Prescott sobre a precisão de algumas partes históricas da edição de 1888 do Grande Conflito.[128]
Em 14 de outubro de 1939, Prescott pregou um sermão na Igreja de Takoma Park, intitulado “Aquele que Vem.” Ele defendeu sua opinião de longa data de que Jesus, o Cristo do Novo Testamento, também é Jeová ou “Eu Sou” do Antigo Testamento. Washburn distribuiu uma resposta agressivamente redigida contra o sermão de Prescott.[129] Ele considerou o sermão como recheado “deturpações terríveis.” Explicando sua visão do que Prescott pregou, Washburn escreveu: “O sermão é uma deturpação terrível da verdade da personalidade divina separada do Pai e do Filho. Pai e Filho não são ‘uma pessoa,’ mas duas pessoas tão distintas quanto como eu e meu pai.”[130] Ele interpretou mal, dando a entender que Prescott ensinou a visão sabeliana de que Jesus Cristo e Deus Pai são a mesma pessoa. Washburn defendeu ainda a visão de semiariana de que “o Filho . . . foi concebido, gerado, nascido de seu Pai (Jeová).”[131]
Os ataques de Washburn a Prescott circularam amplamente e produziram um rebuliço na igreja. Muitos ficaram chateados com sua diatribe. D. E. Robinson, do White State, escreveu uma longa carta para Washburn, alertando-o sobre o perigo de minar a influência de um colega ministro do Evangelho. Ele então mostrou como Washburn acusou Prescott falsamente. Robinson então sugere que as visões de Washburn eram as “visões variantes.”[132]
S. Longacre
Charles S. Longacre (1871-1958), um ministro de longa data e líder da igreja, esteve presente nas Conferências Bíblicas de 1919. Ele nunca aceitou a “visão nova” sobre a divindade eterna de Cristo.
Raymond F. Cottrell tinha algumas lembranças interessantes de C. S. Longacre. Seu tio, Roy Cottrell, era muito amigo de C. S. Longacre. Pastor Cottrell naturalmente pediu ao sobrinho que visitasse Longacre quando este se mudou para o Tacoma Park. Ray Cottrell atendeu o perdido, e, após visitas frequentes, os dois se tornaram bons amigos. Certo sábado, Longacre foi chamado e pediu que ele lecionasse em uma classe de Escola Sabatina na Igreja Adventista do Sétimo Dia do Takoma Park. Aconteceu que naquela semana a lição abordou o tema da divindade de Cristo. Cottrell tentou ensinar a turma com grande delicadeza. Durante a discussão, um aluno disse: “Pastor Cottrell, saiba que nesta classe somos todos arianos.”[133] Além dessa história, existem pelo menos dois incidentes relacionados a Longacre geraram debates importantes na Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Documento do Centro de Pesquisa da Bíblia sobre A Divindade de Cristo
O Centro de Pesquisa da Bíblia foi organizado por professores de Bíblia de faculdades adventistas da América do Norte em um concílio durante o verão de 1940. Em 1944, L. L. Caviness, professor da Bíblia no Pacific Union College, foi convidado a atuar como presidente. R. F. Cottrell, também do Pacific Union College, foi nomeado secretário. O Centro de Pesquisa da Bíblia foi fundado a fim de promover estudos e diálogos entre professores de Bíblia de faculdades e obreiros da igreja. Em 1952, a organização já tinha mais de 250 associados pelo mundo.[134] O Centro foi dividido em filiais que geralmente se reuniam mensalmente para ler e discutir artigos. Muitas vezes, os documentos eram de natureza controversa. Naturalmente, o tema do Armagedom e do rei do norte estavam na mente de muitos durante e após a Segunda Guerra Mundial, resultando em muitos materiais.
Em janeiro de 1947, C. S. Longacre apresentou um artigo ao Centro de Pesquisa da Bíblia intitulado “A Divindade de Cristo.” Meticulosamente, ele articulou a visão adventista anterior de que Cristo veio do Pai nos primórdios da eternidade. Ele escreveu: “Ele [Deus, o Pai] se reproduziu e concebeu outro Deus autoexistente, possuindo vida, poder e atributos em si.”[135] Longacre sofreu oposição acirrada quando tentou provar sua visão da Bíblia e dos Escritos de Ellen White. Sua apresentação provocou uma avalanche de documentos em resposta,[136] um resumo e dois conjuntos de “sugestões.” A ata da reunião relata que treze membros estavam presentes para a leitura e discussão do artigo. Entre eles, M. L. Andreasen.[137]
Sermão em Takoma Park, Maryland
Logo após a leitura de seu artigo no Pacific Union College, Longacre pregou um sermão sobre o mesmo tema na Igreja Adventista do Sétimo Dia do Takoma Park. Nessa época, Robert W. Olson, estudante do Pacific Union College, se mudou para Takoma Park, Maryland, para estudar no seminário adventista. Ele continuou na instituição até maio de 1947. Ele se lembrava bem de algumas situações na igreja de Takoma Park que ilustram a tensão gerada pelo artigo de Longacre: “A Divindade de Cristo.” Olson disse em uma entrevista:
Percebi que o tema da divindade de Cristo é uma tema acalorado. Pastor C. S. Longacre pregou um sermão na antiga igreja do Takoma Park—não o ouvi, mas me contaram—na qual ele apresentou todas as razões bíblicas e mais um pouco que ele pode para defender Cristo não era eterno. . . . Bem, os alunos do seminário estavam falando sobre, e, naturalmente, chegou aos ouvidos de M. L. Andreasen, nosso professor de teologia ali, que um homem torrenciava escritos de Ellen White e parecia estar muito convicto do que falava. Você também não conseguiria refutá-lo. EM razão disto, Pastor Andreasen se dirigiu ao Pastor Rapp, pastor da igreja de Takoma Park na época, e pediu o púlpito no sábado seguinte para que ele orientar e corrigir corrigir a congregação dos erros que o Pastor Longacre pregou. Bem, Pastor Rapp, naturalmente, cedeu o púlpito. Quando um homem do calibre do Pastor Andreasen pede o púlpito, você tem que ter um motivo muito forte para não conceder. Estávamos, então, prontos para ouvir o Pastor Andreasen no sábado seguinte quando soubemos que o Pastor McElhany, presidente da Conferência Geral, soube do que estava acontecendo, convocou o Pastor Rapp. “Não vamos promover um conflito aqui. Não permita que o Pastor Andreasen use o púlpito da sua igreja. Você deve negar a ele esse privilégio. ” Por conseguinte, Andreasen não pregou no sábado seguinte. Então, tivemos que esperar as coisas se resolverem em sala de aula.[138]
Ray Cottrell observou que “havia muitos sobreviventes do arianismo ainda nos anos 50, mas, até onde sei, o arianismo foi morrendo à medida que seus defensores foram morrendo. Por fim, quando C. S. Longacre morreu, seu principal expoente também morreu.”[139]
R. French
R. French (1881-1968), um ministro conhecido e respeitado, era professor de Bíblia da faculdade. Ao longo dos anos, ele serviu em diversas faculdades norte-americanas. French era um homem muito intelectual, que dizem ter memorizado o Novo Testamento inteiro. Assim, ele podia olhar para seus alunos ao citar a Bíblia durante suas classes. Um aluno se lembrou de como os alunos, por diversão, desafiavam-no a citar um texto no Novo Testamento. Ele então citava o texto, além do anterior e posterior também. Para seus alunos, French era um oráculo, a própria voz da verdade. “Quando o Pastor French dizia alguma coisa, irmão, era ponto final! Ninguém discutia com ele.”[140]
Como Washburn e Longacre, French era da antiga escola que acreditava que Cristo teve um começo. Seus alunos se lembram dele ensinando isso ao longo dos anos. Até a sua morte, French nunca mudou. Robert Olson se lembrou de 1968 e do vigésimo quinto aniversário da formatura de sia turma no Pacific Union College:
Pastor French já estava na casa dos 87 anos e o pessoal queria agradá-lo todos ficaram felizes quando souberam que ele vinha ao encontro. Então, eles o convidaram com antecedência para dar a mensagem de dez minutos na sexta à noite. Pastor French aceitou. Logo, eu fui como outros, em abril de 1968, para ouvir nosso querido antigo professor nos dar uma palestra de dez minutos. Bem, quarenta minutos após ele repetir veementemente todo o seu arsenal de razões possíveis para crer que Cristo não era eterno, que ele era o filho de Deus sai do seio do Pai, o presidente da plataforma lhe avisou que o tempo dele já tinha acabado.[141]
R. French morreu em 6 de dezembro de 1968, apenas oito meses após o que provavelmente foi sua apresentação pública. A morte de French foi o fim de uma era para a igreja. Ele foi provavelmente o último dos expositores conhecidos a defender a “visão antiga”.
Conclusão
Na década de 1950 e 1960, homens como Washburn, Longacre, e, finalmente, French se tornaram uma anomalia na Igreja Adventista do Sétimo Dia. A história ensina que às vezes as opiniões morrem logo após seus propositores morrerem.
CAPÍTULO VII
RESUMO E CONCLUSÃO
Resumo
A visão adventista do sétimo dia sobre as doutrinas da divindade eterna autoexistente de Cristo e da Trindade passou por mudanças progressivas. Inicialmente, a teologia adventista era ariana ou semiariana, e antitrinitariana. Adventistas acreditavam que Cristo foi criado ou “gerado” por Deus Pai. Espírito Santo não era geralmente visto como pessoa, mas como uma influência oriunda do Pai. Praticante não se encontra exceções a essas visões antes de 1888.
Após a Conferência Geral de 1888, a igreja colocou uma nova ênfase em Cristo e sua justiça. A compreensão adventista sobre a divindade de Cristo e a Trindade deu seus primeiros passos em direção à mudança. A. T. Jones fez algumas referências a Cristo como Filho “eterno.” O momento mais importante foi a publicação do Desejado de Todas As Nações de Ellen White em 1898. Em seu livro, Ellen White articulou claramente que Cristo é a segunda pessoa eterna autoexistente da Divindade. Esta passou a ser uma “visão nova” e se opôs à posição tradicional da maioria dos adventistas do século XIX.
Apesar da influência do Desejado de Todas As Nações e de outros comentários de Ellen White, a igreja permaneceu dividida quanto à natureza divina do Filho de Deus por pelo menos até as primeiras três ou quatro décadas do século XX. A Conferência Bíblica de 1919 revelou claramente essa divisão. Enquanto alguns líderes da igreja, como W. W. Prescott, afirmaram a preexistência eterna de Cristo, outros, como S. N. Haskell, negaram.
Confusão e conflito também emergiram sobre se Cristo era autoexistente ou derivado de Deus Pai. Este conflito levou a igreja a evitar quaisquer declarações de fé. Somente em 1931, quando F. M. Wilcox, editor de longa data da Review and Herald, construiu cuidadosamente uma “Declaração de Crenças Fundamentais” não oficial, a igreja publicou algo nesse sentido no anuário adventista do sétimo dia. Esta declaração afirma que Cristo é “plenamente Deus.” Por outro lado, o guia de estudo batismal removeu a afirmação “plenamente Deus” e deixou a questão da autoexistência de Cristo fora de consideração.
Ao longo das décadas de 1930 e 1940, a igreja lutou contra a influência do “liberalismo moderno” que nega a divindade de Cristo e seu nascimento virginal. Esta batalha tende a confirmar os adventistas na visão cristã “ortodoxa” da Trindade e da divindade autoexistente de Cristo. F. M. Wilcox incentivou a igreja através de seus editoriais a valorizar Cristo como a segunda pessoa eterna autoexistente da divindade. Seu longo mandato como editor respeitado da Review and Herald e seu uso abundante da Bíblia e do “Espírito de Profecia” deram autoridade à sua posição.
A publicação de Questões Sobre Doutrina revela que a Igreja Adventista do Sétimo Dia havia realmente mudado sua posição sobre a Trindade e a autoexistência eterna de Cristo. A ausência de oposição às declarações claramente trinitarianas do livro demonstra que os adventistas geralmente já acreditavam na Trindade.
Na época da publicação de Questões Sobre Doutrina, quase todos os que, ao longo dos anos, ainda mantinham a “visão antiga” perderam influência. Primeiro, J. S. Washburn faleceu em 1955, depois C. S. Longacre em 1958 e, finalmente, W. R. French em 1968. Com suas mortes, uma era doutrinária finalmente terminou na Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Embora haja material abundante sobre este assunto, como demonstrado na bibliografia, ainda é necessário um estudo mais aprofundado dos arquivos de correspondência dos líderes da igreja, principalmente após a virada do século. Seria particularmente útil estudar as correspondências de A. G. Daniells, W. W. Prescott, F. M. Wilcox, C. S. Longacre e L. E. Froom. Outros nomes podem ser mencionados, mas, na maioria dos casos, as correspondências não estariam prontamente disponíveis. Seria útil também dar um tratamento mais abrangente ao desenvolvimento da crença na personalidade do Espírito Santo durante o século XX.
Algumas Considerações Finais
Ao longo dos anos, desde a publicação de Questões Sobre Doutrina, alguns acusaram a Igreja Adventista do Sétimo Dia de abandonar a posição “histórica” (pré-1888) antitrinitariana. Os defensores desta visão antiga acreditam que as primeiras posições adventistas sempre são as mais corretas. Os aspectos da Trindade especialmente criticados foram a autoexistência eterna de Cristo e a personalidade do Espírito Santo. Evidências documentais revelam que, até cerca de 1900, adventistas eram praticamente unânime em dois pontos; (1) Eles acreditavam que Cristo “nasceu” ou saiu do Pai, tendo, portanto, uma existência derivada, (2) Eles acreditavam que o Espírito Santo não era uma pessoa, mas uma influência ou o espírito do Pai. Ao definir e estabelecer como “ortodoxa”, a posição “histórica” da Igreja Adventista do Sétimo Dia, críticos da doutrina da Trindade ignoram dois pontos muito importantes. Em primeiro lugar: a história mostra que a igreja nunca foi estática em suas crenças. Portanto, algumas doutrinas como a Trindade e a divindade eterna de Cristo se desenvolveram ao longo do tempo. Em segundo lugar: Ellen White confirmou diretamente as novas visões em seus escritos, especialmente no Desejado de Todas As Nações.
As mudanças nas crenças adventistas do sétimo dia geralmente são baseadas no estudo da Bíblia e na orientação confirmativa do “Espírito de Profecia.” Os adventistas sempre afirmaram que a Bíblia é seu credo. Naturalmente, alguns temas sempre voltam à tona. No processo de estudo da Bíblia, certas doutrinas foram estabelecidas cedo e outras mais tarde.
A história sugere que algumas doutrinas adventistas do sétimo dia não teriam sido resolvidas se não fosse o papel influente de Ellen G. White. Em seu ministério ao longo da vida, ela desempenhou um papel importante no desenvolvimento doutrinário adventista. Ao longo dos anos, a igreja costuma ser confrontada ocasionalmente com um impasse doutrinário. Em certas ocasiões, os escritos de Ellen White serviram como um catalisador que ajudou a solucionar o impasse. Outras vezes, a igreja foi dominada por conflitos (como o “rei do norte” e “questão oriental”), sem nenhuma orientação profética pronta. Mas onde a crença era fundamental e essencial, a orientação ou confirmação profética geralmente viria mais cedo ou mais tarde. Orientação ou confirmação sobre um assunto às vezes era atrasada para que a igreja estudasse adequadamente a Bíblia. Ocasionalmente, quando Ellen White escreveu definitivamente sobre um assunto, como na divindade autoexistente de Cristo, a igreja não estava pronta para aceitar a luz. Então foi necessário esperar o tempo passar para corrigir a consciência institucional da igreja.
Além do papel de Ellen White, o desenvolvimento doutrinário da Igreja sobre a Trindade e a divindade de Cristo foi afetado por pelo menos três outros fatores importantes: Primeiro, eventos no mundo cristão. O crescimento do liberalismo e do racionalismo no protestantismo levou os adventistas a uma compreensão mais profunda da importância da plena divindade de Cristo e de sua encarnação. Segundo, teólogos renomados da igreja como F. M. Wilcox e F. D. Nichol escreverem sistematicamente em publicações da igreja sobre importância das doutrinas da Trindade e da divindade de Cristo usando a Bíblia e o “Espírito de Profecia.” Finalmente, a passagem do tempo ajudou a resolver a questão à medida que vários indivíduos morreram. Alguns erros só podem ser corrigidos somente depois que seus defensores saiam de cena. Para as doutrinas da Trindade e da divindade eterna de Cristo, a mudança levou mais de cinquenta anos até se tornar normativa.
Bibliografia
Fontes Não Publicadas
Documentos
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Fontes Publicadas
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Notas
[1] Erwin Roy Gane, “As Interpretações Arianas ou Antitrinitarianas Encontradas na Literatura Adventista e A Resposta de Ellen G. White,” (M.A. thesis, Andrews University, 1963), tradução disponível em estudosadventistas.com.br, acessado em 24 de setembro de 2017. Russell Holt, “The Doctrine of the Trinity in the Seventh-day Adventist Denomination: Its Rejection and Acceptance,” trabalho acadêmico, Andrews University, 2 de junho de 1969. Christy Mathewson Taylor, “The Doctrine of the Personality of the Holy Spirit as Taught by the Seventh-day Adventist Church up to 1900” (Monografia de TCC, Andrews University, 1953).
[2] Sylvester Bliss, Memoirs of William Miller, Generally Known as Lecturer on the Prophecies, and the Second Coming of Christ (Boston: Joshua V. Himes, 1853), pp. 77–78.
[3] Joshua V. Himes, “Christian Connection,” em Encyclopedia of Religious Knowledge, e. J. Newton Brown (Brattleboro, Vermont: Brattleboro Typographic Company, 1838), p. 363.
[4] José Bates, The Autobiography of Elder Joseph Bates (Battle Creek, Mich.: Steam Press of the Seventh-day Adventist Publishing Association, 1868), p. 205.
[5] Tiago White, “Preach the Word,” Advent Review and Sabbath Herald, 11 de dezembro de 1855, p. 85.
[6] Arthur L. White to Hedy Jemison, 2 de julho de 1969.
[7] Tiago White, comp., Hymns for God’s Peculiar People That Keep the Commandments of God and the Faith of Jesus (Oswego, NY: Richard Oliphant, 1849), p. 47.
[8] Tiago White, “Christ Equal with God,” Advent Review and Sabbath Herald, 29 de novembro de 1877, p. 72.
[9] Uriah Smith, Thoughts, Critical and Practical, on the Book of Revelation (Battle Creek, Mich.: Steam Press of the Seventh-day Adventist Publishing Association, 1865), p. 59.
[10] Uriah Smith, Thoughts, Critical and Practical, on the Book of Revelation (Battle Creek, Mich.: Steam Press of the Seventh-day Adventist Publishing Association, 1881), p. 74.
[11] J. B. Frisbie, “The Seventh Day Sabbath Not Abolished,” Advent Review and Sabbath Herald, 7 de março de 1854, p. 50.
[12] J. N. Loughborough, “Questions for Brother Loughborough,” Advent Review and Sabbath Herald, 5 de novembro de 1861, p. 184.
[13] R. F. Cottrell, “The Trinity,” Advent Review and Sabbath Herald, 6 de julho de 1869, pp. 10–11.
[14] [J. N. Andrews], “Melchisedec,” Advent Review and Sabbath Herald, 7 de setembro de 1869, p. 84. Este é um artigo não assinado; J. N. Andrews é o editor do artigo.
[15] D. M. Canright, “The Personality of God,” Advent Review and Sabbath Herald, 29 de agosto de 1878, pp. 73–74; 5 de setembro de 1878, pp. 81–82; 12 de setembro de 1878, pp. 89–90; 5 de setembro de 1878, p. 97.
[16] J. H. Waggoner, The Atonement: An Examination of the Remedial System in the Light of Nature and Revelation (Oakland, Calif.: Pacific Press, 1884), pp. 164–179.
[17] A. W. Spalding para H. C. Lacey, 2 de junho de 1947.
[18] Samuel Spear, “Bible Doctrine of the Trinity,” em The Bible Students Library, nº 90 (Oakland Calif.: Pacific Press Publishing Company, 1892), p. 3.
[19] Ibid., p. 4.
[20] Ibid., pp. 11–12.
[21] “Life in Christ and the Saints’ Inheritance,” International Sabbath School Quarterly, segundo trimestre, 1896, p. 4.
[22] “Gospel by John: Chapters 1 to 6:14,” International Sabbath School Quarterly, terceiro trimestre, 1896, pp. 6–8.
[23] G. I. Butler, “Christ the God of Israel,” Adventist Review and Sabbath Herald, 12 de setembro de 1893, p. 585.
[24] Ibid.
[25] A. T. Jones, “The Third Angel’s Message Number 17,” General Conference Bulletin, 25 de fevereiro de 1895, p. 332.
[26] A. T. Jones, “The Third Angel’s Message Number 20,” General Conference Bulletin, 27 de fevereiro de 1895, p. 382.
[27] W. W. Prescott, “The Christ for Today,” Advent Review and Sabbath Herald, 4 de abril de 1896, p. 232.
[28] A. T. Jones, editorial, Advent Review and Sabbath Herald, 10 de janeiro de 1899, p. 24.
[29] Uriah Smith, Looking unto Jesus or Christ in Type and Antitype (Battle Creek, Mich.: Review and Herald Publishing Company, 1898), p. 10.
[30] E. J. Waggoner, Christ and His Righteousness (Oakland, Calif.: Pacific Press Publishing Company, 1890), pp. 21–22.
[31] Ellen G. White. Desejado de Todas As Nações, p. 530.
[32] M. L. Andreasen, “Testimony of M. L. Andreasen,” 15 de outubro de 1953, p. 3 (Ellen G. White Estate Branch Office, Berrien Springs, Michigan). De Vesta Andreasen, filha de M. L. Andreasen.
[33] H. C. Lacey para L. E. Froom, 30 de agosto de 1945.
[34] White, Desejado de Todas As Nações, pp. 24–25.
[35] H. C. Lacey para L. E. Froom, 30 de agosto de 1945.
[36] H. C. Lacey para Samuel Kaplan, 24 de julho de 1936.
[37] John humming, Sabbath Evening Readings on the New Testament: St. John (London: Arthur Hall, Virtue & Company, 1857), p. 6.
[38] Ellen G. White, “Search the Scriptures, John 5:39,” Youth’s Instructor, 31 de agosto de 1887, p. 165.
[39] Ellen G. White, “The True Sheep Respond to the Voice of the Shepherd,” Signs of the Times, 27 de novembro de 1893, p. 54.
[40] Ellen G. White, “O Verdadeiro Sumo Sacerdote,” Manuscrito 101, 1897, p. 9.
[41] Ellen G. White, “The Truth Revealed in Jesus,” Advent Review and Sabbath Herald, 8 de fevereiro de 1898, p. 85.
[42] Ellen G. White, “Resistance to Light, No. 3,” Signs of the Times, 29 de agosto de 1900, pp. 2–3.
[43] Ellen G. White, “The Word Made Flesh,” Advent Review and Sabbath Herald, 5 de abril de 1906, p. 8.
[44] Ellen G. White, Testimonies for the Church Containing Messages of Warning and Instruction to Seventh-day Adventists Regarding the Dangers Connected with the Medical Work, Series B. No. 7 (Published for the Author, s.p., s.d.), pp. 62–63.
[45] General Conference Committee Minutes, 15 de fevereiro de 1902. Citado em Gilbert Murrey Valentine, William Warren Prescott: Seventh-day Adventist Educator (Ph.D. dissertation, Andrews University, 1982), p. 351.
[46] W. W. Prescott, “Studies in the Gospel Message,” Advent Review and Sabbath Herald, 2 de setembro de 1902, p. 4.
[47] W. W. Prescott, “Our Place as Sons,” Advent Review and Sabbath Herald, 23 de setembro de 1902, p. 6.
[48] W. W. Prescott, “The Eternal Purpose,” Advent Review and Sabbath Herald, 23 de dezembro de 1902, p. 4.
[49] Por exemplo, W. W. Prescott, “Like unto His Brethren,” Advent Review and Sabbath Herald, 21 de março de 1904, p. 4.
[50] Valentine, pp. 389, 418.
[51] M. C. Wilcox, “Sermon,” General Conference Bulletin, 22 de abril de 1901, p. 400.
[52] “Our Privilege in Giving” General Conference Bulletin, 26 de dezembro de 1901, p. 578.
[53] “The Divinity of Christ,” Sabbath School Lesson Quarterly Topical Studies, janeiro de 1906, p. 12.
[54] “Topical Bible Studies,” Sabbath School Lesson Quarterly, primeiro trimestre, 1918, p. 3.
[55] G. B. Starr, Bible Studies: A Series of Illustrated Readings (Melbourne: Signs Publishing Company, s.d.), p. 7.
[56] H. Shultz, “The Preexistence of Christ,” Advent Review and Sabbath Herald, 21 de novembro de 1919, p. 7.
[57] “Topical Bible Studies,” Sabbath School Lesson Quarterly, terceiro trimestre, 1917, p. 4. A confirmação da autoria da Lição da Escola Sabatina ao longo deste artigo foi dada por Bert Halovik, da Conferência Geral, Arquivos e Estatísticas, Silver Spring, Maryland.
[58] O. A. Johnson, Bible Text-Book (Battle Creek, Mich.: Review and Herald Publishing Company, 1900), pp. 23, 41.
[59] O. A. Johnson, Bible Doctrines Containing 150 Lessons on Creation, Government of God, Rebellion in Heaven, Fall of Man, Redemption, Prophecies, Millenium, End of Sinners and Satan, Paradise Restored, etc., etc. (College Place Wash.: N.p., 1910), p. 13.
[60] Ibid., p. 14.
[61] Ibid.
[62] O. A. Johnson, Bible Doctrines Containing 150 Lessons on Creation, Government of God, Rebellion in Heaven, Fall of Man, Redemption, Prophecies, Millenium, End of Sinners and Satan, Paradise Restored, 4ª e. rev. (College Place Wash.: N.p., 1917), p. 34. A 5ª e. rev. de 1921 tem a mesma declaração.
[63] O. A. Johnson, Bible Text-Book, p. 71.
[64] Johnson, Bible Doctrines, 1910, p. 15
[65] Ibid., p. 16
[66] Johnson, Bible Doctrines, 1917; 37 e 1921; 37.
[67] W. C. White para H. W. Carr, 30 de abril de 1935.
[68] S. N. Haskell, Bible Handbook (South Lancaster, Mass.: Bible Training School, 1919), p. 3.
[69] S. N. Haskell, The Cross and Its Shadow (South Lancaster, Mass.: Bible Training School, 1914), p. 75.
[70] Donald E. Mansell, “How the1919 Bible Conference Transcript Was Found,” 6 de julho de 1975.
[71] W. W. Prescott, “The Person of Christ,” apresentação de 2 de julho de 1919, Transcrição da Conferência Bíblica de 1919, pp. 9-10.
[72] Ibid., discussões da tarde, 2 de julho de 1919, p. 20.
[73] Ibid., p. 19.
[74] Ibid., p. 27.
[75] Ibid., p. 24.
[76] Ibid., pp. 27–28.
[77] Ibid., p. 30.
[78] Ibid., 6 de julho de 1919, p. 64.
[79] Ibid., p. 57.
[80] Ibid., p. 58.
[81] Ibid., p. 67.
[82] Ibid., p. 68.
[83] Ibid., p. 69.
[84] “Our Personal Saviour Jesus Christ,” Sabbath School Lesson Quarterly, primeiro trimestre, 1921, p. 2.
[85] lbid., pp. 9, 20.
[86] W. W. Prescott, The Doctrine of Christ: A Series of Bible Studies for Use in Colleges and Seminaries (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1920), p. 3.
[87] Ibid., p. 20.
[88] Ibid.
[89] Ibid., pp. 20–21.
[90] Charles A. Bumian, Bible Doctrines: Lessons for Class in Academic Bible (Berrien Springs, Mich.: College Press, 1926), p. 9.
[91] Benjamin L. House, Analytical Studies in Bible Doctrines for Seventh-day Adventist Colleges: A Course in Biblical Theology (Berrien Springs, Mich.: College Press, 1926), p. 87.
[92] Alonzo J. Weamer, Fundamentals of Bible Doctrine: Sixty Studies in the Basic Facts of the Everlasting Gospel Arranged for Seventh-day Adventist Schools of Nursing (Angwin, Call.: Pacific Union College Press, 1931), p. 28. Wearner usou esta citação do Desejado de Todas As Nações, p. 19.
[93] Stemple White, “What is Meant by the Trinity,” Canadian Watchman, setembro de 1923, p. 18.
[94] C. P. Bollman, “The Deity of Christ,” Advent Review and Sabbath Herald, 15 de março de 1923, 4.
[95] Lyle C. Shepard, “Christ: A Divine or a Human Saviour?” Canadian Watchman, setembro de 1927, p. 12.
[96] Robert Olson and Bert Haloviak, “Who Decides What Adventists Believe: A Chronological Survey of Sources, 1844–1977,” Ellen G. White Estate Shelf Document, 24 de fevereiro de 1977. A Sessão da Conferência Geral de 1946 exigiu que quaisquer alterações na declaração de “Crenças Fundamentais” sejam aprovadas por uma sessão de conferência geral.
[97] L. E. Froom, Movement of Destiny (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1971), p. 413.
[98] “Statement of Our Faith for the Year Book,” General Conference Committee Minutes, 29 de dezembro de 1930, p. 195.
[99] Froom, Movement of Destiny, p. 413.
[100] Ibid., p. 415.
[101] 1931 Yearbook of the Seventh-day Adventist Denomination, preparado por H. E. Rogers (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1931), p. 377.
[102] Ver, na página 40, como T. M. French usa o termo “plenamente Deus” na Lição da Escola Sabatina de 1936.
[103] Froom, Movement of Destiny, p. 421.
[104] Olson, “Who decides What Adventists Believe,” pp. 18–19.
[105] 1931 Yearbook, p. 377.
[106] The Everlasting Gospel: Prepared for Use in Instructing Those Desiring Baptism and Admission into the Fellowship of the Seventh-day Adventist Church (Takoma Park, D.C.: Washington College Press, s.d.), p. 1.
[107] Ibid.
[108] “Bible Doctrines: Number One,” Sabbath School Lesson Quarterly, 24 de outubro de 1936, p. 13.
[109] George W. Rine, “Was Jesus God?” Signs of the Times, 10 de outubro de 1933, p. 7.
[110] L. A. Wilcox, “Three and Yet One,” Signs of the Times, 6 de março de 1934, p. 13.
[111] A. V. Olson, “Cornerstone of Christian Faith,” Ministry, setembro de 1942, p. 6.
[112] Carlyle B. Haynes, “Christian Leaders Reject Christ: Worship of Jesus to be Banned in Sunday Schools,” Signs of the Times, 4 de julho de 1944, p. 6.
[113] F. M. Wilcox, “The Eternity of Christ,” Advent Review and Sabbath Herald, 3 de janeiro de 1945, p. 5.
[114] Miriam Wood and Kenneth Wood, His Initials Were F. D. N. (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1967), p. 232.
[115] J. M. Wilcox, “Christ as Creator and Redeemer,” Advent Review and Sabbath Herald, 23 de março de 1944, p. 2.
[116] F. M. Wilcox, “The Eternity of Christ,” Advent Review and Sabbath Herald, 3 de janeiro de 1945, pp. 5–6.
[117] M. L. Andreasen, “Christ the Express Image of God,” Advent Review and Sabbath Herald, 17 de outubro de 1946, p. 8.
[118] F. D. Nichol, “Christ, the Eternal Son of God,” Advent Review and Sabbath Herald, 12 de abril de 1945, p. 5.
[119] Uriah Smith, Daniel and the Revelation: The Response of History to the Voice of Prophecy (Nashville: Southern Publishing Association, 1941), p. 400.
[120] Uriah Smith, The Prophecies of Daniel and the Revelation (Nashville: Southern Publishing Association, 1944), p. 391.
[121] Seventh-day Questions on Doctrine (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1957), p. 36.
[122] Questions on Doctrine, p. 29.
[123] Ibid., pp. 30–31.
[124] Froom, Movement of Destiny, p. 484.
[125] Arthur L. White para L. E. Froom, 7 de dezembro de 1955.
[126] Arthur L. White to Hedy Jemison, 2 de julho de 1969.
[127] The Church Hymnal (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1941), p. 59.
[128] J. S. Washburn para J. L. McElhany, 2 de junho de 1940.
[129] J. S. Washburn, “The Trinity,” s.d. [c. 1940].
[130] Ibid., p. 3.
[131] Ibid., p. 1.
[132] D. E. Robinson para J. S. Washburn, 25 de abril de 1940.
[133] Entrevista de Wymond F. Cottrell para Merlin D. Burt, 5 de setembro de 1996.
[134] Raymond F. Cottrell, “Facts about the Bible Research Fellowship,” dezembro de 1951, pp. 5–6.
[135] C. S. Longacre, “The Deity of Christ,” janeiro de 1947, p. 3.
[136] Paul Omar Campbell, “Christ’s Relationships,” agosto de 1947. L.L. Caviness, “Eternal Priesthood of Christ,” s.d.; Stewart Kime, “Did Jesus have a Beginning?” s.d.; R. S. Leasby, “Jesus, the Son of God,” s.d.
[137] “Minutes of the Bible Research Fellowship,” Angwin, California, 18 de janeiro de 1947.
[138] Entrevista de Robert W. Olson entrevista com Merlin D. Burt, 4 de outubro de 1996.
[139] Entrevista de Cottrell.
[140] Entrevista de Olson.
[141] Entrevista de Olson.