Febe: Uma Líder da Igreja Primitiva?

Febe: Uma Líder da Igreja Primitiva?


Darius Jankiewicz é polonês naturalizado australiano. Imigrou da Polônia para a Austrália em 1986 e, ali, estudou no Avondale College. Após alguns anos de ministério em Sydney, ele e sua esposa se mudaram para Berrien Springs, Michigan, para continuar os estudos na Andrews University, onde obteve o grau de MDiv e PhD. Após seus estudos na Andrews, retornou ao ministério na Austrália (Tasmânia) e, então, tornou-se um professor missionário no Fulton College in Fiji. Dali, foi convidado a tornar-se professor associado na Andrews University.


Tradução: Hugo Martins

O artigo “Febe: Uma Líder da Igreja Primitiva” (Original em inglês: “Phoebe: Was she an early church leader?), por Darius Jankiewicz, fora publicado, inicialmente, em abril de 2013 na revista Ministry,® International Journal for Pastors, www.MinistryMagazine.org.  Usado com permissão.


Em grande parte, a epístola aos Romanos é uma obra-prima de apologética cristã, onde, de um modo brilhante e lógico, o apóstolo Paulo fundamenta a crença cristã da salvação somente por meio de Jesus Cristo. Esta crença fora de suma importância no surgimento da comunidade cristã dos crentes mediante o amor benevolente de Deus. Enquanto enraizada, claramente, na ideia veterotestamentária de “povo de Deus”, esta foi uma nova comunidade e, como tal, poderosamente desafiou as várias formas de discriminação racial, cultural, de gênero e discriminação econômica tão prevalecente no judaísmo do primeiro século na sociedade como um todo. Ao final da carta, no capítulo 12, Paulo estabelece as regras elementares sob as quais esta nova comunidade deve operar. Encontramos, ali, que o autossacrifício e negação do eu são elementos essenciais da vida Cristã, que cada membro do corpo de Cristo deve operar de acordo com o dom espiritual concedido por Deus, e, por fim, que o amor ágape é o valor primário norteando a vida da comunidade. Os capítulos 13 a 15 são construídos na base estabelecida no capítulo 12, e, em seguida, o capítulo 16, conclui o livro de Romanos.

Neste capítulo final, Paulo profere uma série de saudações tanto para homens e quanto para mulheres, os quais, a todos, ele considera seus “cooperadores em Cristo Jesus” (Rm 16:3; ver também Fl 4:3).1 Dentre os muitos indivíduos listados neste capítulo, Febe, a quem Paulo se refere como “nossa irmã,” recebe reconhecimento especial (Rm 16:1, 2). Não somente o discurso de Paulo sobre Febe é o primeiro e o mais longo do capítulo, mas, também, as palavras e alusões que ele usa para descrever a ela e a seu ministério indicam uma posição de destaque que essa mulher tivera dentre os primeiros cristãos. Por essas razões, Febe tem fascinado escritores cristãos ao longo dos séculos, a maioria dos quais tem escrito em um ambiente hostil para o ministério das mulheres. Orígenes (c. 184–253 E.C.) escreveu que “esta passagem ensina duas coisas ao mesmo tempo. Como já dissemos, as mulheres devem ser consideradas ministros na Igreja, e . . . devem ser recebidas no ministério.”2 Um século, ou mais tarde, a “boca-dourada” João Crisóstomo (c. 347–407 E.C.) destacou: “Pois como pode a mulher ser mais abençoada do que aquela que tem a bênção de um testemunho tão louvável como o de Paulo, mulher que tinha, também, força para ajudar aquele a quem tinha corrigido o mundo inteiro?”3 Após o quarto século E.C., no entanto, tais afirmações tornaram-se raras, conforme a igreja Cristã voltara-se para um ministério dominado por homens na igreja.4

O papel de Febe no cristianismo primitivo tem sido debatido ao longo dos séculos, desde pontos de vista, sugerindo que o seu ministério não era nada mais do que o de uma mera auxiliadora (ou patrona) da atividade apostólica, até aqueles atribuindo a ela um papel ministerial significativo. Como veremos, este debate, diversas vezes. influenciou traduções bíblicas dos termos gregos usados por Paulo para descrever o ministério desta mulher notável. Neste artigo, focar-me-ei em três aspectos do ministério de Febe que advém do texto de Romanos 16:1–2: seu ministério como um diákonos; seu papel como a portadora da carta aos Romanos; e, finalmente, o seu papel como uma prostátis, que se traduz, literalmente, como “aquele que está diante de”.

Febe como uma diaconisa?

Em Romanos 16:1, Paulo escreve sobre Febe: “Recomendo-lhes nossa irmã Febe, serva da igreja em Cencreia. Peço que a recebam no Senhor, de maneira digna dos santos, e lhe prestem a ajuda de que venha a necessitar; pois tem sido de grande auxílio para muita gente, inclusive para mim” [NVI].

Tem havido muita discussão na literatura cristã em relação ao termo servo, que é uma tradução do conhecido termo grego diákonos, também traduzido como “diácono”. O conceito de diácono era familiar à sociedade do primeiro século, referindo-se, principalmente, serviço domiciliar; e no Novo Testamento, diákonos, às vezes, é usado em conjunto com outro termo grego: dôulos (servo; ou escravo).5 Lendo termo diákonos a partir de uma perspectiva contemporânea obscurece, frequentemente, o fato de que, nos dias de Paulo, a posição de servo era considerada a mais baixa na sociedade—as pessoas que eram os trabalhadores domésticos ou os peões daquele tempo. Assim, existe uma tensão entre a compreensão eclesiástica, moderna, o uso da palavra diácono e o antigo [termo] diákonos. É este termo, assim como dôulos, todavia, com todas as suas conotações culturais, que Cristo empregou para descrever o Seu próprio ministério (Mc 10:45). Seguindo o exemplo de Jesus, Paulo usou os termos diákonos e dôulos para descrever o ministério de Cristo, quando ele escreveu em Romanos 15:8: “Digo, pois, que Cristo foi constituído ministro da circuncisão, em prol da verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos nossos pais” (ver, também, Fl 2:7 onde Paulo se refere a Jesus como dôulos). Paulo usou, repetidamente, o mesmo termo para descrever seu próprio ministério e o de seus congêneres (ver, por exemplo, 2 Co 3:6; 4:1; 6:4; 8:4).

Vemos, portanto, notavelmente, que em apenas umas poucas sentenças depois, em Romanos 16:1, Paulo se refere a Febe como diákonos, igualando, essencialmente, sua diakonía (ou serviço) com o de Cristo, assim como a seu próprio ministério apostólico. É, também, digno de nota que o termo diákonos nesta passagem é utilizado em sua forma masculina, em vez de sua forma feminina.6 Nessa fase da história cristã, o termo grego para diaconisa ainda não tivera sido cunhado. A forma específica feminina diakónissa não aparece até o quarto século.7 Seja como for, Paulo chamando Febe de diácono parece tratar o ministério dela igualmente importante e válido como o de outros líderes da igreja primitiva, como Tíquico (Ef 6:21), Epafras (Cl 1:7), e Timóteo (1 Tm 4:6). Caso contrário, por que Paulo usaria tal termo em referência a uma mulher e criar mal-entendido intencionalmente?8

Deve-se salientar, no entanto, que, em contraste com Paulo, que atuava como diákonos em serviço para toda a igreja, a diakonía de Febe parece estar especificamente vinculada à igreja local de Cencreia. Por ser a única vez em que o Novo Testamento associa tal serviço diretamente à igreja local sugere que, para alguns comentaristas, Febe estivera, muito provavelmente, envolvida em algum tipo de ministério reconhecido ou ocupara uma posição de responsabilidade em sua igreja local.9 O fato de Febe atuar como tal parece estar fortalecido pelo uso de um outro termo grego por parte de Paulo, ousa (sendo), que ocorre junto com o substantivo diákonos. A frase indicando-lhe como sendo um diácono denota algum tipo de posição de liderança. Por conseguinte, pode-se afirmar que Febe fora, provavelmente, o primeiro diácono de uma igreja local na história do Cristianismo.10 Assim sendo, a exortação de Paulo aos bispos e diáconos, encontrada em 1 Timóteo 3, seria aplicar tratamento igualitário a Febe como para qualquer outro líder da igreja no cristianismo primitivo.11

Febe como uma mensageira?

Estudos cuidadosamente exegéticos, históricos e linguísticos têm levado muitos comentaristas a concluir que Febe era, de fato, a pessoa a quem Paulo escolhera para entregar sua carta às igrejas locais romanas.12 Enquanto, aos nossos olhos modernos, o texto é mais implícito do que explícito, as palavras de Paulo parecem ser uma recomendação para o portador da carta escrito de acordo com o costume do primeiro século.13 O propósito de tal recomendação era apresentar o portador da carta à congregação em Roma. A carta de paulo a Filemom serve como um outro exemplo de uma recomendação similar, sendo Onésimo, também, o portador da carta.14 Se Febe fora, de fato, o portador da carta aos Romanos, seria natural para Paulo para apresentar e recomendá-la porque ela era, obviamente, desconhecida para os crentes em Roma. Sendo colaboradora e emissária de Paulo, é, também, provável que a Febe lia a carta para muitas congregações romanas e apta a comentar sobre tudo o que poderia ter gerado um mal-entendido, fornecendo, provendo, portanto, esclarecimentos necessários. Ademais, conhecendo bem a Paulo, ela poderia prover às igrejas romanas com informações a respeito de necessidades pessoais de Paulo e seus planos de viagem.15 Tudo isso levanta uma questão: por que Paulo tomaria uma decisão culturalmente questionável como escolher uma mulher para ser o seu emissário? É compreensível que Febe tivesse de provar ser uma líder de igreja respeitável e confiável e a quem Paulo poderia confiar a sua mensagem de salvação ao mundo gentio. Como um estudioso comentou, “Febe carregou sob as dobras de seu manto o futuro inteiro da teologia Cristã.”16

Febe como uma líder (prostátis)?

Romanos 16:2 nos fornece um detalhe muito importante sobre Febe que, muitas vezes, tende a desaparecer na tradução. Ali, Paulo chama Febe de prostátis, literalmente “aquele que está diante de”. A Nova Versão Internacional traduz o texto desta forma: “porque ela tem sido de grande auxílio [prostátis] para muita gente, inclusive para mim.” Outras versões traduzem o termo variavelmente variável como “patrona” (ESV), “protetora” (KJV), “auxiliadora” (ASV; NASB), “ela tem sido útil para muitos” (NLT), ou, até mesmo, “boa amiga” (TEV). Existem, no entanto, algumas traduções que empregam prostátis como “líder” (YLT), “líder respeitada” (CEV) ou “defensora de muitos” (Bíblia Enfatizada de J. B. Rotherdam, 1872).

A disposição dos tradutores que empregam prostátis como “auxiliadora” ou “patrona” parece advir de uma convicção generalizada de que a Febe não era nada mais do que uma mulher rica que apoiara Paulo e outros obreiros missionários financeiramente. Esta conclusão parece estar baseada pelo fato que, na antiguidade, existiam mulheres que, mesmo não podendo exercer qualquer cargo público, ofereciam seu patrocínio e ajuda financeira a várias causas. Além disso, a passagem termina com “inclusive para mim.” De acordo com esses tradutores, se prostátis significava mais do que ser uma “auxiliadora”, quereria dizer que, às vezes, Paulo teria permitido a outros exercer seu dom de liderança em sua presença, e, possivelmente, até mesmo, submeter-se à sua autoridade. Isso, de acordo com o pensamento hierárquico, não teria sido possível, pois Paulo teria promovido a todos acima de si (até mesmo em assuntos da administração da igreja local) e, particularmente, uma mulher.17

Todavia, este tipo de raciocínio não resolve o problema do porquê Paulo usaria o termo prostátis em sua descrição de Febe se ele poderia tê-la chamado, simplesmente, de boethós, “auxiliador” (Hb 13:6) ou dito que ela era sumbállo polú, “ser grande ajuda” (Atos 18:27). Talvez, Febe fora mais do que apenas uma mulher rica que desejava apoiar a obra missionária financeiramente. Para determinar a veracidade desta linha de raciocínio, devemos seguir a linha de evidência que desvendaria o significado do termo prostátis.

A melhor maneira de começar é procurar a mesma palavra usada em outras passagens do Novo Testamento. Infelizmente, prostátis parece ser um hapax legomenon, isto é, ocorre uma única vez no Novo Testamento como um substantivo. Para descobrir o significado de prostátis, devemos, então, procurar além do Novo Testamento como fontes tais como a Septuaginta, que era a Bíblia de Paulo18 e outras literaturas gregas antigas, assim como as palavras correlacionadas nos escritos de Paulo.

A forma masculina de prostátis ocorre mais de uma vez na Septuaginta. 1 Crônicas 27:31 lista Jaziz, o hagareno, como um dos prostátai (plural de prostátes) ou administradores corte de Rei Davi. O mesmo termo é, também, listado em 1 Crônicas 29:6, onde prostátai eram “os oficiais encarregados da obra do rei.” Similarmente, 2 Crônicas 8:10 e 24:11 o termo para designar “os principais oficiais que tinha o rei Salomão,” a quem estavam encarregados dos trabalhadores e/ou do dinheiro. A English Standard Version traduz, deste modo, 2 Crônicas 8:10: “E estes foram os chefes de oficiais do Salomão, 250, que exerciam autoridade sobre o povo.” Quando o termo é usado na Septuaginta tende, portanto, a significar algum tipo de função de liderança.

Prostátes aparece, também, frequentemente, na literatura antiga não bíblica. Para Aristóteles (384-322 E.C.), designa uma pessoa que se portava diante de outras pessoas como um “líder democrático” ou “protetor do povo.”19 Evidências históricas posteriores atestam a existência de pessoas especialmente escolhidas em muitas cidades gregas que operavam como protetores ou defensores dos cidadãos mais pobres. Essas pessoas eram encarregadas de proteger os cidadãos contra os ataques dos magistrados chefes no poder ou das classes mais ricas. Eles defendiam, também, os desprivilegiados nas cortes e operavam como guardiões da paz e da liberdade constitucional.20 Prostátes era, também, conhecido por ser um termo comum usado entre os gregos para presidentes de diversas associações religiosas ou seculares.21 O mesmo termo poderia, também, ser aplicado aos defensores ou protetores das cidades gregas em momentos de crise ou de guerra.22 Às vezes, cidades inteiras foram considerados como prostátes de outras cidades ou regiões. Por exemplo, entre o sexto e o quarto séculos A.E.C., Esparta e Atenas disputavam a posição de cidade líder (prostátes) e de protetora de paz na região.23

Evidências de inscrições antigas indicam que, no Egito, e, eventualmente, em Roma, o termo prostátes já houvera se tornado um termo usado para a liderança da sinagoga entre a Diáspora Judaica antes do nascimento de Cristo. Desta forma, prostátes funcionava como um equivalente do hebraico rosh haknesset (o chefe da sinagoga).24 Evidências inscricionais indicam, também, que, em Roma, prostátes servia como um termo técnico para o líder ou o presidente da comunidade judaica.25 Podemos, razoavelmente, supor que Paulo, sendo um judeu helenístico, e que cresceu na Diáspora, estava familiarizado com o conceito grego de prostátes como o protetor, o defensor ou presidente da comunidade. Isso significaria também que, quando os líderes cristãos, em Roma, receberam Febe, eles estavam conscientes de que ela era uma líder cristã por direito.

A linha de evidência mais interessante, no entanto, sugerindo que Febe poderia ter sido muito mais do que apenas uma auxiliadora, vem dos próprios escritos de Paulo. Enquanto prostátis como um substantivo ocorre uma única vez no Novo Testamento, suas outras formas, tais como próistemi, aparecem diversas vezes. A primeira vez prostátis aparece no Novo Testamento em uma outra forma encontra-se em Romanos 12:8 na lista de Paulo dos dons do Espírito Santo: “se é exercer liderança [proistámenos], que a exerça com zelo.” Falando de anciãos, Paulo encoraja os Tessalonicenses: “acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem [proistaménous] no Senhor e vos admoestam” (1 Ts. 5:12). O mais importante, Paulo usa, em 1 Timóteo 5:17, a forma verbal de prostátis quando ele escreve, “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem [proestôtes presbúteroi, i.e., ‘os presbíteros que estão diante de’]bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino.”26

Por que, então, a maioria das versões parecem diminuir a importância do termo prostátis e ver Febe, simplesmente, como uma “auxiliadora”? Por que não seguir a Contemporary English Version e usar “líder respeitada”? A resposta mais provável para essas perguntas é que talvez os tradutores podem ter-se sentido desconfortáveis com a ideia de que uma mulher poderia ter um papel de liderança ou presidência na igreja cristã primitiva. Acreditamos ser aceitável Febe ter sido uma importante líder entre os cristãos antigos, que liderara uma congregação em Cencreia e servira tão bem que Paulo estava disposto a deixá-la administrar os interesses da igreja em seu lugar e lhe fora confiada a preciosa Epístola aos Romanos para levar aos cristãos em Roma.

Uma leitura cuidadosa dos Romanos 16:1–2 oferece-nos, portanto, um novo olhar sobre esta notável mulher que parece ter sido uma companheira próxima de Paulo na pregação do evangelho de Cristo; quem atuara como líder de sua igreja local em Cencreia; que, apesar de todos os perigos associados à viagem em estradas romanas, aceitara a tarefa de levar a mensagem da salvação à igreja romana; e que fora reconhecida por Paulo e outros como uma líder cristã por direito.


Notas:

[1] Salvo indicação em contrário, todas as passagens das Escrituras são da Almeida Revista e Atualizada.

[2] Origen, Commentary on the Epistle to the Romans, livros 6–10, The Fathers of the Church, trad. e e. Thomas P. Scheck (Washington, DC: Catholic University of America Press, 2002), p. 291.

[3] John Chrysostom, “Homilies on Romans 30.2,” em The Homilies of S. John Chrysostom on the Epistle of St. Paul the Apostle to the Romans (Oxford: John Henry Parker, 1841), p 478.

[4] Gerald Lewis Bray, e., “Romans,” vol. 6, Ancient Commentary on Scripture, New Testament (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2005), p. 355.

[5] Embora os termos diákonos e dôulos possuem significados diferentes na literatura, eram, frequentemente, usados tanto por Paulo quanto por Jesus intercambiavelmente. Ver, por exemplo, Mt 20:25–28; 22:1–14; Mc 10:43–45; Fl. 1:1; 1 Co 3:5. Em Cl 1:7 e 4:12, Epafras é chamado de diákonos e dôulos, respectivamente. Cp. Murray J. Harris, Slave of Christ: A New Testament Metaphor for Total Devotion to Christ (Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2001), p. 179. Para uma discussão aprofundada sobre as diferenças entre os termos diákonos e dôulos, ver Horst Balz e Gerhard Schneider, ee., Exegetical Dictionary of the New Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans,1990), s.vv. “diakonos,” “doulos.”

[6] Este fato deveria por um fim no argumento extraído de 1 Timóteo 3:2, 12 no que diz respeito à declaração de Paulo de que os bispos e diáconos devem ser “marido de uma só mulher” significando que apenas os homens podem atuar como bispos e diáconos.

[7] O termo técnico diakónissa aparece pela primeira vez na literatura cristã no cânone 19 do Primeiro Concílio de Niceia. Não existem versões anteriores conhecidas do termo. Jerome D. Quinn and William C. Wacker, “The First and Second Letters to Timothy,” Eerdmans Critical Commentary (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2000), p. 286.

[8] Denis Fortin destaca a inconsistência em como várias versões traduzem o termo diákonos em referência a Febe. Enquanto a maioria dos tradutores não têm problema algum em traduzir o termo diákonos como “ministro” em referência a Paulo e outros líderes da igreja, nenhuma tradução usa o termo [ministro] em referência a Febe. Apenas os termos servo, diácono ou diaconisa são utilizados. Fortin vê isto como um “estranho preconceito contra as mulheres no ministério.” Denis Fortin, “Was Phoebe a Deacon, a Servant, or a Minister?” Memory, Meaning & Faith (blog), 25 de abril de 2010, http://www.memorymeaningfaith.org/blog/2010/04/phoebe-deacon-servant-or-minister.html.

[9] James Dunn, “Romans 9-16,” vol. 38B, Word Biblical Commentary (Dallas, TX: Word Books Publisher, 1988), pp. 886–887; Kevin Giles, Patterns of Ministry Among the First Christians (Melbourne: Collins Dove, 1989), p.56.

[10] Dunn, “Romans 9-16,” p. 887.

[11] Ao mesmo tempo, adverte James Dunn, seria anacrônico ler o Novo Testamento com nossa compreensão de um ofício estabelecido do episcopado ou diaconato “como se um papel de responsabilidade e autoridade, com sucessão devidamente escolhida, já tivera sido acordado nas igrejas paulinas.” Ibid.; cp. Thomas R. Schreiner, “Romans,” Baker Exegetical Commentary on the New Testament (Grand Rapids, MI: Baker Books, 1998), p. 787.

[12] A ideia de que a Febe era, de fato, mensageira de Paulo tem sido fortemente afirmada na literatura exegética contemporânea sobre Romanos. Ver, por exemplo, ibid., p. 786.

[13] Para um estudo cuidadoso das passagens cristãs de recomendação e sua comparação com exemplos contemporâneos não-cristãos, ver Chan-Hie Kim, Form and Structure of the Familiar Greek Letter of Recommendation (Missoula, MT: University of Montana Press, 1972), pp. 50–60; ver, também, Harry Gamble, The Textual History of the Letter to the Romans (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1977), pp. 44, 84–85.

[14] Chan-Hie Kim, Familiar Greek Letter of Recommendation, pp. 120–134.

[15] Arland J. Hultgren, Paul’s Letter to the Romans: A Commentary (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2011), p. 569.

[16] Citado em Brenda Poinsett, She Walked With Jesus: Stories of Christ Followers in the Bible (Birmingham, AL: New Hope Publishers, 2004), p. 192.

[17] Embora o Novo Testamento indica que os apóstolos originais portavam uma autoridade especial dentro da comunidade de fé, isto não exclui a possibilidade de que, uma vez estabelecidas, as comunidades locais tinham liberdade de auto-gestão, sem interferências externas.

[18] Calvin J. Roetzel, The Letters of Paul: Conversations in Context, 5ª e. (Louisville, KY: Westminster John Knox Press, 2009), pp. 20–24.

[19] P. J. Rhodes, A Commentary on the Aristotelian Athenaion Politeia (Oxford: Clarendon, 1993), pp. 447–497.

[20] Abel Hendy Jones Greenidge, A Handbook of Greek Constitutional History (London: Macmillan, 1896), p. 188.

[21] Margaret H. Williams, “The Structure of Roman Jewry Reconsidered: Were the Synagogues of Ancient Rome Entirely Homogenous?” Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik 104 (1994): p. 138; cp. Franz Poland, Geschichte des griechischen Vereinswesens (Leipzig: Zentral-Antiquariat der Deutchen Demokratischen Republik, 1967), pp. 363–367.

[22] Peter Liddel, “Democracy Ancient and Modern,” em A Companion to Greek and Roman Political Thought, e. Ryan K. Balot (Oxford: Blackwell Publishing, 2009), p. 138.

[23] Kurt A. Raaflaub, The Discovery of Freedom in Ancient Greece (Chicago, IL: University of Chicago Press, 2004), p. 169; cp. Tōru Yuge e Masaoki Doi, Forms of Control and Subordination in Antiquity (Leiden: E. J. Brill, 1988), p. 575.

[24] Joseph Modrzejewski, The Jews of Egypt: From Rameses II to Emperor Hadrian (Princeton: Princeton University Press, 1995), p. 96; cp. Erich S. Gruen, Diaspora: Jews Amidst Greeks and Romans (Cambridge: Harvard University Press, 2002), p. 115.

[25] Williams, “The Structure of Roman Jewry,” p. 138.

[26] “Para uma excelente visão geral do ministério de Febe e, particularmente, para um estudo mais aprofundado do uso linguístico do termo prostátis, see Elizabeth A. McCabe “A Reexamination of Phoebe as a “diakonos” and “prostatis”: exposing the Inaccuracies of English Translations.” (http://www.sbl-site.org/publications/article.aspx?articleId=830).

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